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Ecstasy

Dorothée Brandt (sv)31 de janeiro de 2007

Numa comparação com outros países europeus, a Alemanha lidera o ranking de consumo de drogas sintéticas.

Comprimidos coloridos: conteúdo muitas vezes desconhecidoFoto: picture-alliance/rh

Enquanto o número de dependentes de heroína diminui no país, a procura por anfetaminas vem aumentando. Ao lado do ecstasy, os jovens alemães consomem, principalmente em casas noturnas e raves, também a cocaína e o speed. Especialistas acreditam que aproximadamente 30% das pessoas que circulam pela vida noturna na Alemanha tomam regularmente as chamadas "drogas de festa" (partydrogen).

O acesso a um ticket, o termo usado para designar a droga, costuma ser fácil, mesmo que boa parte dos consumidores não saiba exatamente o que está contido nos comprimidos distribuídos nas pistas de dança. O que o comprador acredita ser um ecstasy (o sintético MDMA), pode muitas vezes ser um coquetel químico, cujos efeitos são imprevisíveis. Também a intensidade e a duração do efeito de um ecstasy pode variar extremamente.

Entre jovens

A sociológa Milena Schreiber trabalha em Hamburgo junto à organização Jovens Ajudam Jovens, num programa de prevenção de dependência. A idéia da instituição é fazer com que os próprios jovens alertem outros da mesma idade, em festas e shows, sobre os perigos acarretados pelo consumo das drogas sintéticas. A organização já instalou estandes em shows de vários músicos e bandas alemãs e estrangeiras em turnê pelo país.

Segundo Milena Schreiber, a principal curiosidade dos jovens que procuram esses estandes de informação é saber qual é "a droga mais perigosa de todas". A resposta é clara: "A pior droga não existe. Ela é aquela com a qual o consumidor não sabe lidar, não importa se álcool, maconha ou heroína", diz a sociológa. Entre os freqüentadores de festas entre 16 e 25 anos, Milena Schreiber vem observando durante suas andanças por raves e clubes um consumo excessivo e constante da maconha.

Mistura perigosa

Há algum tempo, o consumo de drogas era comumente associado à música: roqueiros tomavam todas, adeptos do reggae e hip hop preferiam um baseado e na cena eletrônica dominava o "e". Nos últimos, tempos, acreditam os especialistas, essas tendências vêm se dissipando e todos tendem a consumir tudo. No caminho entre o agito e o descanso, muitos optam por várias drogas diferentes num mesmo fim de semana.

"É comum usar primeiro speed, cocaína ou ecstasy para agitar e depois usar a maconha para se acalmar. Eu diria que o consumo de várias substâncias simultaneamente tem aumentado. Não há mais os maconheiros, os consumidores do ecstasy ou aqueles que só ingerem álcool. A tendência é usar tudo", diz Milena Schreiber, apontando para o risco das misturas.

Mesmo que os casos que levaram a sérios problemas de saúde não faltem, os funcionários da organização Jovens Ajudam Jovens procuram deixar de lado esses exemplos. Primeiro, para não disseminar o medo e simplesmente informar sobre os muitas vezes desconhecidos riscos e efeitos das substâncias ingeridas. E segundo, porque todos defendem a idéia de que dar lições de moral definitivamente não vale a pena.

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