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Fifa abre inquérito sobre escolha da sede da Copa de 2006

23 de março de 2016

Comitê de ética da entidade inicia investigações sobre suposta compra de votos por parte de autoridades da Federação Alemã de Futebol. Entre os alvos está Franz Beckenbauer.

Fifa Logo Hauptquartier in Zürich
Foto: picture-alliance/dpa/W. Bieri

O comitê de ética da Fifa anunciou nesta terça-feira (22/03) a abertura de investigações sobre a escolha da Alemanha como sede da Copa do Mundo de 2006, após relatório divulgado pelo escritório de advocacia Freshfields Bruckhaus Deringer no início do mês.

O parecer concluiu que não há evidências de compra de votos, mas comprova que 6,7 milhões de euros saíram de uma conta bancária mantida pelo ex-presidente do Comitê Organizador Local (COL) do Mundial, Franz Beckenbauer, e chegaram por meio de intermediários até as mãos do então presidente da Confederação Asiática de Futebol (AFC), Mohammed bin Hammam.

Além de Beckenbauer, também serão investigados os ex-presidentes da Federação Alemã de Futebol (DFB) Wolfgang Niersbach e Theo Zwanziger, além de três autoridades de alto escalão da entidade: Horst R. Schmidt, Stefan Hans e Helmut Sandrock.

Em comunicado divulgado no portal de internet da Fifa, a comissão de investigação do Comitê de Ética, que atua de modo independente, afirma que "nos casos de Beckenbauer, Zwanziger, Schmidt e Hans, a comissão de investigação irá analisar possíveis pagamentos e contratos indevidos com fins de obter vantagens na escolha da Copa do Mundo da Fifa de 2006 e financiamentos a ela associados".

O escândalo envolvendo a DFB e a escolha da sede do torneio começou após reportagem da revista alemã Der Spiegel publicada em outubro, que denunciava que o COL teria usado fundos provenientes de um caixa 2 para a compra de votos.

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Segundo a publicação, Beckenbauer, Niersbach e outros funcionários do alto escalão do futebol alemão sabiam da transação. O dinheiro teria sido usado para comprar os votos dos quatro representantes asiáticos no comitê executivo da Fifa, composto por 24 pessoas.

O ex-craque da seleção alemã negou diversas vezes as acusações, alegando que o pagamento à Fifa teria como propósito o desbloqueio de subsídios a serem utilizados na organização do torneio.

Niersbach, que também negou qualquer envolvimento em práticas ilegais, renunciou à presidência da DFB em novembro, uma semana após uma operação policial na sede da Federação e em sua residência.

"É desnecessário dizer que irei cooperar com esse processo em todos os aspectos e apoiar a investigação do Comitê de Ética, em cujo trabalho tenho plena confiança", afirmou Niersbach.

RC/dpa/sid

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