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Fifa aprova reformas por mais transparência e contra racismo

1 de junho de 2013

Emendas incluem reforma do comitê de ética do órgão máximo do futebol, um processo mais amplo para eleição da sede da Copa do Mundo e punições mais duras para clubes envolvidos em casos de discriminação racial.

Foto: picture alliance / Pressefoto ULMER/Markus Ulmer

A Fifa aprovou um pacote de emendas aos seus estatutos a fim de  promover mais transparência no órgão máximo do futebol mundial. As propostas apresentadas pelo comitê executivo do órgão foram aprovadas por 198 votos favoráveis e apenas dois contrários nesta sexta-feira (31/05) durante o encerramento do Congresso Anual da Fifa, realizado nas Ilhas Maurício.

"Isso ainda não foi tudo, temos que implementar essas medidas. Mas estamos navegando na direção correta", ressaltou o presidente da Fifa, Joseph Blatter.

Entre as principais mudanças estão a reformulação do comitê de ética da entidade, a criação de um comitê de auditoria e conformidade e a adoção de um Código de Ética e de um Código de Conduta. Também ficou estipulado que pessoas que já ocupam ou que pretendem ocupar cargos oficiais na Fifa deverão se submeter a uma "avaliação de integridade" antes da eleição ou reeleição.

Mudança na eleição da sede da Copa

Também ficou estabelecida a participação dos 209 delegados na escolha das futuras sedes da Copa do Mundo, deixando de ser uma decisão exclusiva do comitê executivo do órgão. No encontro, a presidente da Associação de Futebol de Burundi, na África, Lydia Nsereka, de 45 anos, se tornou a primeira mulher a entrar para o comitê executivo da Fifa, 109 anos após a sua criação.

Segundo a Fifa, o conjunto de reformas foi resultado de um período de "dois anos e extensas consultas junto a órgãos esportivos e personalidades de fora do futebol ", e tem como objetivo "fortalecer a governança e a transparência" da federação.

As novas medidas se juntam com uma outra reforma realizada no ano passado, quando o comitê de ética foi mais fortalecido. Desde 2011, um terço dos integrantes do comitê executivo da Fifa deixou o cargo, sob acusações de corrupção.

"Ainda há questões pendentes, mas chegamos a algumas conquistas e o que se vê aqui é uma prova clara do tamanho do progresso que fizemos", afirmou Mark Pieth, supervisor independente responsável por supervisionar a reforma.

Durante o Congresso, o suíço ainda causou um constrangimento a Blatter e outros figurões da Fifa, ao defender que eles deveriam revelar o valor de seus salários.

Combate ao racismo

Propostas para introduzir limite de idade e limite de mandatos para altos cargos da Fifa, no entanto, não foram avaliadas. A discussão foi jogada para a pauta do congresso do ano que vem, que ocorrerá em São Paulo, às vésperas da realização da Copa do Mundo no Brasil.

A Fifa também endureceu as regras para combater o racismo em campo. Clubes cujos torcedores se envolverem em comportamentos racistas, como gritos de torcida, poderão receber um aviso, uma multa ou mesmo jogarem sem a participação de público, no caso de uma primeira punição. Se houver reincidência, o time poderá perder pontos, ser expulso da competição e até mesmo ser banido.

Jogadores, treinadores e árbitros que demonstrarem atitudes consideradas racistas serão banidos por no mínimo cinco partidas, regra até então aplicada apenas para jogos de times nacionais. A Uefa, órgão regulador do futebol europeu, estabelece como penalidade um banimento de 10 jogos.

 

Fifa aumenta sanções para jogadores, equipes e árbitros envolvidos em casos de racismoFoto: Getty Images

A resolução aprovada estabelece, ainda, que as federações terão que organizar programas educacionais antirracismo, enquanto observadores terão que participar de partidas para relatar atitudes de segregação em campo.

Reformas após escândalos

Blatter iniciou o processo de reformas na Fifa durante o período das candidaturas conjuntas para as Copas do Mundo de 2018 e 2022 e em meio ao escândalo envolvendo as eleições para presidente da entidade em 2011. Para ele, a federação reagiu a esses problemas.

"Sim, nós tivemos que mudar. Tivemos que responder a duras questões e resistir mesmo dentro de nossa própria comunidade, pelo melhor do jogo. Doeu, mas como um time de futebol, nós perseveramos e isso pagou os dividendos", disse o presidente.

Segundo o diretor financeiro da Fifa, Markus Kattner, a organização teve um lucro de 89 milhões de dólares no ano passado, sendo que o faturamento total foi de 1,17 bilhão de dólares – 81% relacionados à Copa do Mundo de 2014. A expectativa de faturamento para o ano que vem é de 1,08 bilhão de dólares.

MSB/dpa/rtr/fifa

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