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Esporte

Fifa bane ex-presidente da CBF do futebol

27 de abril de 2018

Marco Polo del Nero é afastado de forma perpétua de quaisquer funções ligadas ao futebol. Cartola é acusado de participar de esquema de propinas em troca de direitos de transmissão e comercialização de torneios.

Em 2015, Del Nero foi indiciado pelo Departamento de Justiça dos EUA por extorsão, fraude e lavagem de dinheiroFoto: picture-alliance/Pacific Press/G. Serebrenick

A Fifa anunciou nesta sexta-feira (27/04) que o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Marco Polo del Nero está banido de forma definitiva de todas as atividades relacionadas ao futebol.

O Comitê de Ética da Fifa decidiu suspender o cartola de forma perpétua de quaisquer funções no futebol. Além da suspensão, o ex-presidente da CBF foi multado em 1 milhão de francos suíços (3,51 milhões de reais). O banimento tem caráter nacional e internacional. 

"A câmara adjudicatória concordou com as recomendações da câmara de investigação e considerou o senhor Del Nero culpado de ter violado os artigos 21 (suborno e corrupção), 20 (oferecer ou aceitar presentes ou outros benefícios), 19 (conflito de interesse), 15 (lealdade) e 13 (regras gerais de conduta) do Código de Ética da Fifa", diz a nota oficial divulgada pela entidade.

A investigação contra Del Nero foi aberta em 23 de novembro de 2015 e se referia a um esquema de propinas em troca de contratos e concessões para empresas pelos direitos de transmissão e comercialização de vários torneios de futebol, entre eles a extinta Copa Conmebol, a Copa Libertadores e a Copa do Brasil.

A Fifa afirmou que o cartola brasileiro foi notificado pela entidade, nesta sexta-feira, e que o banimento entra em vigor imediatamente após a notificação.

Marco Polo del Nero, de 77 anos, é formado em direito e começou sua carreia de dirigente esportivo no Palmeiras, como diretor de comissão de sindicância do clube. Na década de 1980, conseguiu um assento no Tribunal de Justiça Desportiva e, posteriormente, ascendeu à vice-presidência da Federação Paulista de futebol (FPF), sob a gestão de Eduardo José Farah. Del Nero assumiu a presidência da FPF em 2003 e foi reeleito em 2010. Em abril de 2015, sucedeu José Maria Marin na presidência da CBF.

Em 2009, ele foi suspenso por 90 dias pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pelo episódio Wagner Tardelli, que iria apitar a partida entre Goiás e São Paulo, válido pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2008. Na véspera do jogo, a CBF afastou Tardelli depois que Del Nero levantou a suspeita de uma suposta tentativa de suborno por parte do São Paulo com ingresso do show da Madonna. O STJD declarou Del Nero culpado de acusação infundada.

Em 2015, Del Nero foi indiciado pelo Departamento de Justiça dos EUA dentro de uma investigação sobre corrupção no futebol internacional ligada a contratos de transmissão de competições. Del Nero não foi extraditado do Brasil para enfrentar as acusações de extorsão, fraude eletrônica e conspirações de lavagem de dinheiro.

Seus antecessores na CBF, Ricardo Teixeira e Marin também foram indiciados por acusações semelhantes. Teixeira, que já foi genro do ex-presidente da Fifa João Havelange, também não foi extraditado. Marin, por sua vez, aguarda receber sua sentença após ser considerado culpado pelo tribunal federal do Brooklyn em dezembro.

Em dezembro, a Fifa suspendeu Del Nero por 90 dias – punição que foi prorrogada por outros 45 dias. A decisão também obrigou o cartola a deixar a presidência da CBF. Mesmo assim, articulou as eleições para seu sucessor na entidade, que acabou sendo vencida por seu candidato Rogério Caboclo.

PV/afp/ap/rtr/dpa/ots

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