Em reação à invasão da Ucrânia, seleção e clubes russos estão suspensos de todas as competições internacionais de futebol. Times europeus se recusaram a jogar contra a Rússia nas eliminatórias da Copa.
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A Fifa, o órgão máximo do futebol mundial, decidiu nesta segunda-feira (28/02) suspender a Rússia da Copa do Mundo de 2022 e dos campeonatos internacionais de clubes, em consequência das agressões do país à Ucrânia.
A decisão, anunciada juntamente com a Uefa, a federação europeia de futebol, e válida por tempo indeterminado. A seleção masculina de futebol da Rússia iria disputar a repescagem das eliminatórias para a Copa do Mundo no Catar, em novembro. O time feminino, também suspenso, havia se qualificado para o Campeonato Europeu na Inglaterra, em julho.
"A Fifa e a Uefa decidiram em conjunto que todas as equipes russas, sejam os representantes nacionais ou os clubes, devem ser ter suas participações suspensas, tanto nas competições da Fifa, quanto da Uefa, até nova ordem", disseram as duas entidades.
A seleção masculina da Rússia jogaria uma partida contra a Polônia pela repescagem das eliminatórias, no dia 24 de março, e poderia enfrentar, no dia 29, o vencedor do jogo Suécia e República Tcheca. Entretanto, tanto os poloneses quanto os potenciais adversários na próxima fase já haviam declarado a intenção de boicotar as partidas.
No domingo, a Fifa anunciou que os times russos poderiam jogar somente sob o nome da federação russa de futebol, sem a bandeira ou o hino do país, com os jogos sendo disputados em campo neutro e sem a presença de público.
Entretanto, o presidente da Federação Polonesa de Futebol, Cezary Kulesza, considerou inaceitável a decisão, e afirmou que sua seleção não entraria em campo, "não importa qual seja o nome da equipe".
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COI pediu punição à Rússia e Belarus
Nesta segunda-feira, Fifa e a Uefa declararam "total solidariedade a todas as pessoas afetadas na Ucrânia". "Ambos os presidentes [da Fifa, Gianni Infantino, e da Uefa, Aleksander Ceferin] esperam que a situação na Ucrânia melhore rapidamente para que o futebol possa ser novamente um vetor de unidade e paz entre os povos", diz o comunicado.
A equipe alemã do RB Leipzig enfrentaria o Spartak Moscou pelas oitavas de final da Liga Europa no próximo dia 16, mas, com a suspensão imposta à Rússia, os alemães estão automaticamente classificados para a próxima fase do torneio.
Horas antes da decisão da Fifa, o Comitê Olímpico Internacional (COI) fez um pedido a todas as federações e aos organizadores de eventos esportivos que excluíssem a Rússia, seus atletas e autoridades de competições internacionais, e que estendessem a punição também a Belarus.
O COI justificou o pedido afirmado haver um "dilema insolúvel". "Enquanto atletas da Rússia e de Belarus continuam a participar de eventos esportivos, muitos atletas da Ucrânia não podem fazê-lo, em razão dos ataques a seu país", afirmou a entidade em nota.
rc/cn (AFP; Reuters, AP)
A invasão russa da Ucrânia em imagens
Em 24 de fevereiro de 2022, Moscou invadiu o território ucraniano por terra, ar e mar, lançou foguetes e destruiu instalações militares em diferentes partes do país vizinho. Em pânico, cidadãos tentaram fugir.
Foto: Kunihiko Miura/AP/picture alliance
Ucranianos em pânico
Uma manhã dramática na Ucrânia. Depois que a Rússia iniciou um ataque ao país vizinho. e se ouviram as primeiras explosões – inclusive na capital, Kiev –, muitos fugiram. Veículos militares circulavam pelas ruas da cidade, enquanto residentes faziam as malas e tentavam deixar o local.
Foto: Sputnik/dpa/picture alliance
Filas de carros em Kiev
O desespero dos civis ucranianos gerou um enorme congestionamento na principal avenida em direção ao oeste de Kiev. O ataque foi anunciado pelo presidente russo, Vladimir Putin, num pronunciamento, alegando ter iniciado uma operação militar contra a Ucrânia para de "desmilitarizar" o país e eliminar supostas "ameaças" contra Moscou.
Foto: Chris McGrath/Getty Images
Ataques aéreos
Explosões foram ouvidas alguns minutos depois do fim do pronunciamento de Putin. Nesta foto, vê-se um outdoor aparentemente destruído por um míssel, em Kiev. O governo ucraniano falou de uma "invasão em grande escala" de seu território, assegurando que o país "se defenderá e vencerá".
Foto: Efrem Lukatsky/AP Photo/picture alliance
Tropas ucranianas se mobilizam
Tanques ucranianos se deslocam para a cidade portuária de Mariupol, no sudeste do país. As Forças Armadas ucranianas são as segundas maiores da região, porém a Rússia as supera em todas as áreas, exceto no número de soldados na ativa.
Foto: Carlos Barria/REUTERS
Explosões em várias partes do país
Soldados examinam os restos de um foguete numa praça da capital ucraniana. Além de Kiev, explosões atingiram várias cidades próximas à fronteira com a Rússia. O mesmo ocorreu nas regiões costeiras, bem como na cidade portuária de Odessa, próxima à Península da Crimeia, ocupada por Moscou.
Foto: Valentyn Ogirenko/REUTERS
Rússia destrói instalações militares
Algumas partes da Ucrânia ficaram cobertas por fumaça preta após as explosões. A coluna de fumaça nesta foto parte de um aeroporto militar que teria sido atingido por bombardeios, perto da cidade de Kharkiv, no leste do país.
Foto: Aris Messinis/AFP/Getty Images
Ameaça à população
O Ministério da Defesa russo afirma que não visa cidades e "não há ameaça à população civil". A Agência de Segurança da Aviação da União Europeia descreveu o espaço aéreo ucraniano como "zona de conflito ativo". Os metrôs de Kiev foram liberados ao público e muitos civis se abrigaram nas estações, como mostra esta foto.
Foto: AFP via Getty Images
Explosões em áreas residenciais
Apesar do que diz o governo russo, há relatos de explosões em áreas residenciais. Bombeiros tentam conter um incêndio num bloco de apartamentos após um suposto ataque aéreo na localidade de Chuhuiv, perto de Kharkiv, no leste do país.
Foto: Wolfgang Schwan/AA/picture alliance
Invasão por terra
A invasão russa à Ucrânia ocorre também por mar e terra. Esta foto capturada por uma câmera de vigilância e publicada pelas autoridades fronteiriças da Ucrânia mostraria veículos militares russos cruzando a fronteira na Crimeia, em direção à Ucrânia. Essa península foi anexada pela Rússia em março de 2014.
Foto: State Border Guard Service Of Uk/picture alliance/dpa/PA Media
Alguns fogem, outros se preparam
Os efeitos dos ataques podem ser observados em todo o país. Na cidade de Lviv, de 700 mil habitantes, no extremo oeste da Ucrânia, longas filas se formaram em caixas eletrônicos O mesmo ocorreu em supermercados e lojas, na esperança de estocar alimentos e água. Enquanto alguns tentavam fugir, outros pareciam se preparar para se isolar.