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EsporteGlobal

Fifa diz que está revendo regras para transgêneros

21 de junho de 2022

Órgão máximo do futebol diz que vai revisar políticas de elegibilidade para atletas trans após entidades mundiais de natação e de rúgbi restringirem participação de mulheres transgênero em competições femininas.

Nadadora transgênero americana Lia Thomas
Nadadora transgênero americana Lia Thomas: atletas trans foram restritas de participar de competições femininasFoto: Joseph Prezioso/AFP

A Fifa, a entidade máxima do futebol, está revisando suas políticas de elegibilidade para atletas transgênero após a Federação Internacional de Natação (Fina) e a Liga Internacional de Rúgbi (IRL) aprovarem novas regras restringindo a participação de mulheres transgênero em competições femininas. O chefe da entidade que rege o atletismo mundial também se disse a favor de medidas similares.

Nesta terça-feira (21/06) a IRL baniu jogadoras transgênero da competição internacional feminina até segunda ordem. A medida foi anunciada após a decisão da Fina, divulgada no domingo, de restringir a participação delas em competições femininas de elite.

A IRL disse que precisa realizar consultas e equilibrar a participação de transgêneros contra o "risco percebido" para outros atletas.

"Até que mais pesquisas sejam concluídas para permitir que a IRL implemente uma política formal de inclusão de transgêneros, as jogadoras [que realizaram transição] de homem para mulher (mulheres trans) não podem jogar em partidas sancionadas da liga internacional de rúgbi feminina", disse a IRL em comunicado.

Um porta-voz da Fifa confirmou nesta terça-feira à agência de notícias DPA que "a Fifa está atualmente revisando seus regulamentos de elegibilidade de gênero, em consulta com partes interessadas especializadas". Ele acrescentou que a federação não vai comentar sobre regras específicas, porque o processo ainda está em andamento.

"Se a Fifa for solicitada a verificar a elegibilidade de um jogador antes de os novos regulamentos entrarem em vigor, qualquer caso será tratado caso a caso, levando em conta o claro entendimento da Fifa no compromisso com o respeito pelos direitos humanos."

"Seguiremos a ciência"

Já o chefe da World Athletics, órgão que rege o atletismo a nível mundial, Sebastian Coe, elogiou as restrições impostas pela Fina. Em entrevista à BBC, ele disse que o atletismo poderia seguir a federação de natação, com uma reunião de seu conselho para discutir o assunto no final do ano.

Sob suas regras atuais, mulheres trans precisam ter baixos níveis de testosterona em certas competições. "Sempre acreditamos que a biologia supera o gênero e vamos continuar a rever os nossos regulamentos de acordo com isso. Nós seguiremos a ciência", disse Coe.

A União Ciclística Internacional (UCI) restringiu na semana passada suas regras limitando os níveis de testosterona para transgêneros.

A Fina decidiu no fim de semana que atletas transgênero não podem participar de competições femininas se tiverem passado pela puberdade masculina e informou que está planejando uma categoria aberta para atletas cujo sexo é diferente daquele do nascimento.

md/ek (DPA, Reuters)