Filha de Kim Jong-un é vista pela primeira vez em público
19 de novembro de 2022
Menina aparece acompanhando o pai em imagens feitas durante teste de míssil e divulgadas agora pela mídia estatal. Esta seria a primeira confirmação oficial de que líder norte-coreano tem uma filha.
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Uma filha do líder norte-coreano Kim Jong-un apareceu em público pela primeira vez, em imagens feitas durante o teste de míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) da sexta-feira e divulgadas neste sábado (19/11) pela mídia estatal. A menina acompanhava seu pai durante o lançamento.
A agência de notícias estatal KCNA limitou-se a informar que Kim "supervisionou pessoalmente" o lançamento "junto com sua amada filha e a esposa", a primeira-dama norte-coreana Ri Sol-ju, sem fornecer mais detalhes sobre a garota.
Cinco fotos entre as 20 imagens publicadas pela KCNA do teste do dia anterior mostram uma menina vestida com casaco branco ouvindo seu pai enquanto ele parece dar instruções aos funcionários ao seu redor, contemplando à distância com Kim o míssil em sua fase de decolagem e andando de mãos dadas com ele ao lado do sistema de lançamento do projétil.
Especialistas afirmam que essa é a primeira confirmação oficial de que Kim tem uma filha.
Kim teria ao menos três filhos
A mídia estatal norte-coreana raramente divulga informações sobre parentes próximos da dinastia Kim, que governa o país com mão de ferro desde a década de 1940. E esta filha de Kim Jong-un não é exceção, já que a propaganda oficial nunca havia sequer reconhecido sua existência antes.
Todas as informações sobre os descendentes de Kim Jong-un, que se acredita ter 38 anos, foram aventadas por especialistas com conexões dentro do hermético país.
Muitos deles garantem que Kim teria tido três filhos com Ri em 2010, 2012 ou 2013 e 2017, sem conseguir fornecer muito mais informações sobre o assunto.
Depois de uma de suas visitas extravagantes à Coreia do Norte para conhecer Kim Jong-un, o ex-jogador de basquete americano Dennis Rodman disse publicamente em 2013 que segurou em seus braços "sua filha Ju-ae", um bebê na época.
Essa foi a única vez que alguém citou um dos descendentes do ditador norte-coreano pelo primeiro nome.
Não há informação se a garota nas fotos postadas pela KCNA é a mencionada Kim Ju-ae ou uma irmã mais velha.
md (AFP, AP, EFE)
Coreia do Norte nas lentes de um instagrammer
Apesar do destaque no noticiário internacional, nação asiática continua sendo uma das mais isoladas do mundo. Em várias visitas ao país, o instagrammer Pierre Depont tentou capturar a vida cotidiana dos norte-coreanos.
Foto: DW/P.Depont
Traços de normalidade
Apesar da imagem de reclusa, a Coreia do Norte convida estrangeiros a descobrirem suas atrações. Mas viajar como turista não significa passear livremente pelo país, pois guias especiais devem acompanhar cada passo do visitante. As restrições não desencorajaram o instagrammer britânico Pierre Depont, que visitou o país sete vezes, capturando traços de normalidade no cotidiano dos norte-coreanos.
Foto: DW/P. Depont
Capitalismo rastejante
Depont visitou a Coreia do Norte pela primeira vez em 2013 e, desde então, ele estuda as transformações no país autoritário. Nos últimos dois ou três anos, ele observou que “em Pyongyang, tornou-se aceitável exibir a própria riqueza”. Com uma classe média cada vez maior e um boom das construções, a capital norte-coreana parece estar desafiando sanções econômicas internacionais.
Foto: Pierre Depont
Estilo em Pyongyang
Estabelecer contato com pessoas comuns não é fácil na Coreia do Norte, segundo Depont. "Tive algumas conversas aleatórias com estranhos, sempre ouvidas por um dos guias.” De acordo com as experiências do instagrammer, a maioria dos norte-coreanos não gosta de ser fotografado. “As mulheres norte-coreanas estão definitivamente ficando mais estilosas. Mas só é possível notar isso nas cidades.”
Foto: DW/P. Depont
Urbano X rural
Esta estação de metrô em Pyongyang deslumbra passageiros com o que parecem ser paredes de mármore e candelabros. Para Depont, a Coreia do Norte é um lugar ideal para a fotografia. “Você não encontra nenhuma publicidade, nenhuma distração”, diz. Mas enquanto a capital, onde vive a elite, parece estar prosperando, outras partes do país permanecem assoladas pela pobreza.
Foto: Pierre Depont
Dificuldades ocultas
A Coreia do Norte continua sendo uma sociedade altamente militarizada e predominantemente agrícola. Turistas, no entanto, não conseguem ver muito das condições de vida da população rural. “Cada pedacinho de terra é cultivado, cada metro quadrado é usado”, conta Depont.
Foto: Pierre Depont
Abundância encenada?
Turistas interessados na vida fora das cidades norte-coreanas são levados em visitas guiadas a cooperativas agrícolas. Quando Depont visitou uma fazenda do tipo, próxima a Hamhung, segunda maior cidade do país, ela exibia uma pequena venda, com uma variedade de mercadorias ordenadamente expostas. Depont disse ter tido a impressão de que se tratava de um comércio de fachada, só para ser mostrado.
Foto: DW/P.Depont
Escolas de elite
Uma parada numa escola modelo é um ponto importante de muitos tours na Coreia do Norte. A colônia de férias internacional Songdowon foi reaberta em 2014 e recebeu a visita do atual líder do país, Kim Jong-un. “Há algo de irreal no lugar”, conta Depont. “As crianças brincam na sala de jogos, usando fliperamas e cerca de 20 computadores modernos.”
Foto: DW/P.Depont
Militarismo onipresente
O setor militar é fundamental para a identidade do país e para o sustento de sua sociedade. Cerca de um quarto da população trabalha como funcionário militar. Pyongyang tem um dos maiores orçamentos militares do mundo em relação à sua economia. Desde pequenos, os norte-coreanos crescem em meio a um imaginário militar. Depont se deparou com esse tanque em miniatura num playground perto de Hamhung.
Foto: Pierre Depont
Adoração ritualizada
Além do militarismo, o alto nível de controle político e o culto à personalidade de Kim Jong-un e seus predecessores são onipresentes. A adoração cotidiana ao líder supremo impressionou Depont. “Você vê a quantidade de dinheiro e esforço dedicados a sustentar a história dos grandes líderes e suas grandes estátuas.”