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Alemanha tem mais um Knut

9 de janeiro de 2008

Direção do zoológico diz que o filhote é provavelmente uma fêmea e decide separar o novo ursinho da mãe para criá-lo com mamadeira.

Uma namoradinha para Knut?Foto: AP

Depois de o ursinho Knut ter completado um ano em dezembro, a Alemanha tem agora uma nova sensação: um filhote de urso-polar, provavelmente uma fêmea, no jardim zoológico de Nurembergue.

A direção do parque anunciou nesta terça-feira (8/01) que resolveu separar o ursinho da mãe e, a exemplo do que aconteceu com Knut, em Berlim, criar o filhote com mamadeira. A decisão foi tomada após a mãe, a ursa-polar Vera, ter carregado o filhote várias vezes para fora de sua caverna no zoológico nos últimos dias.

Vera com seu filhoteFoto: picture-alliance/ dpa

O diretor do parque, Dag Encke, interpretou o comportamento de Vera com o filhote no início da semana como uma busca por um novo local para criar o ursinho. Ela teria sido perturbada por uma equipe que teria se aproximado ilegalmente para obter imagens do filhote.

"Eu poderia chorar", lamentou Encke, um ferrenho crítico da criação de ursos com mamadeira. Inicialmente ele pretendia que os ursinhos-polares se desenvolvessem da forma mais natural possível, por isso não instalou câmeras de vigilância na caverna.

Ele havia mantido sua posição mesmo depois da morte dos dois filhotes de outra ursa-polar, Vilma. Os três filhotes, que estavam na mesma caverna, vieram ao mundo há cinco semanas e foram os primeiros ursos-polares nascidos neste parque em 15 anos.

Apresentação pública na Páscoa

O filhote de Vera provavelmente é uma fêmea, afirmou o vice-diretor do zoológico de Nurembergue, Helmut Mägdefrau. Seu nome será escolhido em um concurso promovido pela cidade. O filhote pesa 1.700 gramas, está saudável, ainda tem os olhos fechados, dorme muito e mama a cada quatro horas. Se correr tudo bem, ele será apresentado oficialmente ao público na Páscoa.

Direção do zoológico temeu que a cria estivesse sob risco de vidaFoto: AP

As duas crias de Vilma, a outra ursa-polar do parque, desapareceram na segunda-feira. "Presumimos que a própria mãe os tenha comido porque eles talvez estivessem doentes. Pode ser que eles já estivessem mortos quando ela os comeu", disse Encke. Segundo ele, os predadores são conhecidos por comer sua prole quando há algo errado ou quando a mãe sabe que não conseguirá criá-los adequadamente.

A Associação Alemã para a Proteção dos Animais disse que a direção do parque deveria ter reagido mais cedo. "Somos contra a manutenção e a reprodução de ursos-polares em zoológicos", afirmou Thomas Schröder, diretor da associação, acrescentando, porém, que uma vez que possui tais animais em cativeiro, o parque tem a responsabilidade de zelar por eles.

Dependência extrema da mãe

Knut, que completou 1 ano em dezembro, foi criado com mamadeira em Berlim pelo tratador Thomas DoerfleinFoto: AP

Também Berthold Merkel, da Associação bávara de Proteção aos Animais, acusa o jardim zoológico de negligência. Em princípio, ursos-polares não devem ser mantidos em jardins zoológicos, pois lá eles não podem se desenvolver como em seu habitat natural, destacou Merkel.

A morte dos dois filhotes de Vilma não é um fato extraordinário do ponto de vista biológico, disse Frank Göritz, chefe da equipe de veterinários do Instituto Leipniz de Pesquisas Animais, de Berlim, ao jornal Süddeutsche Zeitung. Ele lembra que o primeiro parto de uma ursa-polar pode ser complicado por questões fisiológicas. Além disso, com um peso entre 500 e 600 gramas, as crias são extremamente dependentes da mãe.

Se o filhote não recebe anticorpos através do leite materno nos seus primeiros dias de vida, as chances de sobrevivência tornam-se mínimas. "E não há ninguém que sinta isso melhor do que a própria mãe", explica Göritz. Por isso ela pode matar sua cria. (rw)

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