Pela terceira vez, diretor americano de 80 anos é estrela da abertura do festival de cinema na França. Seis meses após ataques em Paris, edição deste ano conta com segurança reforçada.
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Com segurança reforçada após os ataques terroristas de novembro em Paris, começou nesta quarta-feira (11/05) o 69º Festival Internacional de Cannes. A abertura do evento ficou por conta da estreia de Café Society, o mais recente filme do diretor americano Woody Allen.
Essa é a terceira vez que o cineasta de 80 anos abre o festival, mas mais uma vez sua obra ficou fora da competição principal. "Um grupo se juntar e julgar o trabalho de outras pessoas é algo que eu jamais faria. É algo em que não acredito, por isso não quero participar", disse Allen.
O romance Café Society é ambientado na década de 1930 e conta a história de um jovem que tenta fazer carreira em Hollywood, onde seu tio é um agente poderoso. Ele acaba se apaixonando pela secretária do tio. A jovem, no entanto, mantém um caso com o chefe. O filme é estrelado por Kristen Stewart, Jesse Eisenberg e Steve Carell.
O festival deste ano acontece seis meses após os ataques que mataram 130 pessoas em Paris. A segurança na cidade foi reforçada para a edição, com controles de bolsas e detectores de metal. De acordo com o presidente do evento, Pierre Lescure, cerca de 500 agentes de segurança altamente treinados estão monitorando a região próxima ao tapete vermelho.
Nos próximos dez dias, os olhos do mundo cinematográfico estarão mais uma vez concentrados na cidadezinha do sul da França. A seleção oficial gerou grandes expectativas, reunindo figuras do porte de Pedro Almodóvar (Julieta), Xavier Dolan (Juste la fin du monde), Jim Jarmush (Paterson), Ken Loach (Moi, Daniel Blake), Park Chan-Wook (Agassi) e Sean Penn (The last face).
Presidido pelo cineasta australiano George Miller (Mad Max), o júri deste ano é bastante internacional, incluindo as atrizes e atores Kirsten Dunst, Mads Mikkelsen, Vanessa Paradis e Donald Sutherland, e os diretores László Nemes e Arnaud Desplechin. A entrega dos prêmios será em 22 de maio.
CN/rtr/ap/afp/lusa
12 candidatos quentes à Palma de Ouro em 2016
O novo Woody Allen, "Café Society", abriu hors-concours a 69ª edição do Festival de Cannes. Mas a coisa fica séria com a mostra competitiva, que traz veteranos e talentos promissores entre os cineastas.
Foto: Festival de Cannes
Pedro Almodóvar
Antes da abertura do 69º Festival de Cannes, o diretor Pedro Almodóvar declarou que pode perfeitamente passar sem uma Palma de Ouro. Da boca para fora, tipo "a raposa e as uvas"? Difícil acreditar que o espanhol enjeite um dos principais prêmios cinematográficos do mundo caso seu drama de mãe e filha "Julieta" (na foto, a atriz Adriana Ugarte) consiga se impor diante dos demais 20 concorrentes.
Foto: Festival de Cannes
Irmãos Dardenne
Os belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne concorrem com "La fille inconnue" (A moça desconhecida), sobre uma jovem médica (Adèle Haenel) que se culpa por ter recusado cuidados a uma mulher em apuros. Casos os irmãos saiam este ano com o prêmio máximo do festival, vai ser quase injustiça, pois já o levaram para casa duas vezes, em 1999 e 2005.
Foto: Festival de Cannes
Ken Loach
Famoso por seu olhar tão implacável quanto carinhoso sobre as classes desfavorecidas, o inglês Ken Loach também já ostenta uma Palma de Ouro na estante. Sua nova película, "I, Daniel Blake", enfoca um homem de 59 anos forçado a recomeçar a vida após um infarto. Para tal, conta com a ajuda de uma mãe solteira de dois filhos.
Foto: Festival de Cannes
Cristian Mungiu
O romeno Cristian Mungiu é outro bom conhecido do festival na Côte d'Azur, já tendo vencido em 2007 com o tocante drama de aborto "4 meses, 3 semanas e 2 dias". Sua atual contribuição, "Bacalaureat", conta sobre um pai que coloca toda sua ambição na educação da filha. No entanto, pouco antes dos exames finais, acontecimentos imprevistos colocam em perigo os planos da dupla.
Foto: Festival de Cannes
Asghar Farhadi
O cineasta iraniano Asghar Farhadi entrou para a seleção oficial no último momento, com seu recém-concluído "Forushande" (O vendedor). Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Urso de Ouro da Berlinale em 2011, aqui ele relata a história de um jovem casal cuja relação é profundamente afetada por uma mudança de casa e por ocorrências dramáticas.
Foto: Festival de Cannes
Olivier Assayas
Olivier Assayas é um dos quatro franceses que participam da mostra competitiva em Cannes. "Personal shopper" é uma história de fantasmas contemporânea, ambientada no submundo da moda parisiense. A americana Kristin Stewart ("Crepúsculo") representa uma mulher insatisfeita com o emprego e saudosa do irmão gêmeo morto. Uma das numerosas coproduções alemãs do festival.
Foto: Festival de Cannes
Jim Jarmusch
Já vencedor da Palma com um curta-metragem em 1993, o veterano Jim Jarmusch é um dos três americanos concorrentes em 2016. Ele apresenta "Paterson", sobre o cotidiano de um motorista de ônibus (Adam Driver) em Paterson, Nova Jersey, para quem cada dia é igual aos outros – mas sempre diferente.
Foto: Festival de Cannes
Jeff Nichols
Três meses depois de enfrentar a competição no Festival de Berlim, o americano Jeff Nichols tem a honra de estar entre os 21 grandes concorrentes em Cannes, com "Loving". O título se refere ao processo "Loving versus Virginia", de 1967, em que o estado da Virgínia, no leste dos Estados Unidos, aboliu a proibição de casamentos "interraciais".
Foto: Festival de Cannes
Sean Penn
"The last face", quinta direção do também ator Sean Penn, eleva significativamente o coeficiente hollywoodiano no festival francês. A chefe de uma organização humanitária (Charlize Theron) e um médico (Javier Bardém) lutam para salvar a própria relação amorosa, tendo como pano de fundo a desesperadora situação nos países africanos Sudão e Libéria, devastados por guerras e catástrofes naturais.
Foto: Festival de Cannes
Paul Verhoeven
Após anos de cinema não comercial na Holanda, Paul Verhoeven foi para Hollywood, emplacando sucesso mundial com "Instinto selvagem", de 1992 – e depois colecionou fiascos. De volta à Europa, ele leva a Cannes a coprodução franco-alemã "Elle". Isabelle Huppert encarna a inescrupulosa diretora de uma firma de vídeo-games, cuja vida muda depois que ela é atacada em casa por um agressor mascarado.
Foto: Festival de Cannes
Nicolas Winding Refn
Há anos o dinamarquês Nicolas Winding Refn vem atraindo a atenção dos meios cinematográficos com histórias excêntricas, personagens bizarras, humor negro e uma boa dose de violência. Produzido pelos estúdios Amazon, "The Neon Demon" injeta elementos de horror ao narrar a trajetória de uma jovem e bela modelo em Los Angeles.
Foto: Festival de Cannes
Maren Ade
Após oito anos de vacas magras em Cannes para o cinema alemão, tendo como único consolo as muitas coproduções, "Toni Erdmann", de Maren Ade, atrai atenções e desperta esperanças na seleção oficial. A diretora e roteirista de 39 anos aborda uma complicada relação de pai e filha, protagonizada por Sandra Hüller e Peter Simonischek.