1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Filme "Gravidade" inspira iniciativa para combater lixo espacial

7 de março de 2014

Roteiro do filme pode se repetir em missões reais, já que o risco de colisões no espaço é grande. Cerca de 6.500 toneladas de lixo espacial vagam perto da Terra. Iniciativa quer usar laser para eliminar o problema.

Foto: picture-alliance/dpa

Cenas da ficção estão inspirando projetos no mundo científico. Nesta sexta-feira (07/03), pesquisadores australianos lançaram uma iniciativa para prevenir acidentes com lixo espacial, embalados pela repercussão do filme Gravidade, vencedor de 7 estatuetas do Oscar.

"Nós queremos agora limpar o espaço para evitar os crescentes riscos de colisões e termos certeza que não teremos um evento como o retratado em Gravidade", afirmou Matthew Colless, diretor do Instituto de Pesquisa de Astronomia e Astrofísica da Universidade Nacional da Austrália.

No filme, os astronautas interpretados por George Clooney e Sandra Bullock perdem o controle de uma missão espacial de rotina depois de serem atingidos por destroços de uma colisão de satélites.

No mundo real, as pesquisas do recém-criado Centro Cooperativo de Pesquisa da Gestão do Ambiente Espacial, em Camberra, serão focadas no desenvolvimento de métodos para rastreamento de lixo espacial. Cientistas também querem prever a trajetória desses resíduos e eliminá-los. A ideia é usar lasers, estacionados na Terra, para retirá-los do espaço: os fragmentos seriam lançados na atmosfera e, ao atingir esse campo, entrariam em combustão.

Os riscos de acidente no espaço são grandes. Estima-se que 6.500 toneladas de lixo espacial vaguem em torno da Terra. O potencial de destruição desses fragmentos é enorme. Um objeto de um centímetro que percorre o espaço a uma velocidade de cerca de 50 mil quilômetros por hora, ao colidir com um satélite, possui o poder de destruição de uma granada.

Pesquisadores estimam que cerca de 750 mil fragmentos desse tamanho flutuem próximo ao planeta. Objetos menores, de apenas milímetros, já são suficientes para perfurar a roupa de um astronauta ou destruir aparelhos sensíveis.

Perigo no espaço

Fragmento de um centímetro tem o poder de destruição de uma granadaFoto: ESA/Mixed-Reality Communication GmbH

Para aumentar a proteção na Estação Espacial Internacional (ISS), cientistas desenvolvem um escudo de proteção contra meteoritos, que proteja a base espacial de fragmentos de até um centímetro. Essa capa de proteção precisa ser flexível – a que vai envolver a ISS é feita de um tecido especial.

A iniciativa australiana não é a primeira desse tipo. Outro experimento está sendo realizado por pesquisadores japoneses. No final de fevereiro, eles lançaram satélites para observar o clima juntamente com um outro para combater o lixo espacial.

O pequeno satélite Stars 2 pesa cerca de 5 quilos, possui uma rede de 300 metros de comprimento e 10 centímetros de largura. Essa peça, que se assemelha à uma rede de pesca, deve criar campos eletromagnéticos. Os pesquisadores japoneses esperam que esses campos consigam reduzir a velocidade do lixo espacial à deriva e trazer os fragmentos para atmosfera terrestre, que entrariam em combustão ao atingir essa região.

Sobre o projeto australiano, ainda vai demorar alguns meses para saber se o método com o uso de lasers é uma alternativa eficiente. O novo centro deve iniciar as suas atividades somente em meados deste ano.

CN/afp/dpa

Pular a seção Mais sobre este assunto