Fiocruz identifica nova variante da ômicron no Amazonas
15 de novembro de 2022
Estudo para determinar causas da explosão de novos casos no Amazonas revela variante da ômicron denominada BE.9. Por enquanto não há aumento relevante de hospitalizações ou mortes.
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Um grupo de cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificou o surgimento de uma nova variante do coronavírus no estado do Amazonas. Trata-se de uma mutação da subvariante BA.5 da ômicron denominada BE.9. A descoberta foi divulgada pelo grupo de trabalho da Rede Genômica Fiocruz nesta segunda-feira (14/11).
De acordo com Tiago Gräf, pesquisador da Rede Genômica, a nova variante "fez ressurgir a covid-19 no Amazonas", sendo responsável pelo recente aumento exponencial dos casos no estado. Gräf não soube determinar se a variante BE.9 poderá se disseminar pelo Brasil e causar uma explosão semelhante à registrada no Amazonas.
Uma comparação entre as primeiras semanas de outubro e de novembro aponta um aumento de quase 493% no número de casos, segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS).
"O que acontece no Amazonas tende a se repetir no país"
O pesquisador salientou que o Amazonas é um estado importante para o monitoramento do desenvolvimento do coronavírus no Brasil: "No cenário brasileiro da covid-19, o estado do Amazonas tem agido como um local sentinela de monitoramento. O que acontece lá tende a se repetir nos outros estados e pode estar acontecendo novamente."
Foi justamente no intervalo entre início de outubro e de novembro que a Fiocruz iniciou os estudos no Amazonas. Os dados da fundação apontaram que a média móvel semanal passou de 230 casos de covid-19 para cerca de mil. Para investigar o que poderia estar causando esse aumento significativo, uma equipe da Fiocruz executou o sequenciamento de mais de 200 genomas do Sars-Cov-2 entre setembro e outubro.
"Foi então que identificamos a nova variante", explicou Gräf. De acordo com o relatório da Fiocruz, a BE.9 é uma evolução da subvariante BA.5.3.1, uma ômicron da linhagem BA.5. As duas subvariantes recentes da ômicron BE.9 e BQ.1 (a última variante notável) compartilham algumas mutações.
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Aumento considerável de casos no Brasil
"A BE.9 e a BQ.1.1 têm suas diferenças em outras regiões do genoma, mas na [proteína] spike são muito similares. É por isso que é muito importante que monitoremos de perto a BE.9", prosseguiu Gräf. Por outro lado, o pesquisador reforçou que ambas as subvariantes não parecem provocar um aumento de casos graves da doença no Amazonas.
O Brasil tem registrado um aumento na média móvel de contágios. Na segunda-feira foram registrados 9.128 novos casos – uma variação de 71% em relação à média das duas semanas anteriores. A pior média móvel foi registrada em janeiro deste ano, com mais de 188 mil casos.
Ao longo da pandemia, o Brasil registrou oficialmente quase 35 milhões de infecções e quase 689 mil mortes. Em âmbito global, foram computados mais de 635 milhões de infecções e 6,61 milhões de fatalidades relacionadas à covid-19.
pv/av (ots)
Os 10 vírus mais perigosos do mundo
Embora a covid-19 seja muito contagiosa, sua taxa de mortalidade é relativamente baixa em comparação com esses dez vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Vírus de Marburg
O vírus mais perigoso do mundo é o Marburg. Ele leva o nome de uma pequena cidade alemã às margens do rio Lahn, onde o vírus foi documentado pela primeira vez. O Marburg provoca febre hemorrágica e, assim como o ebola, causa convulsões e sangramentos das mucosas, da pele e dos órgãos. A taxa de mortalidade do vírus chega a 88%.
Foto: Bernhard-Nocht-Institut
Ebola
O vírus do ebola foi descoberto em 1976 na República Democrática do Congo por uma equipe de pesquisadores belgas. A doença foi batizada com o nome do rio que passa pelo vilarejo onde ela foi identificada pela primeira vez. Ele pode ocorrer em cinco cepas distintas, denominadas de acordo com países e regiões na África: Zaire, Sudão, Bundibugyo, Reston, Floresta de Tai. A cepa Zaire é a mais fatal.
Foto: Reuters
Hantavírus
O hantavírus descreve uma ampla variedade de vírus. Assim como o ebola, ele também leva o nome de um rio – neste caso, onde soldados americanos foram os primeiros a se infectarem com a doença durante a Guerra da Coreia, em 1950. Os sinais são doenças pulmonares, febre e insuficiência renal.
Foto: REUTERS
Gripe aviária
Com uma taxa de mortalidade de 70%, o agente causador da gripe aviária espalhou medo durante meses. Mas o risco real de alguém se infectar com o vírus H5NI é muito baixo. Os seres humanos podem ser contaminados somente através do contato muito próximo com as aves. Por esse motivo, a maioria dos casos ocorre na Ásia, onde pessoas e galinhas às vezes vivem juntas em espaço pequeno.
Foto: AP
Febre de Lassa
Uma enfermeira na Nigéria foi a primeira pessoa a se infectar com o vírus Lassa. A doença é transmitida aos humanos através do contato com excrementos de roedores. A febre de Lassa ocorre de forma endêmica na África Ocidental, como é o caso, atualmente, mais uma vez na Nigéria. Pesquisadores acreditam que 15% dos roedores dali sejam portadores do vírus.
Foto: picture-alliance/dpa
Junin
O vírus Junin é associado à febre hemorrágica argentina. As pessoas infectadas apresentam inflamações nos tecidos, hemorragia e sépsis, uma inflamação geral do organismo. O problema é que os sintomas parecem ser tão comuns que a doença raramente é detectada ou identificada à primeira vista.
Crimeia-Congo
O vírus da febre hemorrágica Crimeia-Congo é transmitido por carrapatos. Ele é semelhante ao ebola e ao Marburg na forma como se desenvolve. Durante os primeiros dias de infecção, os doentes apresentam sangramentos na face, na boca e na faringe.
Foto: picture-alliance/dpa
Machupo
O vírus Machupo está associado à febre hemorrágica boliviana. A infecção causa febre alta, acompanhada de fortes sangramentos. Ele desenvolve-se de maneira semelhante ao vírus Junin. O Machupo pode ser transmitido de humano para humano, e é encontrado com frequência em roedores.
Foto: picture-alliance/dpa/Marks
Doença da floresta de Kyasanur
Cientistas descobriram o vírus da floresta de Kyasanur na costa sudoeste da Índia em 1955. Ele é transmitido por carrapatos, mas supõe-se que ratos, aves e suínos também possam ser hospedeiros. As pessoas infectadas apresentam febre alta, fortes dores de cabeça e musculares, que podem causar hemorragias.
Dengue
A dengue é uma ameaça constante. Transmitida pelo mosquito aedes aegypti, a doença afeta entre 50 e 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. O vírus representa um problema para os dois bilhões de habitantes que vivem nas áreas ameaçadas, como Tailândia, Índia e Brasil.