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Fischer inicia viagem pelo continente americano

(rw)14 de novembro de 2004

Ministro alemão de Relações Exteriores, Joschka Fischer, passa por Nova York e Guatemala antes de chegar ao Brasil. Vaga permanente no Conselho de Segurança e convênio nuclear devem ser temas no distrito federal.

Joschka Fischer faz terceira visita à América LatinaFoto: AP

Após uma rápida passagem por Nova York, na noite deste domingo (14/11), o ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, passa pela Guatemala e fica no Brasil de quarta a sexta-feira (19/11). A Alemanha integra o grupo dos quatro países − ao lado de Brasil, Japão e Índia −, que ambicionam em conjunto uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Após a invasão no Iraque, a Alemanha e o Brasil vêem na reforma do Conselho uma forma de diminuir o que chamam de "unilateralidade" norte-americana em nível internacional.

Em Brasília, Fischer será recebido pelo colega de pasta Celso Amorim e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O chefe da diplomacia alemã conversará com lideranças empresariais na Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK), em São Paulo, o principal centro de investimentos alemães no exterior, depois dos Estados Unidos e da União Européia. Ainda na capital paulista, sexta-feira, o ministro verde se encontrará com representantes da comunidade judaica.

Substituição do convênio nuclear

Ministro brasileiro Celso Amorim esteve com Fischer em Berlim em fevereiro de 2003Foto: AP

Um tema de Fischer no país deverá ser o convênio nuclear Brasil-Alemanha, motivo de discussão na coalizão entre verdes e social-democratas na última semana em Berlim. O Partido Verde exige a revogação do acordo assinado há 30 anos, em troca do maior incentivo a fontes regenerativas de energia.

Em resposta a um pedido feito por Fischer na semana anterior, o governo brasileiro notificou a embaixada alemã em Brasília na sexta-feira (12/11) que considera "oportuna" a sugestão de substituir o documento de 1975 por um acordo de cooperação sobre energias renováveis.

Segundo o governo brasileiro, o convênio já teria "atingido seu objetivo central". Além disto, devido à diversificação verificada nas duas últimas décadas em relação à produção de energia, "Brasília aceita com interesse a sugestão alemã de substituir o convênio nuclear por um acordo de cooperação no setor energético, em que sejam ressaltados o desenvolvimento e a transferência de tecnologias nesta área".

Base sólida para as negociações a serem iniciadas "em breve" é um memorando teuto-brasileiro assinado em junho último. Enquanto o Brasil investe principalmente em combustíveis, como o álcool, a Alemanha é líder mundial em tecnologia para a produção de energia solar e eólica.

Passagem por Nova York e Guatemala

A caminho da América Latina, Joschka Fischer passará rapidamente por Nova York, onde na noite deste domingo (14/11) faz um pronunciamento em homenagem ao historiador Fritz Stern, homenageado com a Medalha Leo Beck. O teuto-americano de 78 anos havia fugido da Alemanha nazista em 1938 e é considerado um dos maiores conhecedores da História alemã. O Instituto Leo Beck em Nova York justificou a homenagem a Stein pelo seu engajamento na conciliação entre judeus e alemães.

Nesta terceira visita à América Latina, Fischer vai se encontrar na Guatemala com o presidente Oscar Berger, o ministro das Relações Exteriores, Jorge Briz, e o chefe da missão de paz Minugua, o alemão Tom Königs. Num encontro com ativistas dos direitos humanos, o ministro alemão conversará com Rigoberta Menchú, Nobel da Paz de 1992.

Com a visita, Fischer demonstra a solidariedade de Berlim ao programa de reformas do governo Berger e manifesta o apoio alemão ao processo de paz na Guatemala. Após dez anos, o mandato da missão de paz das Nações Unidas neste país centro-americano termina no final de dezembro próximo.

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