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Fischer, ministro para toda a União Européia?

rw13 de maio de 2003

Vários membros da UE apóiam sugestão de candidatura do alemão Joschka Fischer a cargo de ministro comum do Exterior. Criação do cargo está sendo discutida em convenção que elabora projeto de Carta da UE.

Joschka Fischer prestigiado na comunidade européiaFoto: AP

A partir de maio do próximo ano, a União Européia terá 25 membros. Para facilitar seu gerenciamento, está sendo discutido em Bruxelas o maior pacote de reformas de sua história. Trata-se da Convenção da União Européia, presidida pelo ex-presidente francês Valéry Giscard d'Estaing, que apresentará seu projeto em meados do ano.

Entre as sugestões em debate, está a eleição de um político para a presidência da UE, por maioria qualificada dos chefes de Estado e de governo dos países membros, bem como a de um presidente da Comissão Européia (órgão executivo da UE) pelo Parlamento Europeu. A presidência da UE deixaria, portanto, de ser rotativa, e passaria a durar dois anos e meio ou cinco anos, em vez dos seis meses atuais.

Por outro lado, a maioria concorda com a criação de um cargo de ministro das Relações Exteriores, que concentraria a política externa comum européia, atualmente definida pelo Conselho de Ministros, de comum acordo com os chefes da diplomacia dos 15 países membros.

Sua necessidade e importância ficaram evidentes recentemente, no racha da União Européia em relação à guerra no Iraque. Atualmente, o posto é dividido entre Javier Solana, encarregado de segurança política externa, e pelo comissário de relações exteriores, Chris Patten.

Apoio de vários países

O candidato mais cotado para o novo posto é o atual chefe da diplomacia alemã, Joschka Fischer. O ministro, que é do Partido Verde, integra o grupo de 103 membros da Convenção. Poucos duvidam que lhe faltem ambição ou competência para o cargo, até porque ele sempre defendeu, de forma apaixonada, que a Europa tenha um porta-voz de peso. "Só desta maneira o velho continente teria condições de desempenhar um papel importante entre as velhas e novas potências no Leste e Ocidente", argumenta Fischer.

Embora lamente perder seu carismático ministro (também vice-chefe de governo) e principal parceiro verde na coalizão de governo, o chanceler federal Gerhard Schröder disse que Fischer seria um excelente nome para o cargo de primeiro ministro europeu do Exterior. Caso o cargo fosse mesmo criado, o fato de um alemão ocupá-lo seria um orgulho para a Alemanha, argumentou o social-democrata Schröder.

Apoio ao ministro verde vem também da Polônia, Itália, Suécia, Holanda, Bélgica e Luxemburgo, conforme publicou a edição alemã do jornal Financial Times na edição desta terça-feira. Fischer seria um candidato muito bom, por seus ótimos contatos com a Polônia, disse ao diário Tadeusz Iwinski, assessor de política externa do primeiro-ministro Leszek Miller.

Elogios também do ministro europeu italiano. "Fischer é simpático, competente e benquisto em toda a Europa, também na Itália", assinalou Rocco Buttiglione. A mesma opinião é partilhada pelo ministro belga do Exterior, Guy Verhofstadt: "Fischer seria alguém que poderia reparar as relações entre a União Européia e Washington."

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