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Fischer tenta novo diálogo de paz

ef17 de dezembro de 2003

Ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, consegue poucos resultados concretos em Israel e nos territórios palestinos na sua tentativa de reativar o processo de paz.

Fischer (esq) critica muro em conversa com SharonFoto: AP

Na sua missão de paz pelo Oriente Médio, que se encerrou nesta quarta-feira (17), o chefe da diplomacia da Alemanha, Joschka Fischer, exortou Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) a retomarem rapidamente o processo de paz. Fischer mostrou-se otimista ao final de três dias de conversações, embora sem resultados concretos imediatos. Ele disse, em Tel Aviv, que "as coisas estão de novo em movimento" e que "agora é o momento de avançar". O chefe da diplomacia alemã criticou a construção do muro em volta da Cisjordânia, mas confirmou o direito de Israel à autodefesa e exigiu que os palestinos destruam as estruturas do terror.

Com Sharon e Kureia

- O ministro alemão conversou inicialmente com o primeiro-ministro palestino, Ahmed Kureia, em Abu Dis, no leste de Jerusalém. A seguir, Fischer pronunciou-se a favor de um encontro de Kureia com o premier israelense, Ariel Sharon. Kureia esclareceu, todavia, que não havia data marcada para tal encontro.

A seguir Fischer conversou com Sharon em Jerusalém, ao qual manifestou a preocupação do governo alemão com o polêmico muro entre Israel e a Cisjordânia. Sharon teria argumentado que "foi o terror que construiu esse muro", segundo membros da delegação alemã. Sharon defendeu o isolamento do território palestino como necessário para defender Israel de ataques suicidas. Assegurou, ao mesmo tempo, que estaria se atendo ao plano de paz "mapa do caminho".

Durante a visita de Fischer, o ministro das Finanças e ex-premier israelense, Benjamin Netanjahu, esclareceu que colocou mais US$ 160 milhões à disposição para a construção do muro, que é visto pelos israelenses como uma antecipação às fronteiras do futuro Estado palestino. Segundo cálculos da ONU, depois de pronta a construção, Israel terá anexado de fato 15% da Cisjordânia.

Isolamento de Arafat

- Desta vez o ministro alemão não se encontrou com o presidente palestino, Yasser Arafat, que amarga o isolamento internacional. Os dois se viram pela última vez em abril passado, no quartel-general de Ramallah quase inteiramente destruído por ataques israelenses. Por causa desse encontro, durante a última visita de Fischer ao Oriente Médio, o ministro alemão atraiu grande indisposição do governo Sharon, que havia acabado de declarar o chefe da OLP "uma pessoa irrelevante".

Otimismo e ceticismo

- O plano alemão para reativar o processo de paz no Oriente Médio foi aprovado com grande otimismo no Cairo, onde Fischer iniciou a sua missão de sondagens de três dias. Mas, depois de uma hora de vôo, ele se deparou com grande ceticismo na capital da Jordânia, onde 60% da população é de palestinos. Amã vê com grande ceticismo todos os esforços para reativar o processo de paz congelado há meses.

Numa conferência sobre segurança em Tel Aviv, Fischer citou as condições para uma solução de paz no Oriente Médio: um cessar-fogo, dissolução das estruturas terroristas do lado palestino, retirada das tropas israelenses dos territórios palestinos e o desmonte das colônias judaicas ilegais.

Os grupos radicais palestinos Hamas, responsável pela maioria dos atentados suicidas contra israelenses, e Jihad (guerra santa) rejeitam um armistício abrangente com Israel, mesmo depois do encontro de seus representantes com mediadores egípcios. Ambas as organizações terroristas disseram que, por causa da permanente ocupação e dos ataques de Israel, não haveria condições para um cessar-fogo.

Desde o início da rebelião Intifada, já foram mortos 2600 palestinos e 900 israelenses. Irritados com a política de colonização israelense e a construção do muro de isolamento da Cisjordânia, os Estados Unidos reduziram um empréstimo para Israel de US$ 9 bilhões para US$ 290 milhões no final de novembro passado.

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