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Fitsch baixa classificação de risco da Espanha

8 de junho de 2012

País ibérico é rebaixado do nível A para BBB, como Brasil e México, porém com perspectiva negativa. Ministro espanhol da Fazenda: porta para o mercado de capitais “não está aberta”.

Foto: picture-alliance/ZB

A crise do euro na Europa fez mais uma vítima nesta quarta-feira (06/06): a Espanha teve sua posição rebaixada pela agência de classificação de risco Fitch Ratings, saindo do nível A e indo para o nível BBB, o mesmo em que se encontra o Brasil.

O decréscimo de três níveis pela agência se deu ao fato de considerar o país um investimento de risco, com custo de reestruturação muito elevado. O panorama negativo avaliado pela Fitch indica ainda que a médio prazo essa posição poderá ser rebaixada. Além da Espanha, encontram-se no nível BBB o Brasil, México, Peru e Rússia, porém estes são considerados estáveis.

Agora, a Espanha está a dois níveis do grau especulativo, beirando ter suas ações consideradas duvidosas. Outra agência de risco renomada, a Standard&Poor's, já havia rebaixado a Espanha em abril: de A para BBB+.

A Fitch estima que o gasto necessário para a recapitalização e reestruturação da quarta economia da zona do euro seja de, no mínimo, 60 bilhões de euros, podendo chegar a 100 bilhões de euros. Previsões anteriores indicavam que o endividamento do país atingiria 82% em 2013, porém ultimamente a perspectiva é de que chegue a 95% do PIB em 2015, com a recapitalização mínima.

Morador de rua em MadriFoto: dapd

Ainda assim, a Fitch crê que o governo espanhol pode conseguir driblar uma crise mais grave, contanto que reduza seu deficit orçamental para 3% do PIB em 2014, atingindo um crescimento de, pelo menos 1,5% a longo prazo.

Críticas ao governo

No começo desta semana, o ministro espanhol da Fazenda, Cristóbal Montoro, afirmou que a porta para o mercado de capitais “não está aberta”. A agência de classificação também se pronunciou quanto ao governo espanhol, atribuindo a ele erros políticos e afirmando que “a reduzida flexibilidade financeira de Madri está limitando sua capacidade de intervir em decisões na reestruturação do setor bancário e aumentou a probabilidade de [requerer] ajuda financeira externa”.

Além disso, a Fitch afirmou que a Espanha possui “frágil confiança em sua capacidade de implementar a consolidação orçamental em tempo útil” e é vulnerável à crise do euro, por possuir um endividamento externo líquido de 90% do PIB.

O Ministério espanhol da Fazenda arrecadou, nesta quinta-feira, 2,07 bilhões de euros em leilão de títulos de dois, quatro e dez anos. A procura pelos títulos foi grande, porém os juros pagos por Madri serão significativamente maiores que os pagos em leilão semelhante ocorrido antes do rebaixamento.

Segundo a revista Veja, Antonio López-Isturiz, membro do Parlamento Europeu, afirmou que a Espanha considera pedir até 100 bilhões de euros ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), neste fim de semana.

GMF/dw/lusa/dpa
Revisão: Augusto Valente

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