Agências humanitárias dizem que dobrou o fluxo de pessoas que tentam atravessar a fronteira entre Macedônia e Grécia. Na ilha grega de Kos, após tumultos, migrantes ganham abrigo provisório para 2.500 refugiados.
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Agências humanitárias privadas alertaram neste domingo (16/08) que o número de pessoas que tentam atravessar a fronteira entre Macedônia e Grécia dobrou em apenas uma semana. Atualmente, cerca de 2 mil migrantes por dia realizam a rota para chegar à Europa Ocidental.
Na cidade fronteiriça de Gevgelija, na Macedônia, centenas de pessoas, algumas usando da violência, tentam obter alguns dos lugares nos poucos trens que vão em direção à Sérvia. Na ilha grega de Kos, os refugiados ganharam abrigo temporário, após confrontos registrados do dia anterior.
Entidades acreditam que o aumento do fluxo na fronteira greco-macedônia tem relação com os planos do governo da Hungria de proteger suas fronteiras externas da UE com a construção de uma cerca de arame farpado. Cada vez mais pessoas chegam à Europa Ocidental e do Norte vindas de Síria, Afeganistão e Paquistão através da chamada rota dos Bálcãs.
Na ilha grega de Kos, onde refugiados vivem acampados no calçadão da praia, não têm local para tomar banho e dispõem de poucos alimentos, há sinais de esperança. Neste domingo, mais de 300 pessoas foram acomodadas no navio Eleftherios Venizelos. A embarcação deverá fornecer alojamento temporário para até 2.500 refugiados durante cerca de duas semanas.
Separação de nacionalidades
As autoridades da Grécia decidiram, por razões de segurança, que apenas sírios podem entrar na embarcação para evitar conflitos entre migrantes de nacionalidades diferentes. No sábado, a imprensa local registrou confrontos entre cerca de 50 afegãos, iraquianos e paquistaneses em frente à delegacia de polícia de Kos.
O tumulto começou quando os migrantes esperavam para serem registrados no local. O estádio de futebol, onde as inscrições eram realizadas, foi fechado. Este ano, 124 mil refugiados já chegaram à Grécia.
No mesmo dia, pelo menos 40 migrantes foram encontrados mortos pela Marinha italiana. As vítimas, que tentavam chegar à Europa vindas da costa Líbia, morreram sufocadas no porão do barco que trafegava pelo Mar Mediterrâneo. Na embarcação havia mais de 300 pessoas.
Massimo Tozzi, comandante do navio da marinha Cigala, unidade responsável pelo resgate, confirmou o salvamento de "319 pessoas de várias nacionalidades, entre elas 45 mulheres e 3 menores de idade".
MD/dpa/rtr/afp
Como a Alemanha abriga os refugiados
A Alemanha receberá, só neste ano, até 450 mil refugiados. Mas quem espera por um visto precisar viver em locais bem distintos. Veja na galeria de fotos.
Foto: Picture-Alliance/dpa/P. Kneffel
Alojamento preliminar
Quando os refugiados chegam à Alemanha, vão para um alojamento preliminar. Este, em Trier, no estado da Renânia-Palatinado, tem capacidade para receber 850 pessoas que estejam à espera de um visto. Os refugiados precisam ficar por três meses até serem transferidos para outra cidade ou distrito – dependendo do local, as moradias são bem distintas.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Tittel
Acampamento improvisado
Como muitos dos alojamentos preliminares estão lotados, outras instalações têm sido utilizadas para abrigar os refugiados. Em Hamm, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, 500 pessoas vivem no salão para eventos da prefeitura. Com 2,7 mil m², o local foi divido em "quartos", cada um com 14 leitos.
Foto: picture-alliance/dpa/I. Fassbender
Pernoite na sala de aula
O enorme fluxo de refugiados leva muitas cidades ao limite de capacidade. Aachen, por exemplo, teve, em meados de julho, que abrigar 300 pessoas de uma hora pra outra. Logo, a única maneira de acomodá-los foi colocando camas numa escola da cidade.
Foto: Picture-Alliance/dpa/R. Roeger
Acampamentos provisórios
Nos últimos tempos, o número de campos para refugiados na Alemanha tem crescido vertiginosamente. Com a construção de um acampamento provisório, o alojamento central para refugiados em Halberstadt, na Alta Saxônia, aumentou consideravelmente a capacidade. Agora, no verão, essas tendas temporárias podem ser utilizadas. Até que o inverno comece, outros alojamentos devem ser colocados à disposição.
Foto: Picture-Alliance/dpa/J. Wolf
Vivendo com dificuldades
Atualmente, a cidade de Dresden tem um dos maiores acampamentos para refugiados. Contudo, viver por lá exige paciência dos moradores. Há filas gigantes para os banheiros e nos refeitórios. No total, o local abriga atualmente mil pessoas, de 15 nacionalidades. Nos próximos dias, outros refugiados deverão chegar – até que se chegue à capacidade total de 1.100 pessoas.
Foto: Picture-Alliance/dpa/A. Burgi
Morando em containers
Para que a capacidade de receber os refugiados seja maior, muitas cidades alemãs têm construído containers que servem de moradia. Em Trier, por exemplo, a solução vem sendo utilizada desde 2014. Atualmente, são mais de mil pessoas nessas instalações.
Foto: Picture-Alliance/dpa/H. Tittel
Atentados
A foto mostra o corpo de bombeiros apagando o incêndio causado por um atentado nas instalações de Remchingen, no estado de Baden-Württemberg. Muitas vezes, a oposição de muitos moradores à chegada dos refugiados acaba se transformando em violência. No momento, há ataques quase diários aos alojamentos – principalmente no leste e no sul da Alemanha.
Foto: Picture-Alliance/dpa/SDMG/Dettenmeyer
O envolvimento político
O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, conversa com crianças de um campo de refugiados na cidade de Wolgast, no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, onde vivem cerca de 300 pessoas. O político exigiu que o governo alemão preste auxílios financeiros aos munícipios atingidos. Porém, Gabriel salientou que receber refugiados não é uma questão de dinheiro, mas, sim, "de decência".
Foto: picture-alliance/dpa/B. Wüstneck
Novas instalações
Para que os refugiados possam ser devidamente abrigados, vários municípios estão construindo novos alojamentos – como em Eckental, perto de Nurembergue, na Baviera. A foto mostra o novo complexo, que terá capacidade para 60 pessoas. Os primeiros moradores devem chegar em janeiro de 2016.
Foto: Picture-Alliance/dpa/D. Karmann
Novos acampamentos provisórios
Até que os novos alojamentos fiquem prontos, serão erguidos vários outras instalações de emergência. Como este, no parque industrial de Munique. Aqui, cerca de 170 membros de organizações humanitárias e do corpo de bombeiros constroem, de madrugada, um acampamento com duas dúzias de barracas e 300 leitos.