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FMI acerta empréstimo de 50 bilhões de dólares à Argentina

8 de junho de 2018

Em troca, governo de Mauricio Macri se compromete a reduzir o déficit primário e as taxas de inflação. Presidente argentino recorre à instituição para conter crise cambial.

Mauricio Macri
Macri recorreu ao FMI no início de maio para tentar conter a desvalorização do peso frente ao dólarFoto: picture-alliance/AP Photo/V. R. Caivano

Após semanas de negociações, o Fundo Monetário Internacional (FMI) chegou a um acordo nesta quinta-feira (07/06) com o governo da Argentina para um empréstimo de 50 bilhões de dólares ao país. O valor será desembolsado em três anos.

Em troca, o governo de Mauricio Macri se comprometeu a reduzir o déficit primário e as taxas de inflação. Os detalhes do acordo foram anunciados pela presidência da Argentina e pelo FMI em comunicado.

O acordo prevê uma redução do déficit do previsto anteriormente de 2,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,3%, em 2019. O governo enviará ainda uma proposta ao Congresso de reforma do Banco Central para fortalecer sua autonomia.

Em relação à inflação, a Argentina concordou em reduzir a taxa para 17% até o final de 2019, e posteriormente para 13% em 2020 e 9% em 2021. A inflação anual no país chegou a 25% em 2017.

"Concebido e implementado pelo governo argentino, o acordo pretende fortalecer a economia em benefício de todos os argentinos", afirmou a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, em comunicado.

O acordo precisa ser aprovado pelo conselho executivo da instituição, que nos próximos dias analisará o plano econômico apresentado por Macri. A decisão final deve sair no dia 20 de junho.

Com a Argentina em crise cambial, Macri recorreu ao FMI no início de maio para tentar conter a desvalorização do peso frente ao dólar. O governo argumentou que o empréstimo garantirá a segurança e evitará crises semelhantes as enfrentadas no passado.

Essa foi a primeira vez em 15 anos que os argentinos recorrem ao FMI, uma instituição que ficou marcada no país: muitos ainda a culpam pelas políticas que, após os sucessivos empréstimos dos anos 1980 e 90, levaram ao colapso econômico nacional entre 2001 e 2002.

CN/efe/rtr/dpa

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