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FMI alerta sobre cenário mundial e reduz previsão para Brasil

16 de julho de 2012

Relatório prevê que economia brasileira cresça 2,5% neste ano, menos do que o previsto em abril. Diante da crise do euro e da ameaça de abismo fiscal nos EUA, crescimento econômico global é estimado em 3,5%.

ARCHIV - Das Logo des Internationale Währungsfonds an dessen Hauptsitz in Washington (Archivfoto vom 18.05.2011). Der Internationale Währungsfonds (IWF) ist in der weltweiten Finanzkrise zu einem der wichtigsten Krisenhelfer aufgestiegen. Die Sonderorganisation der Vereinten Nationen greift ein, wenn Staaten Finanzschwierigkeiten haben oder ihnen der Bankrott droht. Der IWF hilft den Mitgliedsländern dann mit Krediten. Die Finanzhilfen des IWF sind meist an strenge Auflagen geknüpft - etwa an die Sanierung des Staatshaushalts. EPA/JIM LO SCALZO (zu dpa-Hintergrund: Stichwort: Internationaler Währungsfonds) +++(c) dpa - Bildfunk+++
Logo Internationaler WährungsfondsFoto: picture-alliance/dpa

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu suas projeções para o crescimento econômico global no relatório Panorama Econômico Mundial, divulgado nesta segunda-feira (16/07). O órgão apontou a zona do euro como prioridade e disse ser necessário que os políticos europeus ajam com vigor e velocidade suficientes para combater a crise da dívida. Em economias emergentes como o Brasil, o ritmo de crescimento também diminuiu.

Para 2013, o FMI reduziu sua projeção de crescimento global de 4,1%, anunciada em abril, para 3,9%. Os números para a maioria das economias desenvolvidas e emergentes sofreram reduções para o próximo ano. Já a previsão de crescimento mundial para 2012 foi mantida em 3,5%, após um primeiro trimestre melhor do que o esperado.

Para a economia brasileira, foi previsto um incremento de 2,5% até dezembro – 0,6 ponto percentual a menos do que na estimativa divulgada em abril. Em 2013, o FMI estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça 4,6% – 0,5 ponto percentual a mais do que o previsto em abril –, estimulado principalmente por investimentos para a Copa do Mundo de 2014.

De acordo com o relatório macroeconômico do FMI, o cenário de mercados em desenvolvimento – principalmente Brasil, China e Índia – foi afetado em parte pelo ambiente externo. "Mas a demanda interna também desacelerou fortemente em resposta a limites da capacidade e uma política monetária restritiva no ano passado", diz o documento.

Muitas economias emergentes também foram atingidas pelo aumento do risco percebido pelos investidores e da incerteza com relação ao crescimento, que levaram não apenas à queda do preço de ações, mas também à migração de capitais desses países e à depreciação das moedas locais.

"Em economias emergentes, os tomadores de decisão devem estar preparados para lidar com declínios comerciais e a alta volatilidade dos fluxos de capital", alerta o FMI.

Enquanto o crescimento previsto para as economias avançadas – que incluem EUA, Japão, Canadá, Reino Unido e países da zona do euro como Alemanha e França – ficou em 1,4% para 2012 e 1,9% para 2013, a projeção para as economias emergentes foi de 5,6% e 5,9%, respectivamente.

Risco europeu

Para a zona do euro, abalada pela crise, o FMI prevê uma crescimento negativo de 0,3% neste ano e um leve incremento da economia de 0,7% para o ano que vem. Estima-se que a economia da forte Alemanha cresça 1% em 2012 e 1,4% em 2013, e a da arrasada Espanha, por outro lado, encolha 1,5% e 0,6% no biênio.

"O risco mais imediato é que a ação política atrasada ou insuficiente intensifique ainda mais a crise na zona do euro", afirma o relatório divulgado nesta segunda-feira. O FMI elogiou as medidas adotadas na cúpula dos líderes europeus em junho, consideradas "passos na direção correta", mas pediu mais integração fiscal e bancária.

O Fundo pediu a criação de um mecanismo pan-europeu de fiscalização dos bancos e um mecanismo para salvar bancos falidos. A instituição considera que o Banco Central Europeu (BCE) deve lançar novas medidas não convencionais para apoiar a economia, como o regresso à compra de dívida pública dos países em dificuldades. "Solucionar a crise na zona do euro é a maior prioridade", afirma o FMI.

Ameaça dos EUA

Apesar dos alertas sobre a zona do euro, o FMI deixou claro que a Europa não representa o único fator de risco para o crescimento econômico global. Nos Estados Unidos, o que preocupa é o chamado "abismo fiscal", com o fim de isenções fiscais e uma série de cortes de gastos previstos a partir de janeiro, que poderiam levar a ainda enfraquecida economia norte-americana de volta à recessão.

Enquanto mercados financeiros acreditam que o Congresso norte-americano e a Casa Branca encontrarão um modo de evitar uma catástrofe fiscal, o FMI alerta sobre o "potencial para uma reação adversa caso tal visão consensual comece a vacilar".

"Evitar o abismo fiscal, elevando prontamente o teto da dívida e desenvolvendo um plano fiscal de médio prazo, é essencial", recomendou o Fundo aos EUA. As projeções de crescimento econômico para o país ficaram em 2% em 2012 e 2,3% em 2013.

LPF/rtr/afp/lusa
Revisão: Roselaine Wandscheer

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