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FMI e Banco Mundial pedem medidas para impulsionar crescimento global

13 de outubro de 2012

Durante encontro em Tóquio, líderes financeiros mundiais concordam com a necessidade de adotar reformas políticas que estimulem economias em crise. Proposta inclui novo programa de compra de títulos pelo BCE.

Foto: REUTERS

Líderes financeiros mundiais apoiaram neste sábado (13/10) uma lista de reformas políticas com o intuito de pressionar a Europa e os Estados Unidos a combater o déficit que ameaça estrangular o crescimento econômico global. Os países concordaram ainda em rever seus progressos daqui a seis meses.

"O crescimento global desacelerou, e incertezas substanciais e riscos de deterioração permanecem", afirmaram os líderes no último dia do encontro anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial em Tóquio, do qual participaram ministros das Finanças de vários países.

"Precisamos agir decisivamente para evitar uma volta negativa e restaurar a economia global para um caminho de crescimento forte, sustentável e equilibrado", declarou a direção do FMI.

A proposta de dez páginas resume medidas previamente discutidas, como a implantação de um novo programa de compra de títulos pelo Banco Central Europeu (BCE) e a tentativa de evitar o "abismo fiscal" dos Estados Unidos, com corte de despesas e aumentos de impostos previstos para o ano que vem.

Relatórios do FMI desta semana rebaixaram a previsão de crescimento econômico global pela segunda vez desde abril. Também alertaram para a necessidade de ação nas economias avançadas para curar a ressaca da dívida, que resulta em parte dos esforços anteriores no sentido de estancar a crise financeira global

Zona do euro

O comitê também afirmou que outros passos serão necessários – incluindo uma união bancária – para poder controlar a crise bancária da zona do euro. "Houve progresso significativo na zona do euro. Mas outros passos também são necessários", declarou o FMI.

Schäuble e Lagarde garantiram que estão unidos no combate à criseFoto: Reuters

"Aguardamos a oportuna implantação de uma união bancária e fiscal efetivas para fortalecer a união monetária e também de reformas estruturais para impulsionar o crescimento e a criação de empregos em âmbito nacional."

O presidente do BCE, Mario Draghi, disse que pode levar mais um ano até que as reformas na supervisão das instituições financeiras da União Europeia sejam implementadas. Ele ressaltou ser muito importante que este "passo institucional" seja dado até o próximo dia 1º de janeiro.

"Assim, poderemos nos preparar para fazer a supervisão e torná-la operacional. Acreditamos que por volta de janeiro de 2014 o novo formato estará operacional", calcula Draghi.

Durante o encontro no Japão, o ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schäuble, e a chefe do FMI, Christine Lagarde, aproveitaram para aparar as arestas e garantiram que estão unidos na luta contra a crise na UE. Nos últimos dias, Schäuble e Lagarde vinham defendendo diferentes medidas para combater o problema.

Na quinta-feira, a chefe do FMI havia se mostrado favorável à concessão de mais dois anos para o programa de austeridade da Grécia, a fim de que o país consiga superar a crise. Até o momento, a Alemanha rejeita tal pedido do governo em Atenas.

MSB/rtr/dpa/afp
Revisão: Luisa Frey

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