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Vitória anunciada

28 de junho de 2011

Pouco antes do anúncio oficial, também o Brasil se posicionara a favor da candidatura francesa, que teve ainda o apoio da China, da Rússia e dos Estados Unidos.

Lagarde era a favorita ao cargoFoto: dapd

A francesa Christine Lagarde, de 55 anos, será a primeira mulher a comandar o FMI (Fundo Monetário Internacional). O conselho executivo do organismo anunciou nesta terça-feira (28/06) que Lagarde foi a escolhida para ocupar o cargo de diretor-gerente.

Segundo a nota divulgada pelo FMI, o mandato de Lagarde começará no próximo dia 5 de julho e terá cinco anos de duração. A escolha dela era dada como certa, já que até mesmo as potências emergentes China, Brasil e Rússia haviam se manifestado a favor da candidatura. Também os Estados Unidos apoiaram a candidata europeia.

Lagarde ocupará o cargo que está vago desde a renúncia do também francês Dominique Strauss-Kahn, acusado de tentativa de estupro. Ela tinha um único concorrente à vaga, o economista mexicano Agustín Carstens.

Posição brasileira

O Brasil manifestou-se a favor de Lagarde apenas nesta terça-feira, pouco antes do anúncio do conselho executivo do FMI. "Para a escolha em favor da sra. Lagarde pesaram não apenas seu currículo e experiência profissional, mas também seu reiterado compromisso com a continuidade do processo de reformas do Fundo", diz a nota do governo brasileiro, que reitera que entre as reformas deve estar o compromisso de que o próximo diretor-gerente do FMI não seja necessariamente um europeu.

Os pontos defendidos pelo governo brasileiro são os seguintes, segundo a nota do Ministério da Fazenda:

- Transferência de quotas em favor dos países emergentes e em desenvolvimento, aumentando seu peso no processo decisório do FMI, em linha com o seu dinamismo na economia mundial. Para tanto, a reforma de 2010 deve ser implementada com a maior brevidade e uma ampla revisão da fórmula de cálculo de quotas deve ser aprovada;

- Compromisso de que o próximo diretor-gerente do FMI não seja necessariamente um cidadão europeu;

- Os países pequenos devem ter voz adequada. Desde a crise global, os países pequenos têm enfrentado desafios específicos que demandam maior atenção do FMI;

- Fortalecimento do Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC, na sigla em inglês, um órgão de assessoramento do FMI) como um órgão baseado no consenso;

- Maior diversidade no staff do FMI em termos de nacionalidade, gênero e formação acadêmica e profissional;

- Aprimoramento da supervisão das economias avançadas sistemicamente importantes;

- Aprofundamento do conhecimento com as experiências nacionais de administração de fluxos de capitais, sem adotar abordagem prescritiva;

- Modernização das linhas de pensamento, adequando-se à realidade das economias mundial e domésticas e superando a prevalência do ideário imposto pelas economias avançadas.

AS/dpa/rtr/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer

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