Fogo atinge futuro abrigo de refugiados na Alemanha
25 de agosto de 2015
Ginásio de esportes em Nauen, nas imediações de Berlim, deveria acolher dezenas de requerentes de asilo. Incêndio é o segundo do tipo no país em apenas dois dias, e polícia suspeita que tenha sido provocado.
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Um ginásio de esportes que estava sendo preparado para abrigar requerentes de asilo nos arredores de Berlim foi danificado por um incêndio na noite desta segunda-feira (24/08), segundo a polícia local. Ninguém ficou ferido.
O incêndio, ocorrido em Nauen, a cerca de 20 quilômetros da capital alemã, é o segundo em apenas dois dias a atingir instalações destinadas a imigrantes no país. Na noite anterior, um centro que estava sendo preparado para receber refugiados pegou fogo no estado de Baden-Württemberg, no sul do país. Os investigadores suspeitam que ambos os incêndios tenham sido provocados.
Neste ano, a cidade de Nauen foi palco de várias manifestações contra a prevista chegada de requerentes de asilo. Em fevereiro, uma reunião de legisladores locais para discutir o tema teve que ser interrompida devido à presença de um grande grupo de manifestantes de extrema direita. A cidade deveria receber, temporariamente, 130 imigrantes no ginásio poliesportivo a partir de setembro.
As autoridades alemãs vêm sendo alarmadas por uma onda de atos contra refugiados, enquanto o país se prepara para abrigar um número recorde de 800 mil requerentes de asilo.
A cidade de Heidenau, perto de Dresden, no leste do país, foi palco no último fim de semana de violentos confrontos entre manifestantes e policiais, em protestos contra a abertura de um novo centro para refugiados.
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, condenou os tumultos, qualificando a violência como "repugnante" e "absolutamente inaceitável" e anunciou que visitará o abrigo nesta quarta-feira.
MD/afp/dpa
Como a Alemanha abriga os refugiados
A Alemanha receberá, só neste ano, até 450 mil refugiados. Mas quem espera por um visto precisar viver em locais bem distintos. Veja na galeria de fotos.
Foto: Picture-Alliance/dpa/P. Kneffel
Alojamento preliminar
Quando os refugiados chegam à Alemanha, vão para um alojamento preliminar. Este, em Trier, no estado da Renânia-Palatinado, tem capacidade para receber 850 pessoas que estejam à espera de um visto. Os refugiados precisam ficar por três meses até serem transferidos para outra cidade ou distrito – dependendo do local, as moradias são bem distintas.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Tittel
Acampamento improvisado
Como muitos dos alojamentos preliminares estão lotados, outras instalações têm sido utilizadas para abrigar os refugiados. Em Hamm, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, 500 pessoas vivem no salão para eventos da prefeitura. Com 2,7 mil m², o local foi divido em "quartos", cada um com 14 leitos.
Foto: picture-alliance/dpa/I. Fassbender
Pernoite na sala de aula
O enorme fluxo de refugiados leva muitas cidades ao limite de capacidade. Aachen, por exemplo, teve, em meados de julho, que abrigar 300 pessoas de uma hora pra outra. Logo, a única maneira de acomodá-los foi colocando camas numa escola da cidade.
Foto: Picture-Alliance/dpa/R. Roeger
Acampamentos provisórios
Nos últimos tempos, o número de campos para refugiados na Alemanha tem crescido vertiginosamente. Com a construção de um acampamento provisório, o alojamento central para refugiados em Halberstadt, na Alta Saxônia, aumentou consideravelmente a capacidade. Agora, no verão, essas tendas temporárias podem ser utilizadas. Até que o inverno comece, outros alojamentos devem ser colocados à disposição.
Foto: Picture-Alliance/dpa/J. Wolf
Vivendo com dificuldades
Atualmente, a cidade de Dresden tem um dos maiores acampamentos para refugiados. Contudo, viver por lá exige paciência dos moradores. Há filas gigantes para os banheiros e nos refeitórios. No total, o local abriga atualmente mil pessoas, de 15 nacionalidades. Nos próximos dias, outros refugiados deverão chegar – até que se chegue à capacidade total de 1.100 pessoas.
Foto: Picture-Alliance/dpa/A. Burgi
Morando em containers
Para que a capacidade de receber os refugiados seja maior, muitas cidades alemãs têm construído containers que servem de moradia. Em Trier, por exemplo, a solução vem sendo utilizada desde 2014. Atualmente, são mais de mil pessoas nessas instalações.
Foto: Picture-Alliance/dpa/H. Tittel
Atentados
A foto mostra o corpo de bombeiros apagando o incêndio causado por um atentado nas instalações de Remchingen, no estado de Baden-Württemberg. Muitas vezes, a oposição de muitos moradores à chegada dos refugiados acaba se transformando em violência. No momento, há ataques quase diários aos alojamentos – principalmente no leste e no sul da Alemanha.
Foto: Picture-Alliance/dpa/SDMG/Dettenmeyer
O envolvimento político
O vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, conversa com crianças de um campo de refugiados na cidade de Wolgast, no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, onde vivem cerca de 300 pessoas. O político exigiu que o governo alemão preste auxílios financeiros aos munícipios atingidos. Porém, Gabriel salientou que receber refugiados não é uma questão de dinheiro, mas, sim, "de decência".
Foto: picture-alliance/dpa/B. Wüstneck
Novas instalações
Para que os refugiados possam ser devidamente abrigados, vários municípios estão construindo novos alojamentos – como em Eckental, perto de Nurembergue, na Baviera. A foto mostra o novo complexo, que terá capacidade para 60 pessoas. Os primeiros moradores devem chegar em janeiro de 2016.
Foto: Picture-Alliance/dpa/D. Karmann
Novos acampamentos provisórios
Até que os novos alojamentos fiquem prontos, serão erguidos vários outras instalações de emergência. Como este, no parque industrial de Munique. Aqui, cerca de 170 membros de organizações humanitárias e do corpo de bombeiros constroem, de madrugada, um acampamento com duas dúzias de barracas e 300 leitos.