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Fome ameaça 1,25 milhão de pessoa no Sudão do Sul

6 de novembro de 2017

Relatório divulgado pela ONU alerta para catástrofe humanitária no país, em meio à guerra civil que já dura quase cinco anos e dificulta o acesso da população à ajuda humanitária. Situação pode se agravar com secas.

Dezenas de pessoas aguardam para receber mantimentos semanais em Wau, no Sudão do Sul
Dezenas de pessoas aguardam para receber mantimentos semanais em Wau, no Sudão do SulFoto: picture alliance/ZUMA Press/M. Juarez Lugo

Em meio à guerra civil no Sudão do Sul, 1,25 milhão de pessoas correm risco de inanição em 2018, segundo um relatório das Nações Unidas divulgado nesta segunda-feira (06/11). Os números são duas vezes maiores do que os registrados no ano passado.

"A defasagem extrema e amplamente difundida no consumo de alimentos [...] deve fazer com que fiquemos extremamente preocupados com o pior cenário possível em diversos locais em todo o Sudão do Sul em 2018", afirmou Katie Rickard, coordenadora para o país da Reach, iniciativa de pesquisas humanitárias que forneceu os dados para o relatório.

Leia também: Fome volta a crescer no mundo após mais de uma década

A causa apontada para o problema é o agravamento do conflito no país, que deixou mais de 50 mil mortos em quase cinco anos. Em fevereiro, a nação mais jovem do mundo declarou estado de fome em dois condados, onde mais de 100 mil pessoas estavam ameaçadas pela fome, sendo esta a primeira declaração formal do tipo desde a crise na Somália em 2011.

Segundo o Programa Alimentar Mundial da ONU, a rápida constatação do problema e as medidas imediatas adotadas evitaram uma catástrofe nos dois condados Sudão do Sul. Porém, a mais recente avaliação do Escritório Nacional de Estatísticas do país gera novas preocupações.

O drama da população em meio à guerra civil no Sudão do Sul

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Em setembro, 6 milhões de pessoas – o que equivale a 56% da população – enfrentavam situações extremas de fome, com 25 mil em situação de catástrofe humanitária nos condados de Ayod e Grande Baggari, controlados pelos rebeldes.

A guerra civil praticamente impossibilitou a produção de alimentos no país e fez com que a entrega de ajuda alimentícia se tornasse difícil e perigosa. Organizações de direitos humanos pedem que as partes envolvidas no conflito viabilizem imediatamente o acesso das agências humanitárias.

"As forças do governo e da oposição usam a comida como arma de guerra, ao restringir o acesso dos civis aos alimentos e agir para impedir que os recursos cheguem a determinadas áreas, saqueando sistematicamente mercados e residências e até mesmo perseguindo civis que transportam pequenas quantidades de comida nas frentes de batalha", disse Alicia Luedke, pesquisadora da ONG Anistia Internacional. 

Ao se reunir com o presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, em outubro, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, expressou preocupação com as restrições do acesso de ajuda humanitária. Segundo seu gabinete, Kiir teria dito a Haley que seu governo, juntamente com a ONU, teria conseguido desenvolver "mecanismos para melhorar o acesso", mas reconheceu que esses esforços ainda não são suficientes.

A população e as organizações humanitárias temem que a situação possa se agravar ainda mais, enquanto se aproxima a estação das secas no Sudão do Sul.

RC/ap

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