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Fome recua no mundo, mas ainda atinge 795 milhões

12 de outubro de 2015

Índice Global da Fome constata avanços, mas afirma que número de pessoas que não têm o suficiente para comer segue elevado. Conflitos armados são uma das principais causas.

Foto: dapd

Um novo relatório sobre a fome no mundo afirma que, apesar de avanços, aproximadamente 795 milhões de pessoas passam fome ou sofrem de subnutrição e uma em cada quatro crianças é cronicamente subnutrida.

Mas o relatório também destaca que o número de pessoas subnutridas no mundo caiu desde o início do século. Percentualmente, ele recuou de 18,5% para 13,1%. Apesar da queda, continua sendo muito elevado, afirma o estudo.

O Índice Global da Fome, apresentado nesta segunda-feira (12/10) pela ONG Ação Agrária Alemã (Welthungerhilfe, em alemão), pelo Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentares (Ifpri) e pela organização de ajuda Concern Worldwide, afirma que os conflitos armados continuam sendo um dos principais motivos para a fome no mundo.

"Conflitos como os na Síria, no Iraque e no Sudão do Sul são os maiores impulsionadores da fome", disse a presidente da Welthungerhilfe, Bärbel Dieckmann, acrescentando que cerca de 172 milhões de pessoas são afetadas por guerras e conflitos em todo o mundo.

O índice mostra que em oito dos 117 países incluídos na pesquisa a situação é "alarmante". A maior parte está na África subsaariana, e os problemas mais graves estão na República Centro-Africana, no Chade e na Zâmbia. Países como Eritreia, Burundi e Sudão, que foram classificados como sofrendo de grave escassez de alimentos no relatório de 2014, não estão presentes no estudo deste ano devido à falta de dados sobre desnutrição.

Ainda segundo o índice, além de 25% das crianças do mundo sofrerem com a desnutrição crônica e a consequente interrupção do crescimento, 9% delas sofrem de desnutrição aguda.

O estudo, no entanto, também observou alguns progressos na luta contra a fome, afirmando que 17 países, incluindo Brasil, Quirguistão, Peru e Croácia, conseguiram reduzir em 50% o número de pessoas sem o suficiente para comer. Em todo o mundo, a queda foi de 27%.

Países que ainda sofrem os efeitos de guerras civis, como Angola, Etiópia e Ruanda, também melhoraram suas situações alimentares por meio de grandes esforços, apesar de elas ainda serem críticas.

O documento destaca que não houve mais catástrofes alimentares desde o fim do século 20, mas reitera também que todo o sucesso no combate à fome terá sido em vão se os conflitos armados não forem encerrados. O Índice Global da Fome foi apresentado pela décima vez.

PV/epd/afp/kna