Força da ONU no Líbano alerta contra incursão israelense
1 de outubro de 2024
Unifil diz que qualquer travessia de Israel para o Líbano seria uma violação da "soberania" do país. Hezbollah tenta desmentir incursão, enquanto EUA manifestam apoio a Israel. Espanha e Turquia pedem fim de operação.
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A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil), atuante no sul do Líbano, advertiu nesta terça-feira (01/10) que o anúncio israelense sobre o lançamento de incursões terrestres no país é um "desenvolvimento perigoso" na região e ferem a “soberania libanesa”.
A Unifil afirmou que militares israelenses a notificaram no dia anterior sobre sua "intenção de realizar incursões terrestres limitadas no Líbano”. A declaração não apontou se as forças israelenses foram realmente observadas cruzando a fronteira. As forças de manutenção da paz disseram estar em posição e que "têm planos de contingência prontos para serem ativados se absolutamente necessário".
"Qualquer passagem para o Líbano é uma violação da soberania libanesa e da integridade territorial, e uma violação da resolução 1701", disse a declaração, referindo-se à resolução da ONU de 2006 que pôs fim a uma guerra contundente de um mês entre Israel e o Hezbollah. "Pedimos a todos os atores que se afastem de tais atos de escalada, que só levarão a mais violência e mais derramamento de sangue", apela o texto.
Já o primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, afirmou que o país está diante de "uma das fases mais perigosas” da sua história.
O grupo xiita libanês Hezbollah tentou desmentir nesta terça-feira que tropas israelenses tenham entrado no Líbano depois de Israel anunciar oficialmente ter iniciado incursões limitadas no país vizinho e ordenado que os habitantes de 30 vilarejos libaneses deixassem a região.
"Todas as alegações sionistas de que as forças de ocupação (israelenses) entraram no Líbano são falsas", disse um porta-voz do Hezbollah, Mohammed Afif, à emissora de TV Al-Jazeera, em um comunicado que foi também posteriormente publicado nos canais do Hezbollah, acrescentando que "ainda não houve nenhum confronto direto em terra entre os combatentes da resistência (do Hezbollah) e as forças de ocupação (israelenses)". Ele, entretanto, garantiu que seus combatentes estão prontos para um "confronto direto".
Na segunda-feira, o vice do Hezbollah, Naim Qassem, em um primeiro discurso público desde a morte do líder do grupo, Sayyed Hassan Nasrallah, havia dito que "as forças de resistência estão prontas para um engajamento terrestre". "Sabemos que a batalha pode ser longa. Venceremos como vencemos na libertação de 2006", disse ele, referindo-se à guerra de 2006 entre o grupo e Israel, que também incluiu uma ofensiva terrestre israelense e que terminou com resultado inconclusivo para os dois lados.
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"EUA estão bem posicionados"
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, afirmou, através de comunicado, ter conversado com seu colega israelense, Yoav Gallant, e que os dois haviam "concordado com a necessidade de desmantelar a infraestrutura de ataque [do Hezbollah] ao longo da fronteira", para garantir que as milícias libanesas do Hezbollah não possam realizar "ataques no estilo do 7 de Outubro contra comunidades do norte de Israel".
Ele também disse que os EUA estão "bem posicionados" para defender seus funcionários e aliados e alertou sobre as "sérias consequências para o Irã" no caso de um ataque direto a Israel, acrescentando que "reafirmei que uma resolução diplomática é necessária para garantir que os civis possam retornar com segurança às suas casas em ambos os lados da fronteira".
Os dois também discutiram, segundo a nota, a "importância de, em última instância, passar das operações militares para um caminho diplomático para proporcionar segurança e estabilidade o mais rápido possível".
Austin garantiu novamente a Israel o total apoio de Washington para se defender contra as organizações terroristas apoiadas pelo Irã, disse o Pentágono.
Na madrugada de terça-feira, o Ministério da Saúde do Líbano informou que pelo menos 95 pessoas foram mortas e 172 ficaram feridas em ataques israelenses nas regiões do sul do Líbano, no leste do Vale de Beqaa e em Beirute nas últimas 24 horas.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, havia afirmado na segunda-feira estar ciente dos planos de Israel sobre uma operação no Líbano, ao mesmo tempo em que pediu que não tomassem tal atitude. "Estou mais ciente do que vocês imaginam e estou confortável se eles pararem", disse Biden a repórteres na Casa Branca, quando lhe perguntaram se estava confortável com os planos israelenses de uma incursão transfronteiriça. "Deveríamos ter um cessar-fogo agora".
Espanha e Turquia pedem fim de incursão
O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, pediu que Israel pare com os ataques terrestres no sul do Líbano para evitar uma escalada do conflito que envolve toda a região.
"Insistimos que a incursão terrestre deve ser interrompida, pois estamos recebendo informações muito preocupantes", disse Albares, a repórteres, acrescentando ser "necessário chegar a uma trégua no Líbano e a um cessar-fogo em Gaza".
A Turquia também condenou a incursão das forças terrestres israelenses no sul do Líbano, classificando-a como uma "tentativa de invasão" e exigiu o fim imediato da ofensiva.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia alertou que a incursão põe em risco a segurança e a estabilidade de países dentro e fora da região, aumentando o risco de uma nova onda de migração e o ressurgimento de grupos extremistas.
md (ots)
O mês de setembro em imagens
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Foto: Al Jazeera/AP Photo/picture alliance
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Foto: Ben Birchall/empics/picture alliance
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Foto: Markus Schreiber/AP Photo/picture alliance
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Foto: Hassan Ammar/AP/picture alliance
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Foto: FADEL ITANI/AFP
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Foto: Pedro Nunes/REUTERS
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Foto: Roberto Pfeil/dpa/picture alliance
Tempestade Boris deixa vítimas na Europa Central e Oriental
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Foto: Sergei Gapon/AFP/Getty Images
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China aumenta idade para aposentadoria pela primeira vez em quase 50 anos
A China anunciou que vai aumentar a idade mínima de aposentadoria no país pela primeira vez desde o fim da década de 1970. Para os homens, a idade passa de 60 para 63 anos. Já para as mulheres, a idade mínima sobe de 55 para 58 anos, na maioria das profissões. As mudanças acontecem em meio a uma crise demográfica no país, que registrou declínio populacional nos últimos dois anos. (13/09)
Foto: Anagha Nair/DW
Bilionário faz primeira "caminhada" espacial com financiamento privado
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Foto: SpaceX/AP/dpa/picture alliance
Incêndios florestais fazem São Paulo liderar ranking mundial de má qualidade do ar
Pelo terceiro dia consecutivo, capital paulista encabeçou ranking com a pior qualidade de ar do mundo, segundo o site suíço IQAir, que monitora 120 metrópoles em tempo real. Seca histórica aliada a incêndios na Amazônia e em outras partes do país deixaram 60% do território nacional debaixo de uma cortina de fumaça. Na região Sul, moradores registraram "chuva preta". (11/09)
Tufão castiga Vietnã e Tailândia, deixando dezenas de mortos
Ao menos 143 pessoas morreram no Vietnã, e outras dezenas estavam desaparecidas. Tempestade, que durou 15 horas, deixou rastro de prejuízo, alagando casas e afogando 800 mil animais de criação, segundo autoridades. Na Tailândia, as províncias turísticas de Chiang Mai e Chiang Rai na fronteira com Myanmar também registraram inundações e mortos. (10/09)
Foto: HUU HAO/AFP via Getty Images
Macaé Evaristo é nova ministra dos Direitos Humanos
O presidente Lula da Silva escolheu a deputada estadual Macaé Evaristo (PT-MG) para substituir Silvio Almeida, exonerado do cargo após denúncias de assédio sexual. Ela já atuou como secretária estadual de Educação e à frente da secretaria de Alfabetização no MEC, no governo Dilma Rousseff. Sua atuação é referência em questões envolvendo racismo e combate a desigualdades. (09/09)
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Encerramento dos Jogos Paralímpicos de Paris
Após 11 dias de competições, chegam ao fim os Jogos Paralímpicos de Paris, O Brasil teve sua melhor campanha na história no evento. Foram 89 medalhas, sendo 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze, que deixaram o país na quinta colocação no quadro geral de medalhas. A grande campeã foi a China, com 84 ouros, seguida pela Grã-Bretanha (49 ouros), Estados Unidos (36) e Holanda (27). (08/09)
Foto: Eng Chin An/REUTERS
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O programa de monitoramento de mudanças climáticas da União Europeia, o Copernicus, alertou que a temperatura média nos três meses de verão do hemisfério norte (junho, julho e agosto) foram as mais altas já registradas, ultrapassando o recorde de 2023. A temperatura média global no período ficou 0,69°C acima da média de 1991 a 2020 para esses três meses. (06/09)
Foto: PASCAL GUYOT/AFP
Michel Barnier nomeado primeiro-ministro da França
O presidente Emmanuel Macron anunciou a nomeação ao cargo de primeiro-ministro de Michel Barnier, político que liderou as negociações do Brexit na UE de 2016 a 2021. O anúncio veio dois meses depois de as eleições parlamentares antecipadas convocadas por Macron darem vitória à aliança de esquerda, que não assegurou cadeiras o suficiente para governar e deixou o país num impasse político. (05/09)
Foto: Emmanuel Dunand/AFP/Getty Images
EUA acusam imprensa russa de interferir nas eleições de 2024
Moscou teria utilizado mídia estatal para disseminar noticias falsas antes das eleições presidenciais, com o conhecimento do presidente Vladimir Putin. O governo dos Estados Unidos anunciou a imposição de sanções a dez cidadãos e duas entidades russas acusadas de "esforços de influência nociva" visando interferir nas próximas eleições, incluindo a editora-chefe da emissora estatal RT. (04/09)
Foto: ITAR-TASS/Imago Images
Dezenas de pessoas morrem em ataque russo na Ucrânia
Dois mísseis balísticos russos atingiram um colégio militar e um hospital na cidade de Poltava, na região central da Ucrânia. Ao menos 51 pessoas morreram e mais de 270 ficaram feridas, segundo o presidente ucraniano Volodimir Zelenski. Este foi um dos ataques mais letais desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. (03/09)
Foto: Diego H. Carcedo/Anadolu/picture alliance
Greve geral em Israel pede cessar-fogo em Gaza
Paralisação convocada por uma das maiores organizações sindicais do país impactou atividades essenciais como jardins de infância, bancos, escritórios do governo e transporte público. Manifestantes pressionam o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a fazer um acordo para libertar os reféns ainda em poder do Hamas. (02/09)
Foto: Florion Goga/REUTERS
Extrema direita alemã tem 1ª vitória desde a Segunda Guerra
A AfD, cujo diretório na Turíngia é oficialmente considerado extremista pelas autoridades alemãs, foi o partido mais votado na eleição estadual. Também ficou em 2º lugar na eleição da Saxônia, onde a conservadora CDU venceu por pouco. Sigla populista de esquerda anti-imigração levou 3º lugar, enquanto partidos da coalizão de Scholz tiveram desempenho sofrível. (01/09)