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Forças armadas alemãs consideram recrutar estrangeiros

22 de julho de 2018

Diante da falta de pessoal, ministério avalia ingresso de cidadãos de estados-membros da UE nas fileiras da Bundeswehr. Para deputado, inclusão de estrangeiros de fora do bloco "criaria um exército de mercenários".

Deutschland Bundeswehr Wachbataillon vor dem Bundeskanzleramt
Hoje a Bundeswehr conta com pouco menos de 180 mil militares. Durante a Guerra Fria, o efetivo chegou a ultrapassar 450 mil. Foto: picture-alliance/dpa/J. Büttner

O governo alemão está considerando permitir o ingresso de cidadãos de outros estados-membros da União Europeia nas fileiras das Forças Armadas do país (Bundeswehr) para contornar a falta de pessoal. 

Após o fim do serviço militar obrigatório em 2011, a Bundeswehr passou a enfrentar dificuldades em recrutar novos membros para suas fileiras. Hoje o país conta com pouco menos de 180 mil homens e mulheres em uniforme, mas o governo pretende aumentar esse número para quase 200 mil até 2024.

A Alemanha também está sob pressão dos EUA para aumentar seus gastos militares e sua participação na Otan. No longo prazo, as Forças Armadas lutam contra o tempo: metade dos seus membros na ativa deve se aposentar até 2030, e o envelhecimento da população impõe novos desafios para substituir o efetivo.

Desde a sua criação, em 1955, a Bundeswehr só permite a entrada de cidadãos alemães. "A Bundeswehr está crescendo, e para isso nós precisamos de pessoal qualificado. Estamos considerando com cuidado todas as opções", disse um porta-voz do Ministério da Defesa.

A possibilidade de permitir o ingresso de cidadãos de outros países da UE está sendo estudada desde 2011, mas nos últimos dois anos vem ganhando força no governo. Em 2016, a hipótese foi pela primeira vez incluída no chamado Livro Branco da política de segurança da Bundeswehr, que estabelece diretrizes estratégicas para o futuro das Forças Armadas.

Nesta semana, o deputado Florian Hahn, que atua como porta-voz para assuntos de defesa da União Social-Cristã (CSU) – que faz parte da coalizão do governo da chanceler Angela Merkel – disse ao jornal Augsburger Allgemeine que é favorável à ideia de recrutar cidadãos dos outros 26 Estados-membros da UE. "Com base na estrutura do liberalismo europeu, um modelo pode ser desenvolvido aqui", disse ele. Mas ele também fez uma ressalva: "Um certo nível de confiança com relação a cada soldado precisa ser garantido".

Já o deputado Karl-Heinz Brunner, que atua como porta-voz para assuntos de defesa do Partido Social-Democrata (SPD), também se mostrou favorável ao plano de incluir estrangeiros na Bundeswehr, mas apenas se eles forem de outros países da UE. Segundo ele, isso seria uma forma de fortalecer a integração europeia.

Já no caso de estrangeiros de fora do bloco, ele aponta que existe o risco de a Bundeswehr "se tornar um exército de mercenários" se a contrapartida para o alistamento for a concessão da nacionalidade alemã. Segundo ele, outros estrangeiros têm que primeiro se tornar cidadãos alemães antes se unirem ao Exército. "Quem obtiver um passaporte alemão como parte do processo de integração será cordialmente convidado", disse.

JPS/ots

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