Forças Armadas alemãs querem recrutar europeus
27 de dezembro de 2018O governo alemão está concretizando seu plano de permitir o ingresso de cidadãos de outros Estados-membros da União Europeia às Forças Armadas do país (Bundeswehr), para contornar a falta de pessoal.
O recrutamento de pessoal estrangeiro de áreas específicas, como médicos e especialistas em informática, é uma opção que está sendo estudada, segundo o inspetor-geral das Forças Armadas alemãs, Ebehard Zorn, em entrevista publicada nesta quinta-feira (27/12) pelos jornais da empresa alemã Funke Mediengruppe.
"A Bundeswehr precisa de pessoal”, ressaltou Zorn. "Temos que procurar em todas as direções numa época de falta de mão de obra qualificada", afirmou o oficial.
De acordo com as publicações da Funke Mediengruppe, o governo alemão já teria consultado parceiros da UE sobre tais planos. A maioria dos países, entretanto, teria recebido a ideia com reserva, especialmente no Leste Europeu. Bulgária, Romênia, Eslovênia e Grécia teriam expressado temor da evasão de potenciais soldados, atraídos por um melhor pagamento.
Na Alemanha vivem, segundo a reportagem, cerca 530 mil cidadãos da UE de idades entre 18 e 30 anos, que representariam um potencial adicional para recrutamento pela Bundeswehr.
A ministra alemã da Defesa, Ursula von der Leyen, afirmou em entrevista ao jornal Rheinischen Post que o número de soldados das Forças Armadas alemãs cresceu cerca de 3,6% nos últimos dois anos. "Atingiremos no fim deste ano a marca dos 182 mil soldados", frisou. "Isso é 2.500 a mais do que há um ano e um aumento de 6.500 em comparação ao ponto mais baixo, que foi 2016."
Desde a sua criação, em 1955, a Bundeswehr só permite a entrada de cidadãos alemães. Mas após o fim do serviço militar obrigatório em 2011, a Bundeswehr passou a enfrentar dificuldades em recrutar novos membros para suas fileiras.
Von der Leyen lembrou que o tamanho que as Forças Armadas devem atingir depende da situação de segurança e das tarefas da tropa. Segundo ela, o atual planejamento a médio prazo prevê que até 2025 deve ser alcançada a marca de 203 mil soldados, incluindo muitos novos recrutamentos para as áreas de segurança cibernética e para projetos no âmbito da União Europeia.
A possibilidade de permitir o ingresso de cidadãos de outros países da UE está sendo estudada desde 2011, mas nos últimos dois anos vem ganhando força no governo. Em 2016, a hipótese foi pela primeira vez incluída no chamado Livro Branco da política de segurança da Bundeswehr, que estabelece diretrizes estratégicas para o futuro das Forças Armadas.
MD/afp/ap
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