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Forças de segurança ocupam Complexo da Maré em apenas 15 minutos

30 de março de 2014

Faltando quase dois meses para a Copa, policiais e militares ocupam conjunto de favelas na Zona Norte do Rio de Janeiro. Região é considerada estratégica devido à proximidade com Aeroporto Internacional Tom Jobim.

Foto: picture-alliance/AP Photo

A dois meses e meio do início da Copa do Mundo, forças de segurança estadual e federal ocuparam o Complexo de Favelas da Maré, na Zona Norte do Rio. A operação começou às 5h deste domingo (30/03) e durou cerca de 15 minutos.

Um total de 1.180 policiais militares e 130 policiais civis participou da incursão, com apoio de policiais federais, além de policiais rodoviários. Mais de 250 fuzileiros navais auxiliaram a operação com 21 carros blindados e outros equipamentos de guerra.

A região do Complexo da Maré é formada por 16 favelas, onde moram cerca de 120 mil pessoas. Ela estaria servindo de refúgio para traficantes de armas e de drogas vindos de favelas pacificadas e é considerada estratégica pelas autoridades, por estar às margens de algumas das principais vias expressas da cidade − Linhas Vermelha, Amarela e Avenida Brasil —, que servem de ligação entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), o Centro e a Zona Sul do Rio.

Moradores aprovaram a operação, mas pedem melhorias na comunidadeFoto: Getty Images

Nenhum tiro foi disparado durante a ocupação, que teve pelo menos seis pessoas detidas, a maioria por posse de drogas, segundo a imprensa local. As ruas que, nas primeiras horas, ficaram desertas, com as casas fechadas, aos poucos foram retomando o movimento característico de uma manhã de domingo.

Os moradores observavam o movimento das janelas de casa ou reunidos nas esquinas. Grupos de policiais civis, acompanhados por delegados, revistavam residências, amparados por um mandado coletivo de busca e apreensão.

Moradores pedem investimentos sociais

Um grupo de moradores, sentados na sombra, em frente a uma residência na Favela Nova Holanda, apoiava a ação, mas pedia melhorias na comunidade. "Queremos mais creches, pois é muito difícil encontrar vagas para os nossos filhos", solicitou uma moradora.

"Falta uma Unidade de Pronto Atendimento mais próxima, porque a única que tem fica na Vila do João e lá nós não podemos entrar", contou um morador, que trabalha em lanchonete, referindo-se ao impedimento que a população tinha de transitar de um lado para outro do Complexo da Maré, que era dividido entre duas facções de traficantes.

Nenhum tiro foi disparado, mas pelo menos seis foram presosFoto: picture-alliance/AP Photo

Já na quarta-feira, as forças de segurança invadiram as favelas para preparar a ocupação. Desde 2008, 38 unidades da chamada de Polícia Pacificadora (UPP) foram instaladas em 174 favelas.

Entretanto, cresce o número de integrantes das UPPs que passaram a ser alvo de criminosos. Nos últimos três meses, oito policiais militares foram mortos − quatro deles, em comunidades pacificadas.

A operação da Maré tem dimensão semelhante à ocupação do Complexo do Alemão no final de 2010, na qual foram mobilizados mais de 2.600 membros das forças de segurança. A Polícia Militar deve ficar no local durante uma semana.

Após esse período, o Exército deve entrar no Complexo da Maré, permanecendo pelo menos até o fim de julho, quando o controle deve ser transferido para uma UPP, a de número 39, a ser instalada na região, que contará com cerca de 1.500 policiais.

MD/ebc/afp

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