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Forças do Egito matam turistas "por engano"

14 de setembro de 2015

Ataque que teria como alvo "elementos terroristas" deixa 12 mexicanos e egípcios mortos no Deserto Ocidental, além de dez feridos. Governo do México condena incidente e exige investigação sobre o ocorrido.

Foto: Getty Images/AFP/M. El-Shahed

Forças de segurança do Egito atacaram acidentalmente neste domingo (13/09) um grupo de turistas no Deserto Ocidental, no oeste do país, matando 12 pessoas. O Ministério egípcio do Interior declarou através de nota que uma operação militar que perseguia "elementos terroristas" na região abriu fogo "por engano" contra quatro caminhonetes carregadas de turistas mexicanos.

"O incidente matou 12 mexicanos e egípcios, ferindo outras dez pessoas", afirmou o órgão, acrescentando que o local do ataque estaria "além dos limites para turistas estrangeiros".

A empresa turística responsável pelo grupo que sofreu o ataque "não tinha autorização" para atuar na região e "não alertou as autoridades", informou uma porta-voz do Ministério egípcio do Turismo, explicando que as viagens até o local devem ser previamente autorizadas pelos órgãos competentes.

Segundo o Ministério do Exterior do México, ao menos dois mexicanos morreram no incidente. O presidente Enrique Peña Nieto declarou, no Twitter, que seu país "condena essas ações contra nossos cidadãos e exige do governo do Egito uma investigação rigorosa sobre o ocorrido".

As autoridades egípcias não confirmaram se o ataque for realizado com armas automáticas ou através de bombardeio aéreo. O Deserto Ocidental, um destino bastante popular entre os turistas que visitam o país, é considerado um local de esconderijo para grupos terroristas que atuam na região.

A organização extremista "Estado Islâmico" (EI) afirmou em comunicado que militantes do grupo "resistiram a uma operação militar no Deserto Ocidental" neste domingo, mas não forneceu maiores detalhes. No mês passado, militantes da ramificação egípcia do EI decapitaram na região um jovem croata que trabalhava para uma empresa francesa.

Os jihadistas também reivindicaram a autoria de diversos ataques realizados contra as forças de segurança egípcias no país nos últimos meses, além de um atentado à bomba no consulado da Itália no Cairo em julho.

O Egito luta para conter uma insurgência jihadista na Península do Sinai, no leste do país, desde a derrubada do ex-presidente islamista Mohammed Morsi, em 2013. Na semana passada, o Exército egípcio lançou uma ofensiva contra o EI na região, onde afirma ter matado 56 jihadistas.

RC/afp/ap

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