Forças do Iraque retomam aeroporto de Mossul das mãos do EI
23 de fevereiro de 2017
Forças iraquianas recuperam base aérea antes controlada pelo "Estado Islâmico". Operação faz parte da ofensiva para expulsar a milícia terrorista da zona oeste da cidade iraquiana, último bastião jihadista no país.
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As forças de segurança do Iraque recuperaram o controle do aeroporto de Mossul nesta quinta-feira (23/02), no quinto dia da nova ofensiva do governo para expulsar o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) do oeste da cidade iraquiana, último grande reduto jihadista no país.
Com apoio de aviões, helicópteros e drones, os militares adentraram o perímetro do aeroporto durante a manhã e teriam encontrado pouca resistência, segundo fontes citadas por agências de notícias.
Foi a primeira vez que as forças iraquianas entraram na base aérea de Mossul, porta de entrada para a zona oeste da cidade, desde que o grupo terrorista assumiu o controle da região em 2014.
"Agora, graças a Deus, estamos dentro do aeroporto de Mossul e em frente ao seu terminal. Nossas tropas estão limpando o local", disse à agência AFP o comandante do regimento de intervenção rápida do Ministério do Interior, Hisham Abdul Kadhem, que participou da ofensiva contra o aeroporto.
A operação, que durou quatro horas, terminou com 30 combatentes jihadistas mortos e 12 capturados, entre eles alguns ocidentais, afirmou um comandante da polícia à agência de notícias Efe.
Após perderem o controle da base aérea, combatentes do "Estado Islâmico" teriam lançado mísseis em direção ao aeroporto, a partir de regiões da cidade que ainda permanecem sob seu comando.
A ofensiva das forças iraquianas, que liberou os bairros orientais de Mossul em janeiro, é apoiada pela coligação internacional liderada pelos Estados Unidos. O início da terceira fase da Batalha de Mossul para libertar a cidade das mãos do EI foi anunciado pelo governo no domingo passado.
Estimativas dos serviços de informação americanos indicam que cerca de 2 mil jihadistas ainda estejam em Mossul. Antes da ofensiva, lançada em 17 de outubro, havia entre 5 mil e 7 mil.
EK/ap/afp/lusa/efe/ots
A guerra particular das mulheres contra o "Estado Islâmico"
Em meados de 2014, a organização jihadista EI invadiu os territórios dos yazidis no norte do Iraque. Centenas de mulheres foram sequestradas, violentadas, escravizadas. Agora elas lutam contra os terroristas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Localizando o inimigo
Perto da cidade de Mossul, no Iraque, a combatente curda Haseba Nauzad examina de binóculo a linha de front que separa o território curdo daquele controlado pela organização terrorista "Estado Islâmico" (EI). Em cooperação com o Exército iraquiano, os curdos ganham cada vez mais terreno contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Vanguarda da resistência
Inimigo localizado, é hora de atirar. Juntamente com a camarada yazidi Asema Dahir (3ª da dir.) e outras combatentes, Haseba mira os terroristas do EI. Como as ofensivas aéreas não bastam para derrotar os jihadistas, as yazidis e curdas formam a linha de frente no combate de solo.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Visão desimpedida
Haseba Nauzad prende os cabelos num rabo de cavalo: para mirar com exatidão, nada pode atrapalhar a visão. Para os ocidentais pouco mais do que um capricho da moda, o "military look" reflete uma sofrida realidade tanto aqui no Iraque como na Síria.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Companheiro fiel e símbolo de outros tempos
Asema Dahir faz uma pausa no combate. O ursinho de pelúcia vermelho que leva no braço é um símbolo de uma passado pacífico, encerrado abruptamente em meados 2014 com o ataque do EI. Para muitas mulheres yazidis começou aí uma época de sofrimento e de ruptura com tudo o que lhes era mais caro.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Imagem eloquente
O "Estado Islâmico" não teve piedade nem com os mais fracos. Implacavelmente perseguidos pelos fundamentalistas, em meados de 2014 centenas de milhares tiveram que procurar abrigo. Na época, esta foto de um ancião e suas acompanhantes deu a volta ao mundo como símbolo do sofrimento dos yazidis.
Foto: Reuters
Trauma de uma adolescente
Esta jovem yazidi não quis mostrar o rosto. Logo após a chegada do EI, ela foi forçada a se casar, aos 15 anos, com um militante do grupo. Dois meses mais tarde conseguiu escapar e agora vive novamente com a família. E relata horrores quase indizíveis.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Bennett
Depois da batalha
Meses a fio, os jihadistas do EI também sitiaram a cidade de Kobane, no norte da Síria, bem na fronteira com a Turquia. Lá os curdos ofereceram resistência desesperada, até conseguir vencer os terroristas com a ajuda da Força Aérea americana. Para trás ficou um mar de ruínas.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Akgul
União que faz a força
O EI ataca a todos que não compartilhem sua ideologia. Ele aposta numa tática divisiva, tentando instigar as diferentes confissões religiosas e etnias umas contra as outras. Nem sempre funciona: há muito, curdas e yazidis tornaram-se aliadas – o que já representa uma vitória simbólica contra os jihadistas.
Foto: Reuters/A. Jadallah
Não à escravidão
Do ponto de vista militar, o "Estado Islâmico" ainda não está vencido, continuando a deter o controle sobre vastas regiões na Síria e no Iraque. As curdas e yazidis seguirão combatendo-o, e de quebra dão uma lição aos fundamentalistas: as mulheres não nasceram para ser escravas.