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Forças iemenitas vencem houthis e ampliam controle no sul

19 de abril de 2015

Rebeldes houthis são expulsos de várias partes de Aden, de onde o presidente vinha governando até se refugiar na Arábia Saudita. Militares leais ao ex-presidente Saleh e seu partido anunciam apoio ao governo do Iêmen.

Clashes in Aden
Foto: picture-alliance/dpa

Forças de combate pró-governo conseguiram expulsar rebeldes houthis de várias partes da cidade portuária de Aden, no sul do Iêmen, segundo divulgou neste domingo (19/04) o site de notícias Aden al-Ghad.

Este foi o maior avanço dos combatentes leais ao presidente iemenita, Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, desde o início dos confrontos na cidade, em março. Fontes militares afirmam que a "resistência do sul" conseguiu bloquear uma importante rota de abastecimento dos rebeldes xiitas e ocupou vários prédios de Aden, incluindo o consulado russo e uma residência de Hadi.

Pelo menos 11 houthis e cinco militantes pró-Hadi foram mortos nos confrontos. Fontes médicas e militares registram que pelo menos 86 pessoas morreram em combates neste fim de semana, em todo o Iêmen.

Violência também foi registrada na província petrolífera de Mareb, no leste iemenita. Cerca de 60 rebeldes foram mortos e 16 capturados em batalha começada já no sábado, conforme informações de um líder tribal à agência de notícias DPA.

Aviões de guerra sauditas ainda bombardearam postos ocupados pelos houthis em Serwah, a cerca de 40 quilômetros de Mareb. Na cidade de Taez, sudoeste do país, dez combatentes houthis e quatro pró-governo morreram em confrontos neste domingo.

Mudança de posição

Entre os que lutam ao lado dos houthis estão forças leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que deixou o cargo há três anos, após meses de violentos protestos contra seu governo. Neste domingo, porém, o partido de Saleh, Congresso Geral do Povo, afirmou ter recebido de maneira positiva o apelo feito na semana passada pelas Nações Unidas por um cessar-fogo no Iêmen.

A resolução pede que todas as partes do conflito, especialmente os rebeldes houthis, encerrem a violência e retomem rapidamente as negociações de paz mediadas pela ONU. O apelo, no entanto, não faz menção aos ataques aéreos que tem como alvo os insurgentes, nem às tropas pró-Saleh que apóiam os rebeldes.

Na cidade de Taez, estima-se que 10 houthis e quatro combatentes pró-governo morreram neste domingo.Foto: Reuters/Stringer

Também neste domingo, o comando de um grande distrito militar, cobrindo metade da fronteira do Iêmen com a Arábia Saudita, prometeu apoio ao presidente exilado Hadi.

"O general brigadeiro Abdulrahman al-Halily, do 1º distrito militar, anunciou hoje se apoio à legitimidade constitucional representada pelo presidente Hadi", afirmou um dos oficiais à agência de notícias Reuters.

Com o anúncio, 15 mil soldados nas áreas do deserto e das montanhas passam a lutar do mesmo lado que os sauditas. A maior parte do Exército iemenita ainda é leal a Saleh.

Plano de paz iraniano rejeitado

Acredita-se, ainda, que os rebeldes houthis são apoiados pelo também xiita Irã – apesar das negativas de Teerã. Durante uma parada militar na capital iraniana, neste sábado, o presidente Hassan Rohani criticou os ataques aéreos coordenados pela Arábia Saudita, os quais não trazem "nem poder nem orgulho" aos sauditas.

Na sexta-feira, o Irã submeteu um plano de paz com quatro pontos às Nações Unidas, a fim de encerrar o conflito no Iêmen com um cessar-fogo imediato. A proposta inclui oferta de ajuda humanitária, abertura de diálogo e criação de uma ampla unidade de governo no Iêmen.

"Nós rejeitamos a iniciativa iraniana", afirmou Rayeh Badi, porta-voz do governo iemenita, à agência de notícias Reuters neste domingo, classificando a proposta como "manobra política". Governos do Ocidente e diplomatas árabes reagiram reticentes ao plano iraniano, justificando que o Irã não é um negociador de paz neutro.

A ONU estima que centenas morreram e milhares de famílias estão desalojadas desde o início dos ataques aéreos coordenados pela Arábia Saudita, no dia 26 de março.

Em resposta aos apelos da ONU, o rei saudita Salman bin Abdulaziz al-Saud, prometeu contribuir com 274 milhões de dólares para um fundo de assistência emergencial à população do país vizinho.

MSB/rtr/ap/afp/dpa

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