Forbes elege Von der Leyen como mulher mais poderosa
7 de dezembro de 2022
Revista elege Ursula von der Leyen por sua liderança durante a guerra na Ucrânia e na pandemia. A iraniana Jina Amini, que morreu durante custódia policial, recebe homenagem póstuma e ocupa a 100ª posição.
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi apontada nesta terça-feira (06/12) a mulher mais poderosa do mundo em 2002 pela Forbes. Segundo a revista americana, a escolha por von der Leyen se deu por sua liderança durante a guerra na Ucrânia, bem como por lidar com a pandemia.
"A influência de Ursula von der Leyen é única – ninguém mais na lista formula políticas em nome de 450 milhões de pessoas –, mas seu compromisso com uma sociedade livre e democrática não é", afirmou Maggie McGrath, editora da ForbesWomen. "Von der Leyen é um exemplo do maior enredo de 2022: mulheres atuando como defensoras da democracia."
A lista deste ano também inclui Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, na segunda posição; Kamala Harris, vice-presidente dos EUA, na terceira; e, ainda, Giorgia Meloni, primeira-ministra da Itália, na sétima colocação.
Na lista deste ano não há nenhuma brasileira. Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil; Andrea Marques de Almeida, ex-diretora executiva de Finanças e Relacionamento com Investidores da Petrobras; e Graça Foster, ex-presidente da mesma estatal, foram algumas das eleitas em anos anteriores.
Jina Mahsa Amini, a iraniana de 22 anos cuja morte sob custódia policial desencadeou os protestos mais significativos no Irã desde a Revolução de 1979, recebeu homenagem póstuma e ficou na 100ª posição.
A inclusão de Amini representa, segundo a revista, o poder coletivo de milhares de mulheres que não apenas se manifestam contra o uso obrigatório do hijab e a polícia da moralidade no Irã, mas também pedem uma mudança de regime.
A rainha Elizabeth 2ª saiu do ranking pela primeira vez após sua morte, em setembro, aos 96 anos. Ela deixou um legado como monarca britânica com reinado mais longo e, ainda, a monarca feminina com reinado mais longo da história. Sheryl Sandberg, diretora de Operações da Meta, também saiu da lista após deixar a empresa neste ano.
Angela Merkel, ex-chanceler federal da Alemanha, foi escolhida em 2020 como mulher mais poderosa do mundo. MacKenzie Scott, ex-mulher de Jeff Bezos, fundador da Amazon, foi eleita no ano seguinte.
Para compilar a lista, a Forbes usa quatro métricas: dinheiro, mídia, impacto e esferas de influência. Já para lideranças corporativas, receitas, números de funcionários, menções na mídia e alcance estão entre os fatores.
fc/ (ots)
Por todo o mundo, solidariedade às iranianas
Em muitas cidades, grafites e manifestações mostram solidariedade às mulheres iranianas que enfrentam o regime de Teerã.
Foto: Francois Mori/AP/picture alliance
Na Embaixada do Irã na Cidade do México
Em solidariedade às mulheres no Irã e à jovem Mahsa Amini, que foi morta enquanto estava sob custódia policial no Irã, uma mulher chama o país de machista numa parede da embaixada iraniana na Cidade do México.
Foto: Gerardo Vieyra/NurPhoto/picture alliance
Manifestação em Frankfurt
A polícia da moralidade prendeu Mahsa Amini, de 22 anos, por não usar adequadamente o véu islâmico. Ela entrou em coma e morreu no hospital em 16 de setembro. A polícia negou o uso de violência, mas quase ninguém acredita nisso. Muitas mulheres iranianas experimentaram na própria pele a brutalidade da polícia da moralidade.
Foto: picture alliance/dpa
Marge solidária em Milão
No Irã, e em outras cidades do mundo, as mulheres estão cortando os cabelos em protesto na frente das câmeras. Marge Simpson fez o mesmo na parede de um prédio em Milão, na Itália, em frente ao consulado iraniano. A imagem é do artista de rua Alexsandro Palombo.
Foto: Andrea Fasani/ANSA/EPA-EFE
Amini será cidadã honorária de Paris
A lembrança de Mahsa Amini e dos protestos no Irã não está só nos muros e paredes da capital francesa. A cidade quer tornar Amini cidadã honorária postumamente. Um local em Paris deverá ser chamado Amini, "para que ninguém esqueça o nome dela", anunciou a prefeita Anne Hidalgo na semana passada. "Paris sempre estará ao lado daqueles que lutam por seus direitos e liberdade", disse.
Foto: Francois Mori/AP/picture alliance
"Mulheres, vida e liberdade" em Frankfurt
Artistas do Coletivo sem Nome pintaram um retrato de Mahsa Amini num prédio vazio em Frankfurt. Ao lado, estão as palavras persas jin, jiyan, azadi — mulheres, vida, liberdade. Esse é o slogan dos manifestantes contra o regime dos mulás em Teerã.
Foto: Boris Roessler/dpa/picture alliance
Solidariedade na Cracóvia
A revolta das mulheres contra seus opressores no Irã merece solidariedade, dizem muitas mulheres de outros países. E elas vão às ruas em todo o mundo — como aqui em Cracóvia, na Polônia. Em muitos lugares do globo, mulheres são discriminadas, por isso a ideia de uma revolução feminista no Irã fascina muitas delas.
Foto: Beata Zawrzel/NurPhoto/picture alliance
Performance de estudantes de artes em Teerã
Estudantes de arte da Universidade Azad, em Teerã, protestaram em frente ao prédio da faculdade de artes. A tinta vermelha em suas mãos simboliza a repressão sangrenta dos protestos pelas forças de segurança.
Foto: UGC/AFP
"Morte ao ditador"
Os protestos após a morte de Mahsa Amini não visam apenas os rígidos códigos de vestimenta para meninas e mulheres. Em todo o país, os manifestantes estão questionando o sistema e gritando "mulás, desapareçam" ou "morte ao ditador", referindo-se ao líder religioso e político Ali Khamenei.