Tremor de magnitude 7,4 provoca pequenos tsunamis na costa leste do Japão, devastada por poderoso terremoto em 2011. População da região é forçada a evacuar para áreas mais altas. Não há registro de vítimas.
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Um forte terremoto voltou a atingir a região de Fukushima, no nordeste do Japão, na madrugada desta terça-feira (22/11), provocando uma série de pequenos tsunamis. A Agência Meteorológica do Japão (JMA, na sigla em inglês) estimou a magnitude do tremor em 7,4 na escala Richter.
O sismo ocorreu às 5h59 no horário local (18h59 de segunda-feira no horário de Brasília) a uma profundidade de 30 quilômetros. O epicentro foi no litoral de Fukushima, a cerca de 240 quilômetros da capital japonesa, Tóquio, onde o tremor também foi sentido, segundo informou a imprensa local.
O terremoto gerou inicialmente um alerta de tsunami na região. As autoridades japonesas previam a chegada de ondas de até três metros de altura no litoral das províncias de Fukushima e Miyagi, além de ondas de até um metro em todo o restante da costa leste do Japão.
Ao mesmo tempo, foi ordenada a evacuação imediata dos civis nessas áreas de risco. "Deixem imediatamente as regiões costeiras e se dirijam a um local seguro, como um terreno elevado, por exemplo. Não deixem as áreas seguras até que o alerta seja retirado", afirmou a JMA.
Mais tarde, já na manhã desta terça-feira no horário local, a agência meteorológica japonesa confirmou ter observado uma série de tsunamis ao longo do litoral. No porto de Sendai, em Miyagi, as ondas chegaram a 1,4 metro de altura, e no porto de Soma, em Fukushima, a 90 centímetros.
Um tsunami de cerca de um metro de altura teria atingido também a costa japonesa na área onde está localizada a central nuclear de Fukushima – acometida pela tragédia de quatro anos atrás –, informou a operadora Tokyo Eletric Power, acrescentando que não houve grandes problemas.
Não houve relatos de grandes incidentes em outras usinas nucleares que ficam em áreas afetadas pelo sismo, segundo a imprensa local. Também não há registro de feridos ou danos causados pelo tremor.
Por volta das 9h45 da manhã, no horário local, a JMA retirou o alerta de tsunami, mas manteve em vigor o aviso em toda a costa nordeste do país, alertando para possíveis ondas de até um metro de altura nessas localidades. A agência pediu que os moradores mantenham a cautela.
Em 11 de março de 2011, um violento terremoto de magnitude 9 e um posterior tsunami deixaram mais de 18 mil mortos na região japonesa, atingindo ainda as usinas nucleares locais, o que gerou vazamento de elementos radioativos e forçou a evacuação de milhares de pessoas nos arredores.
EK/ap/lusa/efe/ots
As regiões mais ameaçadas por terremotos
A Itália já foi atingida por dois tremores de terra em 2016. Também no Chile e no Japão, abalos sísmicos causaram mortes e destruição. Conheça as regiões do mundo mais propensas.
Foto: Reuters/M. Rossi
Itália
Dois tremores de magnitude 5,4 e 6,0 na escala Richter foram registrados na noite de 26 de outubro no centro da Itália, na mesma região afetada há dois meses por outro forte terremoto, que causou a morte de quase 300 pessoas. Na foto, a destruição causada pelo sismo mais recente em Norcia.
Foto: Reuters/E. Grillotti
Antes e depois
Imagens de antes e depois do terremoto de agosto na Itália. Na foto, uma casa da cidade de Accumoli, no centro da Itália, onde o abalo de 6,2 na escala de Richter causou mortes e devastação.
Japão
Um terremoto no Japão em abril causou destruição, como nesta rodovia em Minamiaso, no sul do país.
Foto: Reuters/Kyodo
Equador
Os terremotos estão relacionados ao deslocamento das placas tectônicas que formam o planeta. Tremores de terra são comuns no Equador porque o país fica perto do encontro de duas placas tectônicas, a de Nazca e a Sul-Americana. Na foto, a destruição em Pedernales no abalo de abril deste ano.
Foto: Reuters/G.Granja
Onde as placas se encontram
Sete placas tectônicas compõem a superfície da Terra. Nos locais onde elas se encontram são maiores os riscos de terremoto. No Nepal, a colisão da placa indiana com a placa da Eurásia causou um forte terremoto em 25 de abril de 2015. É um dos sete lugares do planeta mais propensos a terremotos.
Bhaktapur, antes
Em Catmandu, no Nepal, sete patrimônios mundiais da Unesco atraem nepaleses e outros visitantes. Na foto, as pessoas estão celebrando o Festival Gaijatra na praça histórica em Bhaktapur, em agosto de 2014.
Foto: picture alliance/landov
Bhaktapur, depois
Voluntários cavam com as mãos para tentar resgatar sobreviventes soterrados pelas ruínas de templos que ruíram no terremoto no Nepal em 2015, causando a morte de cerca de 9 mil pessoas.
Foto: Reuters/D. Siddiqui
Tsunami de 2011
O Japão fica a mais de 5 mil quilômetros do Nepal. Mas, em março de 2011, um terremoto causou um dos piores tsunamis já vistos no Japão. Além das 18 mil pessoas declaradas mortas, ele causou explosões nos reatores nucleares em Fukushima, que vazaram material radioativo para o meio ambiente, mais do que o liberado na catástrofe de Chernobyl.
Foto: picture-alliance/dpa
Japão, hoje
O Japão é um especialista em terremotos. Há treinamentos para situações de emergência e os arranha-céus são construídos sobre bases móveis que absorvem os choques de um terremoto. E o país também é conhecido por suas usinas nucleares. Em 2010, a usina Takahama (foto acima, do outro lado da ilha de Fukushima) era uma das 55 usinas nucleares, que fornecem 30% da eletricidade consumida no Japão.
Foto: AFP/Getty Images/JIJI Press
Andamão, no Oceano Índico, hoje
As Ilhas Andamão, que são parte da Índia, ficam perto da junção das placas continentais da Índia e da Eurásia. Por causa da alta pressão entre as placas, terremotos são comuns na região.
Foto: picture-alliance/dpa
Andamão em 2004
O pior dos terremotos recentes nesta área ocorreu em 26 de dezembro de 2004. Ele foi o terceiro mais forte já medido. O tsunami que se seguiu matou 230 mil pessoas ao longo da costa.
Foto: AFP/Getty Images/Choo Youn Kong
Yunnan, China
A província chinesa de Yunnan é conhecida por suas belas paisagens, seus terraços de arroz – e seu risco de terremotos. Como Yunnan fica no encontro das placas tectônicas da Índia e da Eurásia, o movimento delas pode causar sérios tremores.
Foto: picture alliance/ZUMA Press
Yunnan, China (2014)
Em agosto de 2014, mais de 400 pessoas morreram e cerca de 10 mil ficaram desabrigadas após um terremoto de magnitude 6,5. Abalos sísmicos fortes são comuns na China. Em 2008, um tremor causou a morte de 70 mil pessoas na província de Sichuan.
Foto: Reuters
L'Aquila, Itália
Embora a Europa não seja uma região conhecida por terremotos frequentes, eles são mais comuns do que se pensa. A Itália é especialmente afetada pelo choque da placa africana com a do continente europeu.
Foto: picture-alliance/dpa/G. Barone
L'Aquila, Itália (2009)
Em 2009, um terremoto matou 300 pessoas e mais de 10 mil ficaram desabrigadas em L'Aquila, na Itália. Sete cientistas foram condenados por homicídio culposo por não terem advertido sobre a iminência do terremoto. Apesar dos métodos científicos mais modernos, os terremotos não podem ser previstos com certeza.
Foto: picture alliance/INFOPHOTO
São Francisco, EUA
A ponte Golden Gate é a atração turística mais conhecida de São Francisco. Mas ela está ameaçada: os cientistas dizem que, em breve, o pior terremoto do século pode atingir a cidade. Responsável por isso é a falha de San Andreas, onde a placa norte-americana encontra a placa do Pacífico, ao largo da costa da Califórnia.
Foto: DW
São Francisco, EUA (1906)
Em 1906, São Francisco foi destruída por um abalo sísmico que causou incêndios. Este é considerado um dos mais mortais desastres naturais da história dos Estados Unidos, com a morte de 3 mil a 6 mil pessoas.
Foto: picture-alliance/akg-images
Valdivia, Chile
Hoje, nada na idílica Valdivia, no sul do Chile, lembra o perigo de terremotos. Na costa chilena, a placa sul-americana se encontra com a placa de Nazca.
Foto: Elio Caro/Virtual Publicidad
Valdivia, Chile (1960)
Com uma magnitude de 9,5, este foi o terremoto mais forte já medido. Em 1960, o tremor destruiu grande parte do sul do Chile. Ao menos 1.700 pessoas morreram, com milhões de desabrigados.