1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Economia do Kosovo

Filip Slavkovic (lk)29 de janeiro de 2008

Pobre, a província da Sérvia habitada por uma maioria albanesa deposita em seus recursos minerais a esperança de desenvolvimento econômico. Grandes jazidas de linhita podem permitir a exportação de eletricidade.

A energia poderá impulsionar a economia do KosovoFoto: AP

As negociações para a definição do estatuto do Kosovo, um processo ao fim do qual a província sérvia pretende tornar-se membro da União Européia (UE), transcorrem já há um ano. Levando-se em consideração os parâmetros econômicos, a independência dos kosovares parece ser uma meta longínqua. A província pertencente à Sérvia tem um Produto Interno Bruto (PIB) per capita estimado em 1.100 dólares, igual ao da Etiópia ou do Zâmbia – e dez vezes menor do que o da Bulgária ou da Romênia, os mais recentes membros da UE.

Neste mês de janeiro, as Nações Unidas e a União Européia deliberam separadamente sobre seu futuro procedimento em relação à província, que está desde 1999 sob administração da ONU e proteção da Otan. A maioria albanesa da população espera que os políticos em Pristina declarem até o fim de março a independência da Sérvia – como prometeram em suas campanhas em dezembro passado.

População crescente sem trabalho

Levantar a economia do Kosovo não será uma tarefa fácil para os europeus. Metade da população sofre de subnutrição, segundo o cientista político Behlul Beqaj. Um terço dos 2 milhões de habitantes tem menos de 14 anos. Como a taxa de natalidade é a mais alta da Europa, o mercado de trabalho é inundado a cada ano por um número crescente de pessoas em busca de emprego.

Camelô em Pristina: parte da população sobrevive de bicosFoto: picture-alliance/ dpa

Falta trabalho para 330 mil pessoas. Entre os que têm emprego, muitos trabalham para o setor público, o maior empregador da província. Os que trabalham para as organizações internacionais são os que recebem os salários mais altos. O setor privado consiste principalmente em estabelecimentos comerciais que empregam duas a três pessoas a salários muito baixos.

O resto da população faz biscates e fica à espera das remessas de dinheiro de parentes que vivem no exterior. Cerca de 375 mil albaneses kosovares trabalham nos Estados Unidos, na Alemanha ou na Suíça e remetem anualmente 450 milhões de euros para casa. A soma corresponde à metade do orçamento do Kosovo.

"Não sei como nós sobreviveríamos sem essa fonte de dinheiro", diz o economista Ibrahim Rexhepi. "Nossas importações perfazem 1,5 bilhão de euros, as exportações mal chegam a 150 milhões de euros." Para Rexhepi, a saída seria a abertura do mercado para investimentos estrangeiros e a abertura das fronteiras – para permitir aos desempregados que busquem trabalho no exterior.

Uma luz na escuridão

O setor energético representa um raio de esperança em meio a condições desalentadoras: a empresa de eletricidade do Kosovo produz apenas 800 megawatts de eletricidade por dia, 80% do que seria necessário, mas não dispõe de recursos para comprar mais energia nos países vizinhos.

Está previsto ainda para este ano o lançamento de uma licitação internacional para a construção de uma terceira usina termelétrica movida a linhita. Estima-se que o solo do Kosovo abrigue jazidas de 15 bilhões de toneladas de linhita, além de 20 bilhões de toneladas de chumbo e zinco e outros 15 bilhões de toneladas de níquel.

"Graças às grandes jazidas de linhita, o Kosovo deveria estar em condições de exportar eletricidade", diz Nezir Sinanin, porta-voz de Kosovo C, a nova usina com capacidade de 2.100 megawatts, que deverá estar concluída em 2014.

A Sérvia continua sendo o principal parceiro comercial do Kosovo, ao lado da Croácia e da Macedônia. Para o caso de os kosovares declararem sua independência, o governo sérvio já ameaçou com um embargo econômico. A conseqüência seria um aumento de pelo menos 10% nos preços, e o custo de vida em Pristina – onde o euro é a moeda corrente oficial – já se iguala agora aos níveis da UE.

Pular a seção Mais sobre este assunto