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Frágil trégua em Gaza

6 de maio de 2019

Com 25 mortos em apenas dois dias, região viveu a maior escalada de violência desde 2014. Um cessar-fogo mediado pelo Egito tenta evitar que Israel e grupos armados palestinos entrem novamente em guerra.

Prédio atingido por bombardeio israelense na cidade de GazaFoto: Reuters/S. Salem

Lideranças palestinas em Gaza e Israel acertaram nesta segunda-feira (06/05) um cessar-fogo, negociado pelo Egito, depois da escalada de violência entre o Exército israelense e grupos armados do enclave palestino ter deixado 25 mortos em dois dias.

O cessar-fogo entrou em vigor na madrugada (noite de domingo em Brasília), segundo representantes do movimento islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e do grupo extremista palestino Jihad Islâmica. Um funcionário do governo egípcio também confirmou a informação sob anonimato.

Israel não confirmou o cessar-fogo, mas levantou as restrições à circulação de pessoas na região de fronteira com Gaza, incluindo a reabertura de escolas. Segundo os militares israelenses, a situação na região é de retorno à rotina.

Uma nova escalada de violência, com disparo de foguetes a partir de Gaza e bombardeios por Israel, causou desde sábado ao menos 25 mortos, sendo quatro deles civis israelenses e 21 palestinos. Destes, ao menos nove eram militantes de movimentos armados.

Médicos palestinos afirmaram que, entre os mortos, estão duas grávidas e duas crianças. O Exército israelense negou que a morte de uma das mulheres grávidas e de uma criança tenham sido provocada por seus disparos, afirmando que elas foram vítimas de um míssil palestino que errou o alvo.

Esta é considerada a maior escalada de violência na região desde a guerra de 2014. Desde 2007, quando o Hamas assumiu o poder em Gaza, Israel e militantes palestinos no enclave já entraram três vezes em guerra.

A nova onda de violência começou em seguida às violentas manifestações de sexta-feira passada ao longo da fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel. Quatro palestinos, incluindo dois militantes do Hamas, foram mortos depois de dois soldados israelenses terem sido feridos num ataque a tiros de um palestino, durante os protestos.

As manifestações de sexta-feira começaram em março de 2018 para reivindicar o regresso dos refugiados e o fim do bloqueio israelense à Faixa da Gaza.

Israel afirmou que seus bombardeios foram uma resposta a cerca de 690 mísseis e morteiros disparados pelo Hamas e pela Jihad Islâmica desde sábado. Israel respondeu com cerca de 350 ataques a posições do Hamas, como túneis e depósitos de armas, segundo os militares israelenses.

Um dos mortos no lado palestino é Hamed Ahmed Abed Khudri, que segundo Israel era um comandante do Hamas responsável pela transferência de fundos do Irã para facções armadas em Gaza. Ele foi morto em uma ação que os militares israelenses descreveram como um ataque direcionado.

Diante da escalada do conflito, o governo dos EUA ficou do lado de Israel. "Estamos com Israel e apoiamos seu direito de autodefesa contra esses ataques vis", disse uma porta-voz do Departamento de Estado.

A União Europeia pediu o fim imediato dos ataques com foguetes da Faixa de Gaza, e as Nações Unidas apelaram a ambos os lados por contenção.

AS/lusa/efe/ap/afp

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