1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Fracassa acordo da ONU sobre comércio internacional de armas

29 de março de 2013

Esforços da Organização das Nações Unidas para regulamentar comércio armamentista voltam a esbarrar em interesses nacionais. Mas documento ainda pode passar na Assembleia Geral da ONU, onde não é necessário unanimidade.

Foto: Isaac KasamaniAFP/Getty Images

As negociações da Organização das Nações Unidas (ONU) em torno de um acordo para regulamentar o comércio internacional de armas fracassaram mais uma vez. Ao fim da conferência da ONU em Nova York, nesta quinta-feira (28/03), o presidente do encontro, Peter Woolcott, declarou que "não houve consenso" sobre o texto a ser votado.

O político australiano acrescentou que o fracasso se deveu à oposição de Irã, Coreia do Norte e Síria. Para a aprovação, teria sido necessário o voto unânime dos 193 Estados-membros da Organização das Nações Unidas.

Os representantes desses países vinham negociando um acordo de controle desde o início da última semana. O documento proposto previa que todos os signatários estivessem obrigados a fiscalizar se os armamentos fornecidos iriam para as mãos de terroristas ou se serviriam a eventuais violações dos direitos humanos.

No entanto, embora a maioria dos países presentes reconhecesse a necessidade de normas mais transparentes, muitos procuraram impor cláusulas de exceção.

Consenso impossível entre 193 Estados-membros, em Nova YorkFoto: imago stock&people

Ainda há esperança

Assim, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, manifestou sua profunda decepção com o fracasso do encontro. "Graças ao trabalho incansável e à disposição ao consenso dos países-membros, estivemos a pouca distância de um acordo", lamentou, em comunicado. Afinal de contas, o esboço proposto, muitas vezes reelaborado, era equilibrado, afirmou o político sul-coreano.

O âmbito do documento abrangia todas as armas convencionais, de aviões de caça até metralhadoras. Tanto representantes de organizações humanitárias e de direitos humanos como de diversos Estados-membros mostraram-se igualmente desapontados.

Este foi o segundo fracasso de uma conferência para controle do comércio armamentista internacional, no prazo de um ano. O encontro em julho de 2012 foi declarado fracassado por falta de consenso, antes mesmo da votação do esboço do acordo.

Embora ativistas e diversos governos trabalhem há mais de uma década no projeto, até o momento não existe nenhum documento, com validade jurídica internacional, que regulamente o comércio de armas, calculado em cerca de 60 bilhões de dólares.

No entanto, há um resquício de esperança: o acordo para regulamentar o comércio armamentista poderá ser aprovado a posteriori na Assembleia Geral da ONU, só sendo necessário para tal o voto à favor de dois terços do grêmio.

AV/afp/apd

Pular a seção Mais sobre este assunto