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França anuncia concurso para reconstruir torre da Notre-Dame

17 de abril de 2019

Governo francês quer realizar competição arquitetônica internacional para novo design de pináculo no topo da catedral. Queda da torre de 1860 é uma das imagens mais marcantes do incêndio que atingiu o templo parisiense.

Incêndio na Notre-Dame
Momento do colapso do pináculo da Notre-Dame, também chamado de flechaFoto: Getty Images/AFP/G. van der Hasselt

O governo da França anunciou nesta quarta-feira (17/04) o lançamento de um concurso internacional para o novo design do pináculo da Notre-Dame. O desabamento da chamada flecha, uma torre de 93 metros revestida de chumbo, tomada por chamas, foi uma das imagens mais marcantes do incêndio que destruiu parcialmente o histórico monumento gótico de Paris nesta segunda-feira.

O primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, comunicou que o governo francês abrirá uma competição que visa analisar como – e se – será feita a reconstrução do pináculo. A torre original foi construída em 1860 por Eugène Viollet-le-Duc, um dos arquitetos mais importantes do século 19, durante a longa restauração pela qual a catedral passou a partir de 1844.

O objetivo do concurso é "dotar a Notre-Dame de um novo pináculo adaptado às técnicas e desafios da nossa época", declarou Philippe no final de um conselho de ministros dedicado exclusivamente à reconstrução da catedral.

"A competição internacional vai nos permitir questionar se devemos recriar a flecha da maneira como foi concebida por Viollet-le Duc ou se, como ocorre com frequência com a evolução do patrimônio, devemos dotar a Notre-Dame de um novo pináculo", disse o primeiro-ministro. 

Philippe apontou que não existem ainda estimativas do custo total dos trabalhos de reconstrução da catedral, que o presidente francês Emmanuel Macron disse na terça-feira pretender que sejam feitos em cinco anos.  "Este é obviamente um enorme desafio, uma responsabilidade histórica", adiantou Philippe.

Enquanto isso, o Ministério Público de Paris comunicou que os investigadores responsáveis pela apuração da causa do incêndio conversaram com 30 testemunhas na terça-feira e que questionariam mais pessoas nesta quarta-feira.

As testemunhas incluem funcionários de segurança da catedral e funcionários das empresas incumbidas do projeto de restauração no telhado e na torre. A investigação está concentrada em uma causa acidental – especialistas e meios de comunicação franceses afirmaram que o incêndio pode estar ligado aos trabalhos de restauração. Segundo especialistas, a destruição da Notre-Dame foi evitada por questão de "15 minutos ou meia hora".

Philippe comunicou ainda que as principais relíquias religiosas e obras de arte da Notre-Dame foram levadas ao Museu do Louvre, onde serão submetidas a uma avaliação profunda por especialistas. Os três grandes vitrais nas fachadas oeste, sul e norte não sofreram danos.

O primeiro-ministro também anunciou que será promulgada nas próximas semanas uma nova lei para garantir transparência com o manuseio das doações. "Cada euro gasto para reconstruir a Notre-Dame será usado para tal – e para nada além disso", disse Philippe. 

Na terça-feira, o governo francês lançou uma campanha de arrecadação e recebeu promessas de doações que somaram mais de 600 milhões de euros até o fim do dia. O jornalista e consultor de patrimônio da presidência da França, Stephan Bern, disse à emissora BFM TV esperar que as doações superem a marca de 1 bilhão de euros nesta quarta-feira.

O reitor da catedral, o bispo Patrick Chauvet, comunicou que a Notre-Dame ficará fechada por cinco a seis anos. Segundo ele, parte da igreja foi "significativamente afetada" pelo incêndio – sem especificar de qual parte ele estava se referindo. Ainda não está claro o que aontecerá com os 67 funcionários da catedral.

PV/lusa/dpa/ots

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