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França começa a confiscar passaporte de potenciais radicais

23 de fevereiro de 2015

Seis cidadãos franceses que tentavam viajar para a Síria são impedidos de deixar o país, na primeira vez em que governo recorre a uma lei aprovada pelo Parlamento há três meses. Outros 40 devem ser apreendidos.

Reisepass Frankreich
Foto: Fotolia/Philippe Devanne

Autoridades da França confiscaram os passaportes de seis supostos jihadistas que tentavam viajar para a Síria, informou o ministro do Interior Bernard Cazeneuve. Esta é a primeira vez que Paris recorre à medida, aprovada pelo Parlamento em novembro passado a fim de coibir a ação de terroristas.

"Hoje, seis proibições administrativas impedindo a viagem dos titulares foram assinadas, e outras 40 estão a caminho", afirmou Cazeneuve a jornalistas. "Se cidadãos franceses conseguem deixar o país para cometer ações terroristas no Iraque e na Síria, o retorno deles ao país representa um perigo ainda maior para o território nacional e um grande risco de atos terroristas de alta escala."

Os passaportes dos seis cidadãos franceses estão confiscados por seis meses. Após o período, as autoridades podem renovar o confisco junto à Justiça.

Cazeneuve ressaltou ainda os esforços do governo na implantação de um sistema de alerta pelo qual familiares e amigos de jihadistas avisam autoridades sobre casos de radicais que estejam planejando deixar o país. Segundo o ministro, mais de mil casos já foram delatados e, como resultado, "dezenas" de viagens marcadas à Síria e ao Iraque não ocorreram.

Ministro francês do Interior, Bernard CazeneuveFoto: BERTRAND GUAY/AFP/Getty Images

O governo francês calcula que cerca de 1.400 franceses tenham ligações com células de recrutamento na Síria e no Iraque, dos quais aproximadamente 400 já estão lutando juntamente com os extremistas.

A França está em alerta máximo há mais de um mês. Em janeiro, 17 pessoas morreram vítimas de ataques terroristas em Paris, além dos três atiradores.

MSB/rtr/afp

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