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França considera incluir forças de Assad no combate ao EI

27 de novembro de 2015

Ministro do Exterior francês, Laurent Fabius, ressalta, porém, que reforço só será aceito no âmbito de um processo de transição política no país. Atual presidente não faz parte do futuro da Síria, reitera.

Ministro do Exterior francês , Laurent FabiusFoto: picture alliance/dpa/F.Robichon

O ministro do Exterior francês, Laurent Fabius, admitiu nesta sexta-feira (27/11) a possibilidade de integrar forças de segurança leais ao presidente sírio, Bashar al-Assad, ao combate ao "Estado Islâmico" (EI). Esse reforço, porém, entraria em questão somente no âmbito de um processo de transição política.

Para lutar contra o EI "há duas medidas: bombardeios e tropas terrestres, as quais não podem ser nossas, porque isso seria contraproducente. Mas as tropas terrestres poderiam ser forças do Exército Livre da Síria, forças árabes sunitas e, por que não, forças do regime", declarou Fabius à emissora de rádio RTL.

O ministro esclareceu, porém, que o envolvimento do Exército sírio numa aliança para combater os jihadistas seria possível somente no âmbito de um processo de mudança do regime. "Isso só pode ser considerado como parte da transição política e somente nesse contexto", ressaltou, acrescentando que essa transição é "urgente e indispensável".

O ministro reiterou ainda que Assad não pode ser "o futuro de seu povo" e reforçou que o objetivo militar francês na Síria continua sendo "primeiramente" a cidade de Raqqa, considerada a capital do EI. A região foi alvo de intensos bombardeios da França e da Rússia desde os ataques em Paris há duas semanas, que deixaram 130 mortos.

Parceria com a Rússia

Durante a entrevista, Fabius comentou também o encontro entre o presidente francês, François Hollande, e seu homólogo russo, Vladimir Putin. "O presidente Putin nos pediu para mapear as forças que lutam contra terroristas e contra o EI. Ele prometeu, contanto que forneçamos essas informações, que não irá bombardeá-los. Isso é muito importante", disse.

Em viagem para se reunir com líderes de vários países na tentativa de estruturar uma ampla coalizão contra o "Estado Islâmico", Hollande encontrou-se com Putin nesta quinta-feira. Os líderes se comprometeram em ampliar a cooperação no combate aos terroristas.

Durante o encontro, os países chegaram a um acordo sobre troca de informações de inteligência sobre o EI e outros grupos militantes na Síria, com o objetivo de melhorar a eficácia das campanhas de ataques aéreos na região.

No conflito sírio, os países apoiam lados opostos. A França integra a coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos, que promove ataques aéreos contra o "Estado Islâmico" e simpatiza com rebeldes da oposição moderada. Já a Rússia, aliada de Assad, realiza bombardeios contra grupos que alega serem terroristas.

Porém, rebeldes considerados moderados, mas que combatem o regime de Assad, são constantemente alvos de ataques aéreos russos.

CN/rtr/afp/dpa

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