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França declara fracasso de negociações sobre TTIP

30 de agosto de 2016

Paris vai solicitar aos parceiros europeus o fim das negociações sobre o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) entre UE e EUA. Vice-chanceler alemão diz que americanos travam o processo.

Protesto em Bruxelas contra Acordo de Parceria Transatlântica UE-EUA
Acordo de Parceria Transatlântica UE- EUA é alvo de protestos em diversos países europeusFoto: picture-alliance/dpa/O. Hoslet

O governo da França vai solicitar oficialmente aos parceiros europeus o fim "puro, simples e definitivo" das negociações sobre o polêmico Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla em inglês) entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos. A iniciativa que deverá encontrar respaldo nos altos escalões do governo alemão.

O anúncio foi feito nesta terça-feira (30/08) pelo secretário de Estado do Comércio Exterior da França, Matthias Fekl. "Deve haver um ruptura clara, limpa e definitiva", afirmou, ressaltando que, desde o início, as conversações estavam um tanto "sombrias" e geraram "muito medo e desconfiança".

O presidente francês, François Hollande, também criticou o andamento do processo, afirmando que "as negociações estão emperradas" e não deverão ser resolvidas no prazo. "O desequilíbrio é óbvio", disse, destacando as diferenças entre Bruxelas e Washington.

Fekl defende que as atuais circunstâncias e o clima político não permitem que as negociações prossigam. Por isso, seu país defende o fim do processo para, no futuro, "reiniciar as conversações sobre novas bases com os EUA".

O secretário sustenta que a UE não é a culpada pelos entraves. "Os americanos não nos dão nada ou apenas migalhas", o que impede o andamento do processo. "As relações entre a Europa e os EUA não estão à altura, é preciso retomar mais tarde, sobre novas bases."

Na Alemanha, o vice-chanceler e ministro da Economia, Sigmar Gabriel, afirmou nesta terça-feira que as negociações já estariam praticamente encerradas, uma vez que Washington não aceita fazer concessões. "Não vejo nenhuma vontade por parte dos americanos de entrar em acordo com os europeus."

O vice-chanceler, que há poucos dias já dava as negociações como "fracassadas", explicou que não há chances de se chegar a um acordo antes das eleições presidenciais nos EUA, e após é incerto que isso vá ser possível.

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, tentou relativizar, afirmando que ainda seria possível continuar com as negociações, embora admita que haja "diferenças de opinião" entre americanos e europeus nos temas do meio ambiente e nos direitos do consumidor.

A proposta de abandono das negociações será encaminhada pela França na reunião dos ministros do Comércio Exterior da UE, no fim de setembro em Bratislava, Eslováquia.

RC/dpa/rtr

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