Franceses votam no primeiro turno das eleições regionais para escolher os representantes das 13 unidades administrativas do país. Pesquisas apontam vantagem do partido anti-imigração Frente Nacional.
Anúncio
O primeiro turno das eleições regionais na França, neste domingo (06/12), está sendo observado de perto como um barômetro do sentimento eleitoral após os atentados de Paris. Os partidos tradicionais estão cada vez mais preocupados com o que chamam de uma perigosa guinada à direita.
De acordo com pesquisas eleitorais, o partido Frente Nacional (FN), chefiado por Marine Le Pen, deve alcançar cerca de 30% dos votos, tornando-se a principal força no primeiro turno das eleições regionais.
A populista de direita viu fortalecida sua política nacionalista e anti-imigratória após os ataques em Paris, que deixaram 130 mortos e 350 feridos no último dia 13 de novembro.
As sondagens mostram que a ala conservadora de centro-direita chefiada pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy deverá obter 29% dos votos. Mas o Partido Socialista, do atual presidente François Hollande, irá sofrer provavelmente uma dura derrota: somente 22% dos votos devem ir para os socialistas, segundo as pesquisas.
A decisão será tomada somente no segundo turno, em 13 de dezembro. Poderão participar todos os partidos que obtiveram mais de 10% dos votos no primeiro turno. Na segunda rodada, os socialistas ainda poderão contar com o apoio dos Verdes e do Partido de Esquerda. Segundo as pesquisas, esses dois últimos partidos deverão obter juntos 11% dos votos.
Mais de 46 milhões de franceses estão aptos a escolher os representantes parlamentares das regiões recém-formadas, após uma reforma que reduziu de 22 para 13 as unidades administrativas da França. O aumento de tamanho das regiões deve ampliar a competitividade internacional do país. Há ainda cinco departamentos ultramarinos.
As eleições regionais são a última votação importante antes das eleições presidenciais no início de 2017. Uma vitória tem um alto valor simbólico. Marine Le Pen pretende se tornar presidente regional da região Norte-Passo de Calais-Picardia, no norte do país. Mas seu objetivo maior é assumir o poder no Palácio do Eliseu.
Depois dos atentados em Paris, as eleições acontecem sob fortes medidas de segurança. Os locais de votação estão sendo vigiados por militares e pela polícia.
CA/dpa/rtr/afp
Homenagem às vítimas de Paris
Duas semanas após os atentados que deixaram 130 mortos na capital francesa, governo organiza um dia nacional de homenagens às vítimas. Bandeiras, flores e velas foram espalhadas pela cidade.
Foto: Reuters/J. Naegelen
Dia nacional de homenagem
Bandeiras francesas penduradas nas janelas de um edifício próximo do Palácio dos Inválidos, em Paris. O presidente François Hollande apelou a todos os cidadãos que estampassem a bandeira tricolor em suas janelas nesta sexta-feira (27/11) para prestar homenagem às vítimas dos ataques terroristas de 13 de novembro de 2015.
Foto: Reuters/J. Naegelen
Palácio dos Inválidos
Duas semanas após os ataques em Paris, o Hôtel National des Invalides (Palácio dos Inválidos) foi palco da cerimônia oficial em homenagem às vítimas. A construção foi ordenada por Luís 14 em 1670, para dar abrigo aos inválidos dos seus exércitos. Hoje é sede de museus e túmulo de personalidades ilustres como Napoleão Bonaparte e Sébastien Vauban.
Foto: Getty Images/AFP/M. Medina
Marselhesa
A homenagem começou com a chegada do presidente francês, François Hollande, enquanto a Guarda Republicana entoava a Marselhesa, o hino nacional francês. Após os ataques de 13 de novembro, a Marselhesa foi cantada por cidadãos de toda a Europa, como hino de resistência contra a ameaça do terrorismo.
Foto: Getty Images/AFP/P. Wojazer
Políticos
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, ao lado de Nicolas Sarkozy, ex-presidente francês entre 2007 e 2012 e líder do partido Os Republicanos. Sarkozy perdeu a última eleição para o socialista François Hollande e, ao que tudo indica, pretende disputar novamente as eleições presidenciais em 2017.
Foto: Reuters/C. Platiau
Frente Nacional
Marine Le Pen, líder do partido de extrema direita Frente Nacional (FN), também esteve presente na cerimônia. Ela, que também será candidata à presidência em 2017, foi a primeira dos líderes populistas e de extrema direita da Europa a pedir o "fim imediato de toda a admissão de imigrantes na França".
Foto: Reuters/C. Platiau
Promessa solene
Em discurso durante a cerimônia, François Hollande disse que aqueles que realizaram os ataques em Paris atuam em nome de uma "causa insana e traem o seu Deus". Hollande fez ainda a "promessa solene" de destruir o grupo "Estado Islâmico", autor dos ataques, descrevendo-o como um "exército de fanáticos".
Foto: Reuters/P. Wojazer
Feridos presentes
Mais de 2 mil pessoas acompanharam a cerimônia no Palácio dos Inválidos. Entre os convidados havia algumas das 350 pessoas que foram feridas nos ataques, parte delas em cadeiras de rodas.
Foto: Getty Images/AFP/M. Medina
Flores no Bataclan
Flores e bandeiras foram colocadas na frente da casa de shows Bataclan, onde 89 pessoas foram mortas por terroristas. Homenagens também foram prestadas nos outros locais dos ataques: o restaurante Le Petit Cambodge, o bar Le Carrilon, a pizzaria Casa Nostra e o bar Belle Equipe.
Foto: Getty Images/AFP/A. Jocard
Bandeira de roupas
Camisetas e casacos nas cores da bandeira francesa enfeitam uma sacada em em Paris. Com o estado de emergência declarado no país, não foram permitidas grandes manifestações de repúdio aos atentados, como aconteceu após os ataques de janeiro. Aos franceses foi pedido que se solidarizassem de suas próprias casas.
Foto: Getty Images/AFP/A. Jocard
Memorial improvisado
Franceses se reúnem em frente a um memorial improvisado na Place de la Republique.
Foto: Getty Images/AFP/T. Samson
Patriotismo
Homem segura bandeiras francesas perto da estátua na Place de la Republique.