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França frustrou cinco atentados desde janeiro

23 de abril de 2015

Autoridades evitaram série de ataques terroristas após investida contra o semanário parisiense "Charlie Hebdo", que chocou o país. "Ameaça nunca foi tão grande", afirma primeiro-ministro.

Foto: Reuters/Philippe Wojazer

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, revelou nesta quinta-feira (23/04) que cinco ataques terroristas foram frustrados na França desde janeiro, quando atentados contra o semanário satírico francês Charlie Hebdo e um supermercado kosher deixaram 17 mortos. "A ameaça nunca foi tão grande. Nunca fomos confrontados com tal tipo de terrorismo", afirmou o premiê.

Valls anunciou que os números incluem a prisão, anunciada nesta quarta-feira, de um jovem argelino que planejava atacar igrejas nas imediações de Paris. Sid Ahmed Ghlam, de 24 anos, estudante de informática que morava numa residência universitária parisiense, é também suspeito de ter assassinado uma mulher de 32 anos. A polícia apreendeu documentos que o ligam ao grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) e à organização terrorista Al Qaeda.

Investigadores continuam procurando possíveis cúmplices do estudante, já tendo detido diversos amigos e parentes dele. O jovem argelino estava em contato com uma pessoa na Síria, "que lhe pedia explicitamente para atacar uma igreja", afirmou nesta quarta-feira o procurador da República e encarregado do inquérito, François Molins.

Centenas de franceses entre jihadistas

Anteriormente, o estudante argelino vinha sendo vigiado pelos serviços secretos franceses, que suspeitavam de preparativos de uma viagem para a Síria, para se juntar a combatentes jihadistas, disse o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, ao anunciar a detenção de Ghlam.

Em seu quarto e no seu carro, os investigadores encontraram quatro espingardas de assalto kalashnikov, pistolas, coletes à prova de bala, braçadeiras e capas com a inscrição "polícia", documentos em árabe com referências à Al Qaeda e ao "Estado Islâmico", assim como notas manuscritas que provam que ele fez viagens de reconhecimento para cometer um atentado, segundo o procurador.

Centenas de franceses já se juntaram a jihadistas no Iraque e na Síria, constituindo quase metade dos combatentes europeus na região, de acordo com um relatório publicado neste mês pelo Senado francês.

Valls afirmou que 1.573 cidadãos franceses ou residentes do país estiveram envolvidos em "redes terroristas", 442 dos quais estão, possivelmente, na Síria. Segundo o premiê, 97 deles morreram na região.

MD/lusa/afp/dpa

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