1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

França proíbe visitas escolares a lojas da Apple

12 de maio de 2018

Pais e pedagogos disseram que excursões não passavam de publicidade disfarçada. No Brasil, duas lojas da Apple organizam visitas para alunos e professores.

Apple Watch Smartwatch Paris
Produtos da Apple em uma loja da empresa em Paris. Escolas não vão mais poder solicitar visitas aos estabelecimentos. Foto: Reuters/C. Hartmann

O Governo francês proibiu as visitas escolares às lojas da Apple, uma prática promovida pela empresa de tecnologia que suscitou a indignação de pais e profissionais do setor, informou nesta sexta-feira (11/05) o Ministério de Educação da França.

Segundo fontes do ministério, o motivo desta proibição é que o interesse pedagógico deve "predominar amplamente sobre o interesse comercial".

Alguns pais e pedagogos tinham acusado a empresa de utilizar as visitas escolares como uma estratégia de publicidade disfarçada.

A polêmica começou no início de abril após a veiculação de uma reportagem no canal France 2 que mostrou alunos de uma escola parisiense recebendo uma camiseta e um pen drive USB com o logo da Apple durante visita a uma das 20 lojas da França que organizavam este tipo de ação.

"As pessoas que acolheram as crianças nesta loja tiveram uma atitude muito comercial. O princípio da neutralidade não foi respeitado", disse uma fonte do Ministério da Educação à imprensa francesa.

Polêmica

Antes mesmo da veiculação da reportagem, vários pais já vinham reclamando da natureza das visitas escolares às lojas da Apple.  

"Não quero que meu filho sirva para que a Apple faça publicidade", declarou Céline Largier, mãe de um aluno que se negou a permitir que seu filho de 11 anos participasse de uma destas visitas em Paris, que segundo ela lhe pareceram uma "operação de comunicação dissimulada".

Professora de língua alemã na Universidade Sorbonne Nouvelle, ela também disse que o fato de estas visitas serem feitas dentro das lojas é "aberrante", e afirmou que levar as crianças a ver um estabelecimento da Apple "não é o papel da escola".

Tais excursões, que em teoria deveriam servir aos alunos como aprendizado de programação, foram finalmente canceladas por recomendação de um inspetor.

Para Largier, a declaração do Ministério de Educação representa uma "vitória". Ela espera que outras marcas desistam de organizar visitas similares.

A empresa ainda continua a oferecer esse tipo de visita em seu site francês. Elas são descritas como "uma experiência de aprendizagem inédita" para "descobrir como utilizar os serviços da Apple".

Brasil

Os passeios também são oferecido em outros países, como Brasil e México. No site brasileiro da empresa, há um espaço onde escolas podem marcar visitas a duas lojas da Apple no Brasil, em São Paulo e no Rio de Janeiro. As visitas, segundo a empresa, duram de 60 a 90 minutos e o número de participantes pode chegar a 30.

"Traga seus alunos ou outros professores para visitar uma Apple Store e ter uma experiência de aprendizado inesquecível. Durante as sessões práticas, seu grupo vai levar a criatividade a lugares que nunca imaginaram usando produtos Apple. E o trabalho que eles produzirem pode complementar projetos feitos em sala de aula”, diz o site brasileiro da empresa,

O site afirma ainda que os alunos "podem dar vida às suas histórias com recursos visuais, usar a música como forma de expressão ou até mesmo ajudar a inspirar uma mudança social”.

JPS/ots/efe

_________________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App

Pular a seção Mais sobre este assunto