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França quer retirar Ordem da Legião da Honra de Assad

17 de abril de 2018

Maior condecoração do país foi concedida ao presidente da Síria em 2001, no governo de Jacques Chirac. Processo para retirada da homenagem é um gesto político pouco comum.

Bashar al-Assad
Assad recebeu homenagem francesa por sua "atitude reformista"Foto: picture-alliance/AP Photo/Syrian Presidency

A França abriu nesta segunda-feira (16/04) um processo disciplinar contra o presidente da Síria, Bashar al-Assad, para retirar a Ordem da Legião da Honra, a maior condecoração concedida pelo país, dada a ele em 2001 no governo de Jacques Chirac.

Desde 2010, o Código da Legião da Honra estabelece que a medalha pode ser retirada de estrangeiros que cometeram atos contrários à honra ou que foram condenados e presos.

Assad recebeu a Grande Cruz em 2001 das mãos de Chirac, que cumprimentou o presidente sírio por sua "atitude reformista". Apesar de se tratar de uma honraria nacional, a cerimônia foi realizada de maneira discreta. O primeiro-ministro da França na época, Lionel Jospin, sequer foi informado.

O atual presidente da França, Emmanuel Macron, planeja o processo disciplinar contra Assad desde que chegou ao poder. No início de seu governo, Macron reconheceu que essa era uma "opção legítima". A abertura do processo, porém, ocorreu dois dias após o país participar de ataques aéreos na Síria, coordenados em parceria com os Estados Unidos e Reino Unido.

A retirada da Ordem é um gesto político pouco comum. Vários personagens polêmicos seguem com a homenagem do governo francês. O debate foi ampliado para personalidades já falecidas que também receberam a Ordem da Legião, como Benito Mussolini, Nicolae Ceausescu, Muammar Kadafi e Francisco Franco.

Em outubro do ano passado, a presidência da França também iniciou o processo para retirar a homenagem ao produtor americano Harvey Weinstein, acusado de assédio sexual e estupro.

CN/rtr/efe/ap

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