França registra terceira queda seguida na natalidade
16 de janeiro de 2018
País mais fértil da Europa vê total de nascimentos cair de novo em 2017. Já óbitos sobem. Queda na taxa de fecundidade reflete espera mais longa pela maternidade e diminuição de mulheres em idade reprodutiva.
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O país mais fértil da Europa registrou uma queda de 2,1% no número de nascimentos em 2017, o que equivale a 17 mil bebês a menos que os registrados na França em 2016, segundo divulgou nesta terça-feira (16/01) o Instituto Nacional de Estatísticas e de Estudos Econômicos (Insee).
É o terceiro ano consecutivo de queda no número de nascimentos. O vespertino Le Monde avaliou que os 767 mil nascimentos no país em 2017 indicam que "o dinamismo demográfico excepcional que caracterizou a França até a virada dos anos 2010 parece ter acabado".
O quadro estatístico pintado pelo Insee, segundo o diário, é mais sombrio: "Se a população continua aumentando para se estabelecer em 67,2 milhões de pessoas [em 1º de janeiro de 2018], ela o faz num ritmo menos duradouro que nos anos anteriores (0,3% contra 0,5% entre 2008 e 2013 e 0,4% entre 2014 e 2016)", diz o jornal. A França ainda é o segundo país mais populoso da União Europeia, atrás da Alemanha e à frente do Reino Unido, da Itália e da Espanha.
Se o número de nascimentos caiu, o de óbitos subiu em 2017, fazendo com que o chamado crescimento natural, ou a diferença entre nascimentos e mortes, ficasse "historicamente baixo", em 164 mil, segundo o instituto, no pior nível calculado no pós-Guerra e após quedas de amplitude comparáveis em 2016 e 2015.
Com o envelhecimento das gerações das explosões demográficas do pós-Guerra, o número de mortes aumentou em 9 mil em comparação com 2016 – foram 603 mil fatalidades. A gripe do inverno europeu iniciada no fim de 2016 contribuiu para o falecimento de mais pessoas em idade avançada.
Este é o terceiro ano consecutivo que o número de bebês nascidos na França caiu, fazendo com que o número de filhos por mulher ficasse em 1,88. Em 2016, o indicador da fecundidade era de 1,92 crianças por mulher. Em 2012, eram duas crianças por mulher. O novo número, "portanto, se afasta do nível de renovação de gerações (2,1 crianças por mulher). São as mulheres com idades entre 25 e 34 anos em particular que têm menos filhos que antes", cita o Le Monde, que explica a baixa também pela diminuição do número de mulheres em idade reprodutiva. Em 2017, as mulheres com idades entre 20 e 40 anos eram 8,4 milhões, ante 9,3 milhões em 1995.
País mais fértil
Mesmo assim, os dados mais recentes mostram que a França continua sendo o país mais fértil da União Europeia, ainda antes da Irlanda, afirmou o Insee, que fez a comparação com os últimos dados disponíveis sobre o bloco, de 2015.
Ao mesmo tempo, as mães francesas estão ficando mais velhas, com as mulheres escolhendo esperar até, em média, os 30,6 anos para ter o primeiro filho. Há uma década, a idade média era de 29,8 anos.
Como outros países ocidentais, a França tem uma população que está envelhecendo, o que é uma dor de cabeça demográfica, já que isso significa que menos pessoas em idade produtiva precisam financiar um número crescente de aposentados.
Segundo o Insee, cerca de 19,6% da população francesa têm agora mais de 65 anos. Há 20 anos, o percentual estava em 15,5%. No início de 2017 era de 19,2%.
No âmbito da imigração – um tema controverso no país – a França registrou um saldo migratório (diferença entre pessoas que entraram e saíram do país) de 69 mil chegadas a mais do que partidas em 2017.
RK/afp/ots
Temas controversos entre pais alemães
Dar aos bebês nomes tradicionais ou incomuns, amamentar em público, usar fraldas descartáveis ou de pano, e até mesmo vacinar ou não: conheça os temas que mais preocupam pais e mães na Alemanha.
Foto: Imago
Que nome dar?
O que é mais importante: que o filho se destaque ou seja mais um entre muitos outros de sua geração? Escolher um nome para o bebê é uma expressão da identidade dos pais, mas também pode ser um peso para a criança durante a vida inteira. Marie e Elias foram os nomes mais frequentes dados a bebês na Alemanha em 2016.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Stratenschulte
Amamentar em público
Mesmo que não funcione para todas as mães por uma série de razões, a amamentação é uma prática generalizada na Alemanha. Os alemães não têm problemas com nudez, de forma que a amamentação em público não chega a ser problema. No entanto, o país não tem uma lei que protege mães que amamentam. Donos de estabelecimentos comerciais podem proibir as mulheres de amamentarem em público em suas lojas.
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Por quanto tempo amamentar?
Este é outro tema controverso. Pode-se ver até mães amamentando um filho de três anos, mas isso é exceção. Na Alemanha os casais recebem ajuda financeira se deixam de trabalhar nos primeiros 12 meses do bebê (ou até 14 meses se a licença for compartilhada entre pai e mãe), e muitas mães tentam parar de amamentar antes de voltar ao trabalho.
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Jardim de infânca
Antes de voltar a trabalhar, a busca por vagas em creches ou jardins de infância é outro tema estressante para os jovens pais. Enquanto muitos se preocupam em achar estabelecimentos perto de suas casas, outros dão mais atenção à linha pedagógica, por exemplo, e lutam por uma vaga nos jardins de infância Waldorf.
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Vacinação
A vacina não é obrigatória na Alemanha, e, por isso, há pais que não imunizam os filhos. Segundo a OCDE, o índice de vacinação infantil no país é de 96%, mas outros estudos apontam uma taxa menor. Não vacinar só funciona enquanto um número suficiente de pessoas garantir a imunização da sociedade. Berlim, por exemplo, enfrentou uma epidemia de sarampo no inverno de 2014 para 2015, com 1.392 casos.
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Deixar chorar
É um fenômeno universal: os bebês acordam várias vezes por noite, deixando os pais exaustos. Seguindo o que se conhece como método Ferber, muitos alemães deixam os bebês chorarem sozinhos na cama até dormirem. Pode ser a salvação para alguns, mas outros consideram isso tortura.
Foto: CC/Roxeteer
Teoria do apego
Quem é contra esse treinamento para o bebê dormir provavelmente defende a "attachment parenting", teoria do apego, uma filosofia criada pelo pediatra americano William Sears. Ela recomenda, por exemplo, dar segurança ao carregar o bebê e dormir com ele, aliás outro ponto controverso. Em 2014, o Ministério alemão da Família até promoveu um congresso no país sobre a teoria do apego.
Foto: imago/imagebroker
Fraldas descartáveis, de pano ou nenhuma?
As fraldas são outro tema universal. Com tantas opções descartáveis no mercado, ainda há os que preferem fraldas de pano. Isso representa mais trabalho, mas contribui para a sustentabilidade. Praticantes do método "Windelfrei" (sem fraldas) ainda são raros, mas eles automaticamente ganham o concurso de "pais mais dedicados".
Foto: picture alliance/dpa Themendienst
Cozinhar ou comprar pronto
Você identifica pais que querem dar dedicação especial ao filho pela forma como preparam a papinha do bebê. Muitos utilizam apenas ingredientes orgânicos e pratos e talheres provenientes de comércio justo. Provavelmente eles criticam os que compram papinha pronta no supermercado, mas admitem que ela é útil quando viajam.
Foto: Fotolia/victoria p
Conceitos alternativos de educação
Nos anos 1960 e 1970, os alemães refletiram muito sobre educação e criaram conceitos como educação antiautoritária, para promover a liberdade de pensamento de uma criança. A influência dessa abordagem é sentida na Alemanha até hoje. Além das várias teorias populares atuais, cada pai desenvolve um estilo próprio – e ninguém gosta de ouvir que está errado.
Foto: colourbox/S. Darsa
Televisão e eletrônicos
Existem aplicativos incríveis e programas de TV voltados para os pequenos. Muitas crianças de um ano sabem mexer melhor em smartphones do que os avós. Embora não haja consenso entre os pais alemães sobre o uso de mídia digital por crianças pequenas, a maioria prefere restringir o contato dos filhos com esses aparelhos.
Foto: picture-alliance/dpa
Consumo de açúcar
Outra maneira alemã de avaliar um "bom pai ou mãe" é o número de anos em que o filho não foi colocado em contato com doces – e isso num país onde o sorvete é um ritual quase diário para crianças mais velhas no verão. Aliás, o segundo filho geralmente é privilegiado, podendo experimentar uma série de coisas mais cedo, pois após algum tempo os pais deixam de seguir alguns de seus rígidos princípios.