França vai impor multa de 200 euros a usuários de drogas
25 de julho de 2020
Primeiro-ministro francês anuncia que nova punição será introduzida em todo o país a partir de setembro, com foco especial em usuários de maconha. Quem for pego consumindo drogas ilícitas será multado na hora.
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A polícia da França vai passar a aplicar multas a quem for flagrado usando drogas ilícitas, anunciou neste sábado (25/07) o novo primeiro-ministro francês, Jean Castex.
As multas serão no valor de 200 euros (cerca de 1.220 reais) e serão aplicadas na hora e local do flagrante. A punição já vem sendo testada nas últimas semanas em algumas cidades francesas, como Rennes e Reims, e será estendida para todo o território do país a partir de setembro.
A medida terá como principal foco usuários de maconha. A França é o país europeu cuja população mais consome cannabis e o terceiro em consumo de cocaína.
Uma lei francesa de 1970 prevê que usuários de drogas ilícitas, sem distinguir tipos específicos de drogas, sejam punidos com até um ano de prisão e multas de até 3.750 euros (cerca de 22.860 reais), mas poucos realmente cumprem essas penas.
Segundo o conservador Castex, que assumiu o posto de premiê neste mês, a nova medida vai simplificar os procedimentos policiais ao permitir a "aplicação de uma punição sem demoras", não precisando envolver processos judiciais.
O primeiro-ministro defendeu ainda que as multas aplicadas no local deverão ser uma ferramenta eficaz "contra os pontos de venda [de drogas] que estão corroendo os bairros".
Se a multa for paga em até 15 dias, o valor será reduzido para 150 euros (915 reais). Mas se o usuário falhar em pagá-la até 45 dias, a pena será aumentada para 450 euros (2.743 reais).
A medida vem em meio a preocupações com a violência relacionada ao tráfico de drogas no país e faz parte dos planos do novo premiê de fortalecer a segurança na França. Ele disse querer "pôr um fim na violência da vida cotidiana" no país.
Exército italiano cultiva maconha para fins medicinais
A Itália tem um projeto piloto para a produção de canábis para terapias e assim tornar-se independente de importações da Holanda, mais caras. Desde janeiro, o produto está sendo distribuído em farmácias e hospitais.
Foto: Getty images/AFP/F. Monteforte
Canábis terapêutica
O Exército italiano produz a canábis terapêutica no Instituto Químico Farmacêutico Militar, em Florença. A erva, fornecida a hospitais e farmácias italianas, custa cerca da metade do preço da maconha importada.
Foto: Getty images/AFP/F. Monteforte
Projeto militar
A produção é apenas uma das atividades do instituto químico e farmacêutico militar, que existe há 164 anos. A instituição se orgulha de ter registrado a maconha como produto farmacêutico em setembro de 2015 pela agência de medicamentos da Itália. O produto final é muito diferente da maior parte da canábis consumida no mundo.
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Menos THC, mais CBD
O tetra-hidrocarbinol (THC), componente da planta da maconha responsável pelos efeitos alucinógenos, não é tão útil para a medicina quanto o ingrediente ativo canabidiol (CBD), usado como anti-inflamatório. Estima-se que entre 2 e 3 mil italianos se tratem com canábis medicinal para aliviar dores causados pela esclerose múltipla e espasticidade, ou combater náuseas após a quimioterapia.
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"Jamais experimentei!"
"Não, eu nunca experimentei, e também nem tenho a intenção de fazê-lo", diz Antonio Medica, o coronel encarregado do laboratório de canábis no instituto militar italiano em Florença. Ele ri ao dizer que outro dia um colega seu brincou, dizendo que passou 40 anos tentando fazer as tropas parar de fumar nos quartéis: "E agora estamos produzindo nós mesmos!"
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Garantia de qualidade
A produção em um ambiente estéril é muito importante. "Essa é a única maneira de você garantir um produto bom, livre de materiais tóxicos, em especial de metais pesados como o mercúrio, que as plantas absorvem facilmente quando crescem nos campos", explica Medica.
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Apenas na "forma natural"
A maconha produzida pelos militares em Florença é distribuída a farmácias e hospitais italianos. A lei prevê que, além da necessidade de prescrição médica, o conteúdo da embalagem deve ser sempre canábis em sua forma natural (ou seja, em forma de planta: flores ou brotos de maconha), para ser usada em chás ou inalada através de vaporizador.