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Franceses vão às ruas contra planos de reforma de Macron

26 de maio de 2018

Confederação sindical insta presidente francês a "olhar pela janela do palácio e ver a vida real". Em queda de popularidade, Macron assegura que nem protestos nem sondagens o farão abandonar o curso reformista.

Oposicionistas representam presidente de 40 anos como absolutista inabalável
Oposicionistas representam presidente de 40 anos como absolutista inabalávelFoto: Getty Images/AFP/J. Demarthon

As manifestações contra a política do presidente francês, Emmanuel Macron, reuniram neste sábado (26/05) 250 mil pessoas em todo o país, informou a confederação sindical CGT. Os protestos foram organizados por 60 sindicatos, partidos de esquerda e associações.

Em Paris, a CGT contabilizou 80 mil manifestantes, enquanto a polícia registou 21 mil. A participação foi menor do que no protesto de 5 de maio, quando os organizadores deram conta de 100 mil manifestantes em Paris, e a polícia de 40 mil.

Macron fala de seu projeto para a UE

03:53

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No protesto em Paris, o líder da CGT, Philippe Martinez, instou que Macron "olhe pela janela do seu palácio para ver a vida real". Foram mobilizados 1.500 policiais para a capital. As forças de segurança realizaram revistas à cata de objetos que pudessem provocar danos ou possibilitar cobrir os rostos. Houve 35 detenções. Em manifestações anteriores, participantes não ligados à organização praticaram atos de vandalismo.

O Executivo francês continua reafirmando sua determinação em apoiar a vontade do presidente de "transformar o país". Na sexta-feira, em São Petersburgo, Rússia, o próprio Macron garantiu que os protestos não o deterão, e que não pretende governar "à luz de sondagens ou manifestações" porque "já se fez muito isso".

"Não às privatizações por encomenda" e "Greve geral para expulsar Macron"Foto: Getty Images/AFP/J. Demarthon

Popularidade comprometida

No início de maio, ao transcorrer um ano desde a eleição de Macron, uma sondagem BVA para a rádio RTL apontou que 57% se dizem insatisfeitos com a política presidencial. O resultado é melhor do que os dos antecessores François Hollande e Nicolas Sarkozy no mesmo período, porém pior do que os de Jacques Chirac e François Mitterrand, representando perda de 20 pontos percentuais em um ano.

Entre as qualidades reconhecidas a Macron, os entrevistados citavam especialmente "convicções profundas", "autoridade" e "estatura presidencial". Entre os defeitos, ser pouco "unificador" e "próximo do povo".

"Se há um ponto que une os franceses, é que o presidente age. O que os divide é a sua ação", resumiu o especialista em sondagens Jean-Daniel Lévy, da empresa de pesquisa de mercado Harris Interactive, à agência de notícias francesa AFP.

Emmanuel Macron, de 40 anos, venceu as eleições de 7 de maio de 2017 com 64% dos votos, num segundo turno disputado com Marine Le Pen, líder da ultradireitista Frente Nacional.

Seu programa político, que ele define como "nem de esquerda nem de direita", se baseia na liberalização do modelo econômico francês, na reafirmação da unidade europeia e na reedificação da posição da França no mundo. Ao fim de um ano no poder, Macron tem enfrentado contestação social e numerosas greves de transportes.

AV/afp,lusa,rtr

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