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Eficiente, discreto, confiável

Marcel Fürstenau (av)8 de setembro de 2008

Braço direito de Schröder e bom colaborador de Merkel, o ministro das Relações Exteriores goza de respeito invejável entre os colegas e a população. Agora ele é o candidato social-democrata à chefia do governo alemão.

Reputação de Steinmeier é invejávelFoto: AP

Quando, em 2005, Frank-Walter Steinmeier assumiu o posto de ministro das Relações Exteriores no gabinete de Angela Merkel, poucos na Alemanha sabiam quem ele era. Nesse ínterim, o social-democrata de 52 anos tornou-se um dos políticos mais respeitados do país.

Seus potenciais eleitores confiam que ele seja capaz de cumprir aquilo que o então chanceler federal Gerhard Schröder afirmara há alguns anos: assumir sem mais delongas o cargo de chefe de governo. Agora ele é o candidato do Partido Social Democrata (SPD) para 2009, no lugar do até então líder partidário Kurt Beck. Uma posição pela qual Steinmeier nunca se bateu. Pelo menos abertamente.

Social-democrata típico

O social-democrata na ChinaFoto: picture-alliance/ dpa

Steinmeier nasceu em 5 de janeiro de 1956 na cidade de Detmold, no leste da Vestfália, num meio tipicamente social-democrata, por assim dizer. Filho de uma operária de fábrica e de um marceneiro, ele entrou para o SPD em 1975. Originalmente desejava tornar-se arquiteto, porém acabou estudando Direito e Ciências Políticas, e trabalhou vários anos como pesquisador na Universidade de Giessen.

No início dos anos 90, veio a virada para a política. Sua ascensão é veloz: assessor do governo estadual da Baixa Saxônia, diretor do escritório particular do então governador Gerhard Schröder, que em 1996 o promoveu a subsecretário estadual.

Dois anos mais tarde, ambos trocam Hannover por Berlim, com Schröder no cargo de premiê da coalizão governamental SPD-verdes. Em 1999, novo salto em sua carreira: Steinmeier torna-se diretor do gabinete do chanceler.

"Minha mulher e no Frank"

Eficiente, sólido, discreto, confiável, Steinmeier é tido em alta estima. O chanceler federal revela numa entrevista: além da própria esposa, ele só confia em duas pessoas – na diretora de seu escritório e "no Frank".

Bom trabalho com Merkel (à esq., ministro Wolfgang Schäuble)Foto: AP

Após a derrota eleitoral de Schröder em 2005, Steinmeier assumiu como ministro das Relações Exteriores da coligação dos social-democratas com a União Democrata Cristã e a União Social Cristã (CDU/CSU), liderada por Angela Merkel.

Os talentos do ministro em gerenciamento e mediação foram logo solicitados, por exemplo, na longa crise em torno da Constituição da União Européia, após os resultados negativos dos plebiscitos na França e na Holanda.

Aberto e sem vaidade

Steinmeier comunica aos cidadãos a sensação de levá-los a sério, a eles e a suas preocupações. Ele pertence ao raro tipo de político livre de vaidades e da necessidade de se impor. Casado e com uma filha de 12 anos, é assim que se apresenta no palco da política internacional: sensível, compreensivo, decidido.

Trata-se de alguém que não se esconde atrás de fórmulas e clichês. Ele é bem claro quanto à atuação da Alemanha no Afeganistão: trata-se de uma mobilização pela segurança, se necessário através "das possibilidades que os soldados possuem: o emprego de armas".

Sua atuação no combate ao terrorismo o colocou sob fogo político. A oposição o acusou de, na competência de coordenador do serviço secreto, não haver se ocupado o suficiente do destino dos cidadãos alemães seqüestrados após o 11 de setembro de 2001 pela CIA, a exemplo do caso de Murat Kurnaz. Diversas vezes Steinmeier foi convocado a depor diante de uma comissão parlamentar.

Mais prezado do que querido

Caso Kurnaz colocou o ministro em dificuldadesFoto: AP

Apesar do escândalo dos serviços secretos, a imagem pública de Steinmeier não sofreu danos. Pelo contrário: aprecia-se seu jeito confiável e o modo como lida com os parceiros de coalizão, as conservadoras CDU/CSU.

Ele classifica como boa sua relação de trabalho com Merkel: "'Boa', no sentido em que é possível um dizer ao outro onde estão os limites, os quais não se pode ultrapassar no sempre necessário esforço de consenso dentro da Grande Coalizão", explica.

Em seu partido, o ministro das Relações Exteriores é mais prezado do que querido. Tal se deve, sobretudo, às controvertidas reformas sociais e do mercado de trabalho da era Schröder, a chamada Agenda 2010, que Steinmeier defende contra toda a crítica da ala de esquerda do SPD.

Nessa ala se encontram também os companheiros que, na assembléia de outubro de 2007, em Hamburgo, lhe negaram o voto para a presidência do SPD. Ele contou com 85,5% dos votos, enquanto Kurt Beck obteve 95,5%. Mas, apesar de tudo, o nome do candidato social-democrata para a Chancelaria Federal em 2009 é Frank-Walter Steinmeier.

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