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Frankfurt

17 de outubro de 2009

A metrópole alemã às margens do rio Meno tem muito mais a oferecer do que apenas bons negócios. Frankfurt é uma das cidades mais ricas da Europa e também um centro de referência para a literatura e a cultura do país.

Paisagem metropolitana: os arranha-céus são o cartão-postal de FrankfurtFoto: picture-alliance/dpa

Apesar de ser a quinta maior cidade da Alemanha, com mais de 665 mil habitantes (dados de 2008), Frankfurt não é a capital do estado de Hessen, onde está localizada. A capital é Wiesbaden. O Aeroporto Internacional de Frankfurt é o maior da Alemanha, com uma movimentação diária de 40.150 voos e 4,6 milhões de passageiros em setembro de 2009.

Cidade de bancos e de contrastes

A primeira associação que se faz com a cidade de Frankfurt são os bancos. E não é para menos: são mais de 400 instituições financeiras com sede na cidade. Em Frankfurt, não se faz só dinheiro, mas também política.

Política financeira, naturalmente. As sedes do Banco Central Alemão e também do Banco Central Europeu, que controla os rumos do euro, estão situadas na cidade. Mais de 10% das pessoas que lá trabalham vivem não só do dinheiro, mas também para o dinheiro.

Cidade tem mais de 400 instituições financeirasFoto: AP

Mas quem visita Frankfurt pode esperar muito mais do que apenas homens de negócios pelas ruas. A área da estação ferroviária central é um exemplo de contrastes urbanos: ali se cruzam engravatados, expositores e visitantes de feiras, turistas internacionais e moradores locais.

O centro é um verdadeiro caldeirão multicultural, uma mistura de inúmeras lojas e restaurantes de todos os tipos e lugares do mundo, movimentado 24 horas por dia.

A rua Kaiserstrasse, às portas da estação ferroviária, é uma alameda que completa os contrastes. A riqueza e a miséria convivem em um espaço urbano marcado por edifícios modernos e pelo comércio varejista multicultural.

O horizonte da 'Mainhattan'

Para os brasileiros acostumados aos arranha-céus das grandes cidades, o horizonte de Frankfurt deixa a desejar. Mas, para os padrões europeus, Frankfurt possui uma grande quantidade de edifícios altos, como poucas outras cidades no continente.

O único deles aberto à visitação pública é o Maintower. Do seu mirante, 200 metros acima do nível da rua, pode-se apreciar a cidade como em nenhum outro local. As pedras do antigo edifício, que chegou a ser tombado pelo patrimônio histórico, foram reaproveitadas na construção do novo prédio.

Panorama da 'Mainhattan'Foto: picture-alliance/ ZB

Um dos símbolos da cidade é o edifício da sede do banco Commerzbank, com seus 300 metros de altura (incluída a antena). É o prédio comercial mais alto da Europa e foi planejado pelo famoso arquiteto Norman Foster. Outros arranha-céus de destaque são a torre da operadora da Feira de Frankfurt e a sede do Deutsche Bank.

Por causa da paisagem cosmopolita, a cidade às margens do rio Meno (Main, em alemão) é comparada ao bairro mais famoso de Nova York (Manhattan) e apelidade de 'Mainhattan'.

Fênix renascida das cinzas

Apesar de ter sido muito destruída durante a Segunda Guerra, a cidade foi reconstruída e remodelada. O centro histórico deu lugar a amplas avenidas e prédios modernos, mas ainda testemunha importantes momentos históricos.

Os três pontos turísticos mais importantes da cidade estão localizados no centro histórico: a Catedral (Kaiserdom), a praça Römerberg e a Igreja de São Paulo (Paulskirche).

A Assembleia Nacional de 1848Foto: Deutsches Historisches Museum

Römerberg é o coração do centro histórico, com a Igreja de São Nicolau (Nikolaikirche), em estilo gótico. Em 1405, duas construções passaram oficialmente a fazer parte do patrimônio da cidade: a casa do Cisne Dourado e a casa Römer, onde desde então está instalada a prefeitura da cidade. Mas a importância do Römer vai muito além: ali foram feitos acertos e negociações para a escolha de reis e imperadores alemães.

Uma rua importante do centro histórico é a Neue Kräme, que liga o Römer à Igreja de Nossa Senhora (Liebfrauenkirche). Ali está uma das poucas construções barrocas da cidade, a casa Zum Paradies/Grimmvogel, construída em 1775. A Neue Kräme faz parte do calçadão e é o centro comercial da cidade, com inúmeras lojas.

A Catedral de São Bartolomeu (Kaiserdom) impressiona com a sua torre em estilo gótico. Foi palco da escolha e da coroação de imperadores. O caminho que leva até o Römer, o Königsweg, era percorrido pelos imperadores até a prefeitura para celebrar a coroação. O jardim histórico da catedral abriga uma exposição com peças dos períodos carolíngio e românico.

A Igreja de São Paulo substituiu uma pequena igreja medieval, demolida em 1786. Até 1944, foi a principal igreja evangélica da cidade. Em 1848, o seu interior em estilo classicista, obra de Johann Georg Hess, foi palco da Assembléia Nacional e da aprovação da primeira Constituição do povo alemão.

O pequeno mercado (Kleinmarkthalle) é uma construção recente, datada de 1954. Com mais de 150 lojas, tornou-se o centro culinário da cidade. A oferta de especialidades locais e internacionais é grande, sendo, por isso, um local muito frequentado na hora do almoço.

A cidade de Goethe

Goethe: filho ilustre da cidadeFoto: AP

Johann Wolfgang von Goethe nasceu em Frankfurt. A casa de seus pais abriga atualmente um museu com uma vasta coleção de pinturas, gráficos e bustos dos séculos 18 e 19, belos representantes de épocas alemãs como o Classicismo, o Romantismo e o Biedermeier.

Interessante é a ligação entre os poetas e os artistas, representada na exposição permanente do museu, que também abriga importantes documentos e uma rica biblioteca com manuscritos e obras de Goethe.

A ligação da cidade com a literatura não pára por aí. Muitas editoras têm sede em Frankfurt. Além disso, todos os anos acontece em outubro a Feira Internacional do Livro, a maior do gênero no mundo.

Agitação cultural

Salão de Arte Schirn em FrankfurtFoto: picture-alliance/ dpa

Antigamente, Frankfurt deixava a desejar na parte cultural. Mas onde o dinheiro está, a cultura floresce. Atualmente, a cidade oferece um variado programa cultural. As avenidas às margens do rio Meno se transformaram em roteiro obrigatório para os aficionados em arte. Os mais de 60 museus e salas de exposição agradam a todos os gostos e preferências.

Às margens do Meno estão os museus mais conhecidos e importantes da cidade: o Städel, o Liebighaus, o Museu Judaico, o Museu de Arte Moderna, o Schirn e muitos outros dedicados aos mais variados temas, como arquitetura, comunicação, cinema e arqueologia.

Depois do passeio, uma taça de äppelwoin

Tradição em Frankfurt: äppelwoi, o vinho de maçãFoto: AP

Antes, quando o expediente dos bancos terminava, acabava também qualquer sinal de vida no centro financeiro da cidade. Hoje em dia, há muitos bares e opções de entretenimento e os jovens estão invadindo a área próxima ao rio Meno. No sul de Frankfurt, por exemplo, no parte do centro histórico chamada de Sachsenhäuser, estão os bares mais famosos da cidade.

Depois da maratona para conhecer a metrópole, nada melhor do que se juntar aos artistas, estudantes e bancários para saborear uma taça de vinho de maçã, chamado de äppelwoi em Frankfurt.

Autora: Flávia Magalhães

Revisão: Roselaine Wandscheer