Fraudes na saúde alemã ligadas a crime organizado russo
Dagmar Breitenbach (av)18 de abril de 2016
Envelhecimento da população e falta de supervisão de assistência em domicílio propiciariam novo ramo criminoso, conectado a redes na Rússia. Segundo mídia alemã, fenômeno nacional resulta em prejuízos milionários.
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O sistema de saúde da Alemanha vem perdendo pelo menos 1 bilhão de euros por ano devido a fraudes, de acordo com informações apuradas pelo jornal alemão Welt am Sonntag.
A população alemã está envelhecendo rapidamente, e esse fato propiciou a emergência, nos últimos anos, de um amplo mercado de cuidados de saúde e serviços de assistência a idosos. Devido à falta de profissionais alemães qualificados, o país depende cada vez mais de mão de obra do Leste Europeu, tanto nos lares para idosos como em serviços em domicílio.
No entanto, constata-se que, sem supervisão adequada, esses cuidados ambulantes tornam-se presa fácil de abusos e um convite ao crime organizado. O Welt am Sonntag e a emissora estatal bávara BR atribuem as fraudes a serviços domiciliares na Rússia, alguns dos quais tendo ligações com o crime organizado russo.
Sistema de saúde complicado facilita fraude
Segundo os dois veículos de imprensa alemães, o alvo preferencial dos criminosos são os casos mais lucrativos, já que pacientes que exigem cuidados intensivos geram gastos de até vários milhares de euros por mês. O esquema chegaria a render para os serviços russos até 15 mil euros mensais por paciente.
Eugen Brysch, diretor executivo da Fundação Alemã de Proteção dos Pacientes, aponta o complicado sistema de saúde da Alemanha como principal problema no escândalo de faturamento. Pois no país há dois tipos de seguro de saúde obrigatório: básico e para cuidados de longo prazo.
"O sistema facilita as coisas para os criminosos, porque os dois seguros não têm a menor comunicação no que concerne o cuidado domiciliar", explicou Brysch à DW. Na residência do paciente, a assistência de longo prazo costuma ser monitorada até certo ponto, mas os aspectos do cuidado de saúde raramente são verificados.
O diretor considera o fato uma falha grave e uma porta aberta para a criminalidade. "Temos testemunhado essa dinâmica há anos", revela Brysch, apelando por um maior rigor nos controles da assistência domiciliar, sobretudo uma vez que "os estados federados reduziram a sua supervisão ao mínimo".
"Lado a lado com prostituição e tráfico de drogas"
Uma estratégia dos cuidadores fraudulentos é cobrar por cuidados de 24 horas, quando, na realidade, só visitam o paciente algumas vezes por dia. Em alguns casos, os familiares participam da burla, embolsando parte da soma paga pelo sistema de saúde alemão.
Outros profissionais falsificam sistematicamente os livros de ocorrências, incluindo serviços jamais prestados. Trata-se de um fenômeno nacional, prosseguem a BR e o Welt, mas aparentemente os focos principais estão localizados em Berlim, Baixa Saxônia e Baviera.
Para coibir os abusos, Dominik Schirmer, da sucursal bávara da seguradora de saúde AOK, reivindica que companhias como a sua tenham mais direitos a supervisionar os serviços domiciliares. Gernot Kiefer, diretor gerente da GKV, propõe que haja visitas não anunciadas, em vez das usuais visitas semestrais. "É o único meio de desvendar essas fraudes", afirma.
Os veículos de imprensa alemães alicerçam suas denúncias citando um dossiê confidencial do Departamento Federal de Investigações (BKA) da Alemanha. Embora sem entrar em detalhes, o órgão confirma que "agências municipais de assistência social e seguradoras de saúde e de cuidados de longo prazo – e, portanto, o público em geral – estão sofrendo danos consideráveis", acrescentando estar investigando o caso.
Além de uma melhor comunicação entre as seguradoras e mais supervisão, Brysch defende que os 16 estados alemães passem a ter procuradores públicos especializados em questões de assistência de saúde. "É apavorante o sistema de assistência estar agora sendo mencionado lado a lado com a prostituição e o tráfico de drogas."
Dez verdades amargas sobre o açúcar
Aumento do consumo de açúcar afeta seriamente a saúde da população do planeta, e a Organização Mundial da Saúde alerta para uma "epidemia global". Confira dez riscos associados ao produto.
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Engorda
No corpo, o açúcar é convertido em gordura por volta de duas a cinco vezes mais rapidamente que os amidos. Ou seja, quando comemos açúcar, alimentamos nossas células de gordura. A frutose no produto também é metabolizada pelo fígado, o que pode contribuir para a esteatose hepática ou "fígado gorduroso". Isso pode promover a resistência à insulina e levar a diabetes do tipo 2.
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Afeta o humor
Em pequenas quantidades, o açúcar promove a liberação da serotonina, um hormônio que estimula o humor. No entanto, o consumo elevado do produto pode fomentar a depressão e a ansiedade. Mudanças repentinas nos níveis de açúcar no sangue também podem levar à irritabilidade, ansiedade e alterações de humor.
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Contribui para o envelhecimento
Já é sabido que o açúcar afeta a saúde, mas também atinge a pele. Isso acontece em parte devido à glicação, processo pelo qual moléculas de açúcar se ligam às fibras de colágeno. Como resultado, estas perdem sua elasticidade natural. O excesso de açúcar também prejudica a microcirculação, o que retarda a renovação celular. Isso pode estimular o desenvolvimento de rugas e o envelhecimento precoce.
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Prejudica o intestino
A flora intestinal promove a digestão e protege o sistema digestivo de bactérias nocivas. O consumo elevado de açúcar deixa a microbiota intestinal fora de sintonia. Fungos e parasitas adoram açúcar. O excesso do fungo "Candida albicans" pode levar a uma série de sintomas irritantes. E o açúcar também contribui para o resfriado, a diarreia e gases.
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Pode viciar
Em pessoas adiposas, o cérebro responde ao açúcar, liberando dopamina, da mesma forma que responde ao álcool e a outras substâncias que causam dependência. Faça o teste: evite todos os alimentos e bebidas adocicadas por dez dias. Se você começar a ter dor de cabeça e picos de irritabilidade após um ou dois dias, e passar a ter desejo por açúcar, então pode estar sofrendo de abstinência de açúcar.
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Provoca agressividade
Pessoas que consomem açúcar em excesso são mais propensas a assumir um comportamento agressivo. Crianças que sofrem de deficit de atenção e hiperatividade também são afetadas pelo açúcar. O consumo elevado do produto afeta a concentração e fomente a hiperatividade. É por isso que é uma boa ideia que as crianças evitem comer açúcar durante o horário escolar.
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Enfraquece o sistema imunológico
Depois do consumo de açúcar, a capacidade do sistema imunológico de matar germes é reduzida para até 40%. O açúcar também enfraquece o estoque de vitamina C, da qual os leucócitos necessitam para combater vírus e bactérias. O doce produto também fomenta o processo inflamatório e mesmo a menor inflamação pode desencadear graves doenças.
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Contribui para o Alzheimer
Estudos mostraram que o excesso de consumo de açúcar aumenta o risco de desenvolvimento da Doença de Alzheimer. Uma pesquisa de 2013 mostrou que a resistência à insulina e altos valores de açúcar no sangue – ambos são comuns no diabetes – estão associados a um maior risco de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer.
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Eleva o risco de câncer
As células cancerígenas precisam do açúcar para se multiplicar. Uma equipe internacional de pesquisa, chefiada por Lewis Cantley, da Escola Médica de Harvard, está pesquisando como o açúcar pode contribuir para o crescimento de células malignas. Cantley acredita que o açúcar refinado faz com que células cancerígenas se transformem em tumores e recomenda o menor consumo possível do produto.
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Provoca perda de memória
O consumo elevado de açúcar pode ter efeito negativo sobre a memória. Segundo estudo realizado pelo Hospital Universitário Charité de Berlim, pessoas com níveis elevados de açúcar no sangue têm um hipocampo menor, parte do cérebro fundamental para memória de longo prazo. Na pesquisa, o desempenho de pessoas com quantidade elevada de açúcar no sangue foi pior do que aquelas com níveis menores.