Freios automáticos pararam caminhão, diz imprensa alemã
29 de dezembro de 2016
Sistema de frenagem automática foi ativado depois de detectar uma colisão, segundo investigação de mídia alemã. Em 2012, UE adotou regulamentação que exige tal equipamento em veículos com mais de 3,5 toneladas.
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O caminhão que avançou contra um mercado natalino em Berlim parou devido a um sistema de travagem automática, segundo relatos da imprensa alemã nesta quarta-feira (28/12). O sistema provavelmente salvou a vida de muitas pessoas no ataque, que matou 12 pessoas em 19 de dezembro.
Uma investigação conduzida pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung e as emissoras estatais NDR e WDR concluiu que o Scania R 450 chegou à cessação completa entre 70 e 80 metros. O sistema de frenagem automática teria sido acionado depois de detectar uma colisão. Relatos anteriores especularam que o caminhão foi conduzido erraticamente e parou devido a um ato de heroísmo do motorista polonês, que foi encontrado morto dentro da cabine.
Mais de 80 pessoas morreram num ataque similar em Nice, em 14 de julho, quando um caminhão Renault Midlum de 19 toneladas foi guiado deliberadamente contra uma multidão.
Em 2012, a União Europeia (UE) adotou regulamentações que exigem que todos os novos caminhões com mais de 3,5 toneladas sejam equipados com sistemas avançados de frenagem de emergência. Os sistemas inicialmente alertam os motoristas e, em seguida, tomam ações evasivas. A medida foi implementada para reduzir o número de colisões traseiras.
O tunisiano Anis Amri supostamente jogou o caminhão contra um mercado natalino perto da icônica igreja Gedächtniskirche por volta das 8:30h da noite de 19 de dezembro, enquanto berlinenses e turistas desfrutavam do mercado.
O ataque feriu 48 pessoas e matou seis alemães, assim como pessoas da República Tcheca, Itália e Israel. O caminhão tinha placa da Polônia e estava carregado com vigas de aço. Amri fugiu da cena do crime e, dias mais tarde, foi morto a tiros pela polícia italiana em Milão.
Também nesta quarta-feira, a polícia alemã prendeu um homem tunisiano de 40 anos, suspeito de ser cúmplice do ataque. A autoria do atentado foi reivindicada pela organização terrorista "Estado Islâmico" (EI). A imprensa alemã relatou também que Amri teria enviado uma selfie e a mensagem "rezem por mim e por meu irmão" do interior do caminhão poucos minutos antes do ataque.
PV/afp/dpa
O que se sabe sobre a tragédia em Berlim
Reunimos os principais fatos sobre o ataque com um caminhão à feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O local
Por volta das 20h (hora local) de segunda-feira (19/12), um caminhão avançou contra uma feira de Natal na praça Breitscheidplatz, no bairro de Charlottenburg, em Berlim. A praça diante da Igreja Memorial do Imperador Guilherme é um destino turístico conhecido. Próximos dali ficam a Estação Zoo e a famosa avenida Kurfürstendamm.
Foto: Google Earth
O que ocorreu
O caminhão invadiu a calçada e avançou cerca de 80 metros sobre a feira de Natal, atropelando pessoas e destruindo barracas. As autoridades dizem não haver dúvidas de que se trata de um atentado e partem do princípio de que seja um ato terrorista.
Foto: Reuters/F. Bensch
As vítimas
Ao menos 12 pessoas morreram e outras 56 ficaram feridas, 30 das quais em estado grave. Oito dos mortos foram identificados como alemães, um homem é polonês, uma mulher é israelense, uma segunda é italiana e um outra é da República Tcheca.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
A vítima polonesa
A primeira vítima do atentado foi o polonês Lukasz U., de 37 anos, motorista do caminhão sequestrado pelo autor do ataque. Segundo investigadores, o polonês foi esfaqueado diversas vezes, sugerindo que teria tentado reassumir o volante do veículo. Após a autópsia, contudo, constatou-se que Lukasz fora fuzilado horas antes do ataque. A polícia encontrou o corpo do polonês na cabine do veículo.
Foto: picture alliance/AP Photo/Str
As investigações
As investigações foram encaminhadas à Procuradoria Federal, responsável por casos de terrorismo. Os motivos do atentado ainda são desconhecidos, mas ele é investigado como sendo um atentado terrorista. Investigadores falam que várias pessoas podem estar envolvidas. Uma operação de busca foi realizada pela polícia num abrigo de refugiados de Berlim.
Foto: Reuters/P. Kopczynski
O primeiro suspeito
O refugiado paquistanês detido por suposto envolvimento no ataque foi solto pelas autoridades. A Procuradoria Federal comunicou que não foi expedido nenhum mandado de prisão contra o jovem de 23 anos, que entrou no país como refugiado em 31 de dezembro de 2015. As investigações não conseguiram provar que ele esteve na cabine do caminhão. Não havia, por exemplo, manchas de sangue na roupa dele.
Foto: Reuters/H. Hanschke
O segundo suspeito
Anis Amri, um tunisiano de 24 anos, é o principal suspeito. Ele foi morto por policiais italianos quatro dias depois do ataque. Amri chegou à Alemanha em 2015 e teve pedido de refúgio negado em junho de 2016. Como não pôde ser deportado por questão burocrática, passou a ser "tolerado". Ele circulava entre Berlim e o estado da Renânia do Norte-Vestfália. Um documento dele foi encontrado na cabine.
Foto: picture-alliance/dpa/Bundeskriminalamt
Os responsáveis
O tunisiano Anis Amri, de 24 anos, é o suspeito de ser o condutor do caminhão. Ele foi morto por policiais italianos na madrugada desta sexta-feira. Um documento dele, de "refugiado tolerado" na Alemanha, foi encontrado na cabine do caminhão. O "Estado Islâmico" assumiu a autoria do ataque.